terça-feira, 27 de dezembro de 2016

sábado, 24 de dezembro de 2016

Por palavras exponho meus medos em código e assim os deslargo por aí soltos
resolvidos e feitos compreensão para outros entenderem o que se não dão a ter.

Tudo o que é emoção é também um código matemático que pode ser equalizado,
isto é, neutralizado.

A escrita serve para que uma mente teimosa e ressentida
possa viver em alegria, sociedade e cheia de vontade de descobrir novo
e comum material da vida aos outros mas a cima de tudo a si.

Curiosidade.

Curiosidade é o que define a criança
e um escritor ou artista qualquer
deve ter - tem - isto como dom maior.

Tudo o que é estático,
sem humor, sem alguma ironia
ou desafio
é enfadonho e antro de merda
deste mundo supérfluo
comparado ao sonho de viver criando.

Dizerem-me que tudo isto que escrevo é mentira e ilusão
não é de maneira nenhuma a questão.

Não é de objectivo deste ofício
dizer verdade ou mentira,
realidade ou metafísica:
aqui se escreve e cria só
- sendo isso tudo e nada
simultâneamente.

Por isso a escrita é algo exacto.
I'm always trying to lose myself to find myself.
A sombra é necessária à luz;
da sombra vive também a luz.

Não há frio se não houver calor
e do equilíbrio destas e outras forças 
se faz um caminho promissor.

Compreender a chegada e a partida,
o começo e o fim,
o tamanho da vida
e sua destinada - ou não - morte.

Olhar a lua de noite
e o sol de dia,
conhecer seus mistérios
e tentar sê-los mais que tudo,
mais que tu mesmo,
pois são eles que te evidenciam
absolutamente.

Ficar preso a coisas da vida
é desperdício de vida espiritual.

Conhecendo e sendo
o pouco que se é dia-a-dia
é honra à ordem grande
que te mantém humilde e sereno
mas poderoso e afirmativo sempre.

Todo o sonho e pesadelo que se tem
deve ser confrontado na vida,
pelos olhos de alguém.

A alma sofrida
é a pior das almas,
esconde segredos que a mente esquece.

Não há ordem que a reconheça novamente
senão a morte de tudo que vive dentro.

O que resiste é quem és.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Ora, fugir.
Fugir como quem nunca viveu nada
mas viverá tudo a caminho,
a cada instante e segundo
porque a fuga consegue
a maresia de deixar para trás tudo
e seguir na mesma inteiro,
seguro.
Pegar num carro
e largar quilómetros
como quem larga o sangue
e os neurónios do mundo
e desbrava a virgem maria
pela estrada fora.
Cada acontecimento
será neutro mas presente,
cada movimento será sem
"consciencializamento"
porque a seguir não há nada
mas tudo, tudo o que o mundo
e a vida têm para mostrar.
A dor de cabeça da razão da fuga
é mero combustível para a descoberta.
O quanto de amor me expande ao mundo
e me espreme todo cá dentro
esguichando meu sonho à vida e realidade.

O quanto de amor é maravilhoso e assustador.
E perigoso meu amor,
tão perigoso...

Que alma minha que vive de se anular
e perfeitamente existir dentro
em perfeitas e harmoniosas danças
de absoluta liberdade;
quando chega o amor
logo tudo vem cá para fora
numa estridente fluidez de loucura
e acontecimentos.

O Presente total.

Senti isso, sem dúvida,
e tanto senti que tentei fugir disso
mas meu objectivo de vida  actual
não me deixou ou deixava
e assim só para a frente soube ir.

Depois houve as resistências do mundo,
sejam pessoas ou possibilidades,
a dificuldade do tempo e suas verdades.

Essa coisa chata chamada trabalho e dinheiro
que nos dá a permissão para, dentro de seus limites,
existir, como que, tranquilo.

Ora, o amor, a partilha de dois afectos, almas e corpos
não conhece fim nem problemas,
é tudo assim e soluções aparecendo por se querendo.

Mas vem a primeira dificuldade
depois a segunda,
ainda a terceira e a quarta
e o grito perfeito de cá dentro
torna-se a raiz de onde vem todo o sofrimento.

Aí fica sem graça
pois a alegria que se sente,
os sonhos e possibilidades que se libertam para o mundo,
não são todos possíveis,
fáceis ou sequer credíveis.

E quem se pensava ser
torna-se um peso
por querer sempre mais
e pensar ser grande e merecedor de tudo.

O mundo cai em cima de quem ama,
mais tarde ou mais cedo,
e numa cabeça sensível
e viciada em criação,
tudo isto é a maior desilusão.

(foca-se no erro e não no desenvolvimento)

Aí culpa-se a si,
culpa-se a amada,
culpa-se a vida,
o mundo, o passado
e tudo.

O amor abre portas
onde as não havia.

Mete tudo em corrente de ar
dentro da casa da cabeça.

E isso,
quando se quer de novo arrumar,
é uma chatice.

Chatice essa que demora e demora
a passar.

Cada um tem os seus limites.
O amor não.

E é por isto, amor,
que acho que todo o amor
é uma forte tempestade
à espera de chegar
depois de o dia mais belo
de toda a tua vida.

O amor é simultâneamente
um sono na vida
e seu despertar.

É como uma vida dentro desta mesma
com sua respectiva morte.

Quanto mais amares mais morrerás
antes da tua morte física.

O curioso disto tudo
é que quem vive morrendo disto
vive mais que todos os outros
que esperam a outra,
apenas e só
física.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Onde está a violência?
Onde está a vontade imensa de rebentar barreiras
e todas elas usar como armas para desbravar novo e real caminho?
Onde está a visão plena da morte
que me dava asas para sobrevoar
e olhar de cima este mundo de merda que oprime?
Onde está aquela elegância que só com
absoluta violência dentro se consegue?

Eu não ajo
eu sou.

Eu não faço
mas olho
e isso devia bastar
para afastar o que não quero.

Aberto ao mundo,
furado à intransigência dos outros,
a vulnerabilidade de ter amado
e sozinho agora ser olhado.

Não gosto destas fraquezas.

E o ridículo
é que é tudo fruto de minha cabeça.

Se não está entretida,
essa minha cabeça que tão bem cria,
ela me atormenta até não poder mais,
com pensamento que sei eu tão bem não serem reais
mas ela os faz reais...

Não é fácil ser só
e não é fácil viver criando.

Imagino o inferno
quando não estou a criar o céu.

Há que sempre inventar o amanhã.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

De sol ao raio
encontro o de chão ser céu
e toda o meu imaginário coração
é veste de realidade
tão sucinta como o teu sorriso
minha querida.
A norte encontra-se a casa
do sossego e do abraço e beijo
mas a sul
a loucura de desbravar fermento
ao certo discernimento de ir
e correr e partir e cair
e ser
coisas que se não sabia poder ser.
Além o muro
há terra firme e verde
e quando chove lama
para camuflar esta chama
que não pára nem cede
apenas queima e queima e queima.
Descobertas cisternas de afecto.
Há de longe uma alma
a mais que as outras,
a alma do desconhecido
que por ser bem parecido
parece querer chegar.
Mas não vem,
vou eu em seu lugar.
A noite acontece
e a febre de me partilhar
não deixa me deitar e calar.
São sombras de desconhecido
e o conhecido meu ao ar
que estou cansado do mesmo
e do passado e até mesmo,
e a cima de tudo,
do futuro em que não creio.
Escrever tudo isto sem querer.
Escrever tudo isto
sabendo desta forma hirta mente ser.
E o querer tropeçar, cair e rastejar
para ter direito à paz de saber tudo isto passar.
Todo o som que alguma vez ouvi
está aqui dentro, em mim.
E cada maravilha que já senti
corre bem dentro de mim.
Esquecer isto
ou pôr isto em questão é erro.
Há que saber morrer dentro
desta e só vida que há dentro de
cada um de nós.
O mundo o palco.
(Não queiras ver os bastidores...) 

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Para quando o descanso da vida se virar eterno e o fim apenas uma barreira para outra dimensão?

De esquecer a vida vive o poeta...
Esquece escrevendo
e como só aquilo que busca é perfeição
qualquer ínfimo detalhe é razão para perder tudo
e se redescobrir nada,
para começar de novo a caminhar
nu e sem bagagem.

A dor é imensa
e a dor de não ter feito ou dito na altura exacta
é o pior.
Deixar levar...
Ser preguiçoso e teimoso e descrente
da única razão que o faz crente em si
e na vida,
é a maior das violações
para consigo mesmo.

E demora e demora e demora a passar...

A única coisa que parcialmente cura esta amargura
é o fazer o amor com e só a vida.

Fazer amor, querendo dizer,
se dar ao outro bem nos olhos,
fazendo dos outros continuação de si mesmo,
em tom de simpatia, absurdo e paradoxo.

Que estar formado,
julgando-se ser terminado
é morte à ordem que o faz sempre e sempre crescer.

Não há dúvida que todo o dom
é também uma maldição,
um peso e uma chatice sem qualquer razão.

A morte sonha-o alto
e assim deve ser.

Amando o que de pequeno
vinga ser maior nesta vida.

Amando o que de pouco
se dá e parece muito ao outro.

Quem sabe de que é que sou feito?

E quem sabe para onde vou
e onde me levará tal dom?

Sou mistério do conhecimento
adquirido de forma passiva e activa
em toda esta imaginária vida.

Concreto o sou aos olhos
mas por dentro vive
a satisfeita insatisfação
da ordem que me não quer parado
e desleixado.

E tenho agora uma coisa ridícula na cabeça
que se demora.
E a vida é feita disto também,
talvez, não sei.

Velocidade,
velocidade meu filho
que ela mostra o que és verdadeiramente.

Não te frustres nos medos.

Esse nó na garganta,
vomita-o ao outro em tom de alegria
e sara essa ferida em harmonioso egoísmo
que ninguém vê.

Tudo necessita expressão.

Se algo dentro chateia,
larga-o a fora de outra maneira
e vê o que faz por aí,
nos outros e assim.

Por dentro tens de ser antro de sabedoria
e dignidade,
tens de ser harmonia e serenidade.

No mundo?

O mundo e a vida são para sujar
com mãos pretas e coração de ferro
largar as tuas cores de amargura
que para outro são, quem sabe,
belos laranjas, amarelos, verdes e azuis.

Parece que te esqueceste disto...

(Lembra-o antes que te esqueça.)

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

For great Art to be Made
the Heart needs to be silenced
and just the whispers heard
and translated into life.

A Big Heart is a dwelling force
that knows no stopping and confuses
fear with desire like a dying fish in land.

So in this the heart suffers through love
because it's open to the world.

If the mind is beholden and knows where to go
the heart is protected and follows and leads.

But if, for some reason, the heart
gets hurt by the loved one or just someone unkind,
the equilibrium is shattered and needs to regain peace
and be silenced to the overall development of life.

The heart knows not of life,
has no comprehending factor on it.

And in this treacherous times we live in
a big heart needs caring, time and peace,
for it to be in the world unharmed and fulfillingly alive.

Equilibrium.

(Mind needs to guide when the heart knows not what to find.) 

sábado, 17 de dezembro de 2016

Walking the nights day.
O mar, o vento, o sol, o céu, as gaivotas, as rochas, o horizonte.

Nasci disso e a isso volto para me entender.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

No god
just creation doing
is the most dangerous thing
to do in this life.
To evolve
need to be still
and let my brain breath carefully
and absolutely
through art and irrational illumination.

And the connections that it makes...
my world it is.

I am my brain.

(be aware of too much life
in this universe that it exists by itself)

Self-healing,
I would say.

Western meditation also can be said.
Who is to be me?

Not the fear that absorbs me
but the urge to fully absorb it
to be, just finally,
bright me.

And being me
is being the wind,
of all the unsolved mysteries
that define me and cursed me
in to being this soul that will hold
any and all the unsacred feelings
that it feels till it dies slowly or suddenly.

To be killed or feeling to kill,
or even to be killed by my own feelings,
it's for I to choose.

Life is a certainty of forgiveness
for time is a memory of bewilderness
and of consciousness that believes.

Can't call home
but I am home if
such feeling can behold.

Be away and here,
find the time to your peers.

Cross the road
and be untold by the other
but by just your own self.

Die young.
(even and mostly if old)
Parece que nasci amaldiçoado pela incapacidade de partilhar o meu sofrimento.
Sempre me curioso ver sofrendo as loucuras da minha mente - feita neurose abstracta
e irracional que assola e alastra a todo meu racional e campo de visão - e os outros
me dizerem que estou com bom aspecto e tal.
Nasci maluco e incapaz de me relacionar directamente com o mundo real,
tem de ser tudo por dissimulação, imaginação, invenção de mim ao mundo.
Vivo num sei lá sítio, sem tempo e espaço, onde me alargo ao vento e sou ar.
Mais alto e denso - sem densidade, no entanto - olho os outros com a paz
de saber ser isto e não saber ser o que os outros me parecem tão bem saber ser.
Se minha arte e dom é ser abstracto, longe deste mundo embora que nele integrado,
porquê lutar contra isso?
Aliás, sempre que luto perco.
De uma ou de outra maneira perco...
Há qualquer força maior que me faz perder,
faz-me pensar no que tenho medo e me isolar do mundo que tanto demorei a povoar
com meus sonhos, danças, alegrias e simpatias.
Minha vida esquecida
me quero lembrar.
Lembra-te tu de mim por favor
pois ando tão esquecido de tudo isto
e de meu papel nisto de estar vivo.
Normalmente sou pensamento,
sei disso, mas em pensamento controlado
e consciencializado posso fazer da realidade
uma coisa maior e mais para mim e outros.
Mas agora parece que a realidade entrou em mim
em tom de pesadelo e eu, abstracto e transparente,
sou furtado de minha identidade a cada momento.
E o curioso é que só o mau entra...
Eu que via o mundo com a maior das alegrias...
Não sei deus meu.
Quero te ver novamente
pois a ordem que me reconhece vivo
está desistida de coerência e serenidade.
Meu peito não respira bem
e minha garganta presa
não quer amar ninguém
- aliás medo tem disso.
Bom, aguardo o momento
e tento abreviar sua chegada
pela calma de me deixar levar
e sentir para que tudo venha e vá
na instância da vida ser o que é.

(Porra, confuso com tudo isto!)
a arte é a jaula que gera e aprisiona o espírito livre

quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Os maiores sofrimentos da vida
são aqueles de que se não encontra qualquer razão
e, por isso, se inventa uma enorme razão através da imaginação.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Getting Closer





Arrábida







Poor human beings...
Never wanting to see the light
try to kill it before the night.
Low souls of this day unfortunate times.
Kill them, for as long as you're alive
they shall betray your dreams,
making them into fears.
Be away from low souls.
Be more than you
but spirit and wise.
For the ones that are low souls
have only their little great fears
which they project into all that threatens them.
Be like the ancient, the plains or the forest.
Be big though feeling small.
The river and its streams flourish
the sides along their way
even if they don't grow.
You are a river, a person,
an individual.
What way have you of others
not letting so much go and be?
I know the spirits that make me sain
and they're not from this world
but of the unknown.
Need peace, space and time,
for sure discipline, to find them.
I grew old with this pain.
I feel old,
but am I?

domingo, 11 de dezembro de 2016

When I go to the top I look down and miss the vision of what to climb
and when down I want to pressure myself up to the top.
Up and down it's life's organization.
And to build the walkings of going up and down
a massive structure of discipline that needs time and patience.
I find my self going down.
I really wanted to keep myself up
but the natural ways of life and mind pull me so deliciously down.
It's a creepy thing to have my head.
I don't advise it to my deepest enemy.
And that seems to be aswell my power...
The pain I get from being too open, happy and alive
brings me to the deepest needs to provide me shelter once more.
It's an inertia of time that builds through life.
A spiral as the ancients say...
Goddam this ways!
But there's nothing to save me from my own head.

One day at a time old man.
Sunday it's not a day as the others...

Quotes from the Tibetan Book of the Living and Dying

“When we are at last freed from the body that has defined and dominated our understanding of ourselves for so long, the karmic vision of one life is completely exhausted, but any karma that might be created in the future has not yet begun to crystallize. So what happens in death is that there is a “gap” or space that is fertile with vast possibility; it is a moment of tremendous, pregnant power where the only thing that matters, or could matter, is how exactly our mind is. Stripped of a physical body, mind stands naked, revealed startlingly for what it has always been: the architect of our reality.” ~ Sogyal Rinpoche, The Tibetan Book of Living and Dying


 “Planning for the future is like going fishing in a dry gulch; nothing ever works out as you wanted, so give up all your schemes and ambitions. If you have got to think about something ~ Make it the uncertainty of the hour of your death.” ~ Sogyal Rinpoche, The Tibetan Book of Living and Dying


 “What is born will die, what has been gathered will be dispersed, what has been accumulated will be exhausted, what has been built up will collapse and what has been high will be brought low.” ~ Sogyal Rinpoche, The Tibetan Book of Living and Dying


 “This world can seem marvelously convincing until death collapses the illusion and evicts us from our hiding place.” ~ Sogyal Rinpoche, The Tibetan Book of Living and Dying


 “Just look at your mind for a few minutes. You will see that it is like a flea, constantly hopping to and fro. You will see that thoughts arise without any reason, without any connection. Swept along by the chaos of every moment, we are the victims of the fickleness of our mind.” ~ Sogyal Rinpoche, The Tibetan Book of Living and Dying



 “Nothing could be further from the truth. But in a world dedicated to distraction, silence and stillness terrify us; we protect ourselves from them with noise and frantic busyness. Looking into the nature of our mind is the last thing we would dare to do. Sometimes I think we don’t want to” ~ Sogyal Rinpoche, The Tibetan Book of Living and Dying


 “Always recognize the dreamlike qualities of life and reduce attachment and aversion. Practice good-heartedness toward all beings. Be loving and compassionate, no matter what others do to you. What they will do will not matter so much when you see it as a dream. The trick is to have positive intention during the dream. This is the essential point. This is true spirituality.” ~ Chagdud Tulku Rinpoche, The Tibetan Book of Living and Dying



“There are so many ways of making the approach to meditation as joyful as possible. You can find the music that most exalts you and use it to open your heart and mind. You can collect pieces of poetry, or quotations of lines of teachings that over the years have moved you, and keep them always at hand to elevate your spirit.” ~ Sogyal Rinpoche, The Tibetan Book of Living and Dying

Read more at: https://fractalenlightenment.com/40021/spirituality/11-quotes-tibetan-book-living-dying-light-path | FractalEnlightenment.com 
 
 
 “There are so many ways of making the approach to meditation as joyful as possible. You can find the music that most exalts you and use it to open your heart and mind. You can collect pieces of poetry, or quotations of lines of teachings that over the years have moved you, and keep them always at hand to elevate your spirit.” ~ Sogyal Rinpoche, The Tibetan Book of Living and Dying


“Spiritual truth is not something elaborate and esoteric, it is in fact profound common sense. When you realize the nature of mind, layers of confusion peel away. You don’t actually “become” a buddha, you simply cease, slowly, to be deluded. And being a buddha is not being some omnipotent spiritual superman, but becoming at last a true human being.” ~ Sogyal Rinpoche, The Tibetan Book of Living and Dying


“Have found also, from my own experience, that it is essential not to take anything too personally. When you least expect it, dying people can make you the target of all their anger and blame. As Elisabeth Kübler-Ross says, anger and blame can “be displaced in all directions, and projected onto the environment at times almost at random.” Do not imagine that this rage is really aimed at you; realizing what fear and grief it springs from will stop you from reacting to it in ways that might damage your relationship. Sometimes” ~ Sogyal Rinpoche, The Tibetan Book of Living and Dying



“A human being is part of a whole, called by us the “Universe,” a part limited in time and space. He experiences himself, his thoughts and feelings, as something separated from the rest – a kind of optical delusion of his consciousness. This delusion is a kind of prison for us, restricting us to our personal desires and to affection for a few persons nearest us. Our task must be to free ourselves from this prison by widening our circles of compassion to embrace all living creatures and the whole of nature in” ~ Sogyal Rinpoche, The Tibetan Book of Living and Dying


“Planning for the future is like going fishing in a dry gulch; nothing ever works out as you wanted, so give up all your schemes and ambitions. If you have got to think about something ~ Make it the uncertainty of the hour of your death.” ~ Sogyal Rinpoche, The Tibetan Book of Living and Dying

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ial is that it focuses on the Art of Dying and in doing so teaches one to live a more fulfilling life. With this in mind lets star

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“When we are at last freed from the body that has defined and dominated our understanding of ourselves for so long, the karmic vision of one life is completely exhausted, but any karma that might be created in the future has not yet begun to crystallize. So what happens in death is that there is a “gap” or space that is fertile with vast possibility; it is a moment of tremendous, pregnant power where the only thing that matters, or could matter, is how exactly our mind is. Stripped of a physical body, mind stands naked, revealed startlingly for what it has always been: the architect of our reality.” ~ Sogyal Rinpoche, The Tibetan Book of Living and Dying

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“When we are at last freed from the body that has defined and dominated our understanding of ourselves for so long, the karmic vision of one life is completely exhausted, but any karma that might be created in the future has not yet begun to crystallize. So what happens in death is that there is a “gap” or space that is fertile with vast possibility; it is a moment of tremendous, pregnant power where the only thing that matters, or could matter, is how exactly our mind is. Stripped of a physical body, mind stands naked, revealed startlingly for what it has always been: the architect of our reality.” ~ Sogyal Rinpoche, The Tibetan Book of Living and Dying

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“When we are at last freed from the body that has defined and dominated our understanding of ourselves for so long, the karmic vision of one life is completely exhausted, but any karma that might be created in the future has not yet begun to crystallize. So what happens in death is that there is a “gap” or space that is fertile with vast possibility; it is a moment of tremendous, pregnant power where the only thing that matters, or could matter, is how exactly our mind is. Stripped of a physical body, mind stands naked, revealed startlingly for what it has always been: the architect of our reality.” ~ Sogyal Rinpoche, The Tibetan Book of Living and Dying

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E cada vez que apareço nesta terra vejo o céu e o mar,
terra e subsolo crente de descoberta em frente.
E cada vez que me vejo em mim
vejo eu por ti e ti,
mais que demais individuo
eu sou plural!
E quando me canso de mim
me caio em chão de fim,
um, tão pesado, tão só e ridículo...
Mas há o amanhã, a coisa de ver alguém novo
e mesmo que o mesmo de ontem mas noutro dia
a seguir.
Coisas parvas que digo mas isto sim é vida para mim!
Quero morrer por algo nobre,
quero ensinar aos outros o meu sofrimento
feito dança e música, poema ou fala.
Que a vida já passou por mim tantas,
tantas vezes mas por alguma razão
sempre me esquivo dela
- é demais intensa.
Prefiro andar por aí,
como incógnito,
e nessa liberdade pura
saber e crer as maiores verdades
que ninguém sequer supõe existirem ali,
onde eu - fantasma - ando.
Nasci de um fruto raro,
de um erro assistido pela vontade e amor
de meus pais.
Vim para aqui com boas intenções
e o mundo riu-se de mim.
Depois de me despir de tudo
vesti uma capa negra
que amaldiçoa quem se me atravessa caminho.
Para o bem ou o mal
eu sou negro e puro,
cru e duro.
Seja em amor ou ódio,
acho o equilíbrio e colaboro com este.
Paradoxal, é tudo paradoxal.
Querem a vida e vivem mortos...
Eu apenas quero a paz da morte,
disciplina completa e natural suprema
mas com isto o que mais vejo é vida,
plena querida linda vida.
As nuvens, o pássaro, a simpatia da velha,
as pessoas a sorrir e o vagabundo que me pede um cigarro.
Tudo acontecendo a cada momento.
Não há muito que se lhe diga.
Deixa a brisa ser
e sê com ela por favor.   

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Quando eu chego ao mar
vejo o horizonte me encantar.
Me canta passado e não futuro
e daí me envolvo no presente como um sonho.
Silencio o meu coração
mas abro mão para ele voar um pouco
pela mente.
Não sei para onde vou
mas sei donde vim
e durmo assim aqui,
onde me encontro.
Não quero mais
nem solucionar problemas dos demais.
Quero a paz que a natureza me ensinou
a abraçar e daí levar a vida a algum lar.
Tenho pena de ter emoções por vezes,
porque são confusas e enfraquecem
a locomotiva que é a minha intuição certeira
e precisa.
Não há vento que eu colha
que não seja o de construcção.
E, já que minha alma é tão persistente,
teimosa e incapaz de ser cobarde,
tenho de alguma forma lhe dar razão
pela criação prenhe de minha imaginação.
A arte é complexa,
mais ainda a arte que tenta sair
do plano abstracto e inconsciente
para reinar em plano material, natural,
físico e mortal.
Aí, sinto e vejo, que a vida se torna
uma luta sem igual,
porque qualquer brincadeira é desafio
e qualquer emoção um confronto com a verdade.
Não brinques à vida quando demasiado dentro estás nela.
Vai com calma e acalma o ego que te aperta e sufoca.
A vida é mais que aquilo que vês,
é até principalmente aquilo que não vês
mas te deixas sentir.
Sê sentido, deixa-te ser sentido pela vida,
o mundo e os outros.
Nasce-te a cada momento e
conhece a morte de olhos nos olhos
para te dar protecção.
Há uns tempos sabia disto...
Agora não.
Não é fácil ter tal vontade
de inventar realidade
à sóbria e insensível realidade
dos outros.
Cada um por si...
Mas cada um por si
não me diz nada pois eu
não sou feliz assim.
Quero seguir a lua, o sol
e o tempo
e cair e renascer a cada momento.
O conforto, resistência e protecção
são jaulas de insatisfação perpétua.
Dá-me a tragédia que dela aprenderei a rir,
a rir mais alto e a compreender que é ela que me chora.

Ser maior.
(porque tem de ser)
What does the heart think?

domingo, 4 de dezembro de 2016

Dark is the skin of fear.
And in the light you get away
feeling the urge to collapse or destroy.
No matter can control the fear you feel.
For as much irrational the worst
cause the mind has it's own propose.
Primitive feelings and instincts
dictate your ways in this life.
The obvious necessity is to
get a womb where to lay
and let time be and you in silence.
Absolute something of nothing
where you are with yourself
so much that you're with god,
in peace, free from judgment or prejudice.
Stress is the real enemy.
And the thoughts and creations
of suffering that manifest in your mind
are a lot of times not even the true ones.
Must stop the stress, the walls and the suffering.
Acknowledge universe and barriers not
but absolute, total freedom that burns
all the ignorance and fear from your heart.
Compromising in this world if you're not
in touch with your true self is an error
with terrible consequences.
Unlock the key to yourself
and be that with the world.
Conquer this self not the one's self of this world.
The individual is not just this mortal life
but and infinite stream of lives, feelings and beliefs.
Don't be jailed in your own thought
cause that's living in ignorance, past or lie.
Believe again in the day of the present,
in this instant moment and grace.
Look someone in the eye like your lover
and run from this towards life.
Make the wheels of inertia be of wilderness
and insane liberty and power.
No one is
but you are and make all beings be,
with you, for you and for them selfs
free.

Make the old god proud of you
and be yourself a brand new.

("insanelize" your sanity;
behold the true world of life)
  

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Um outro ou eu mesmo,
sendo o pouco que de universo há em cada um de nós.
E se me inventar noutro é o segredo?
Que seja sincero e escolhido,
pronto firme de determinação sem igual.
As forças da Natureza só reconhecem a sinceridade
e a ausência absoluta de medo.
Conquista-te e depois o mundo.
Elaborando frente catártica
o humano flutua em sabedoria,
julgando melhor a maresia da vida quotidiana.
É preciso fugir para encontrar, por vezes.
É preciso que a mente esteja onde não tem de estar
para poder precisamente elaborar o futuro
em tom de quem mente, sorrindo, dizendo verdade.
Concordo com a morte
e aceito a consequência da vida.
Namoro os astros e o sol,
o céu e a terra.
Quero, ao ver a ave, sê-la.
Acreditar nisto é poesia.
Preciso clarificar a mente
e deixá-la vazia de comprometimento além disto.
Ninguém disse que iria ser fácil
e ninguém me disse que havia esta via
de uma pessoa se achar por si, sozinha,
feito mundo viral, rival, deste.
E porquê o estar tão vivo e físico
faz com que esta matéria
se não tão claramente se vicie
em minha consciência?
Neurose: tenho a arte ou a vida.
A vida só, sem arte, gera falácias
e distracções mil à conquista da matéria desta vida.
Quero correr o mundo a perder tudo
e deslumbrar-me com o ainda continuar sendo
- sendo apenas eu.
Cansado da vida...
Preciso me embrulhar na arte, morte e verdade irracional
para poder me pôr de novo nos meus pés,
caminhando por mim.
Não é tarefa fácil a vida sã
porque o mundo carrega a doença
de que todos se querem livrar.
A Natureza, essa continua sempre sendo.
A cidade move-se e falta-me a Natureza de outrora em mim
para a naturalizar, isto é, neutralizar.
Afinal, o que é o carro, o avião ou o maior edifício
comparado com o cavalo, águia e a sequóia-gigante?
Uns têm vida outros nascem mortos...
Bom, denigro a civilização apenas
porque, de momento, não lhe vejo naturalidade
- porque eu não o estou também.
É coisa de momento, uma fase de tristeza,
melancolia e irritanço espiritual e mental.
Sou um impaciente com isto do cérebro e das emoções
desse idiota coração.
Só encontro conforto na morte,
nesse juízo final que une tudo e todos
em silêncio e compreensão.
A tristeza é uma boa base.
A felicidade cansa, pa!
As ondas vêm e vão,
e o que fica?
A tua consciência delas...
Vai com calma meu amigo
que por vezes se é conquistador
e por vezes te sentes derrubado por este mundo.
São tudo, afinal, sombras da verdade...
Porque o conquistador não vê pormenores belos
e o derrubado vê-los com tristeza e alegria.
É uma sorte, se calhar, poderes ser os dois nesta vida
constantemente.
O que é, afinal, para sempre? 

terça-feira, 29 de novembro de 2016

Não sou amigo de mim mesmo,
descubro isso agora.
Se não trabalho o suficiente mato-me por dentro.
Não há maior inimigo que eu mesmo.
Saboto-me constantemente.
E se não me prezo ao desafio incessante
a vida torna-se uma calmaria pantanosa,
cheia de um cheiro mau e mosquitos que picam.
Não sou um bom amigo se me falho.
Dentro deste antro só sobrevive o mais forte.
Tudo o que não persiste deve morrer e
fortificar o que resiste a querer crescer.
A ordem da vida é essa, afinal.
Dentro dessa disciplina essencial
existe finalmente a harmonia.
Sou extremo em tudo.
Vou ao limite de tudo.
Depois continuo.

(é por isso que me não é fácil partilhar a vida)
Preciso andar por aí perdido à noite.
Preciso mostrar a mim que a noite é amiga
e guarda segredos que o dia não conhece
nem reconhece.
Preciso andar aí, sozinho e perdido,
feito vagabundo moderno.
Preciso conhecer a vida
e deixar-me levá-la por onde meus pés
caminham.
Preciso conhecer a vida no seu elemento material.
Eu sou todo febre de chatices e dor de viver.
A única coisa que me descansa é saber
que amanhã há mais uma noite,
mais uma caminhada,
mais uma descoberta de ir
sem esperar nada.
Como posso eu ser como os outros
com suas vidas simples e calmas?
Se não tenho chatices reais na vida
as invento.
A impossibilidade de estar satisfeito
e me deixar estar,
acreditando em mim agora
e não me tendo sempre de refazer e reinventar.
A arte me guarda existência, não há dúvida.
Ela quer-me normal mas sabe lá
o que se passa no sobrenatural de minha mente!
Tenho um menino cá dentro que pensa saber da vida.
Tá-me sempre a dizer coisas
e não compreende o trabalho nem a frustração.
Meu papel por aqui parece ser
vê-lo por aí,
andar, correr e se mexer
enquanto quem não o vê
anda infeliz e pesado.
Alquimia da vida.
Tão brilhante é ela por vezes
que pareço ter de inventar a magia negra
de tudo ser uma mitologia grande.
Há vida e morte.
Calma com tudo o resto
que passa...
Deus é grande
e tu pequeno.
Acorda-te a isso e deixa-te levar.
O norte não é uma teoria
nem a morte uma ideia.
Teu corpo se revelará ossos
e tu espírito
um dia.
Destruo-o o mundo ou por ele sou destruído.

É simples.

(não resistir a isso apenas)

A vida é minha amante
e a morte meu feroz inimigo,
que levo bem dentro do peito
e lanço a quem me não tem jeito.

Congratulo o que me passa pelo olhar.

domingo, 27 de novembro de 2016

Nunca Medo

Nunca medo.

Sente o que sentes até ao fim para ir e voltar
e se evaporar pela existência de teres dois pés e caminhares.

Nunca medo.

Nunca medo e principalmente na face do maior medo
deixá-lo ser tu por um momento absolutamente
para se depois ir e evaporar e tu,
exactamente tu,
existente puro e cru,
nascido novamente.

Nunca reprimir ou conter na mente
mas deixar ir e vir absolutamente.

Que a coisa mais bela que há
é ver que depois de tanto pesadelo
o pesadelo ser, afinal, o reprimir, resistir
e conter o medo.

Não dar importância ao medo,
deixá-lo passar e perder-se por falta de atenção.

O universo conhece o medo?

O universo sempre se expande...

E o maior medo é o medo do medo!

Medo é superficial
à única real razão dele:
a morte.

Conhece-te o fim
e começa-te sim.

sábado, 26 de novembro de 2016

Quando acordar verei o que tenho a dar.
Quando serenar saberei o que disto absorvi
e não soube ter mas sei sorver aos poucos pela arte
e escrita, vida e pensamento, imaginação.
Tudo movimento, tudo vai e vem.
Quando acordar eu saberei o que sofri
e se sofri bem.
Quando acordar recordarei o sofrimento
de agora com alegria e conhecimento.
Quando acordar eu me direi desperto
e feliz de enleio este me desdobrarei
em novas rotas de descobrimento.
Porque "assim" sempre sou nau à deriva,
não sabendo o porquê e me deixando levar
- às últimas consequências já desconfortáveis.
Quando acordar eu serei outro
e serei sim, finalmente, o que não reconheço ser agora.
Quando acordar,
quando acordar.
Acordarei?
É sempre esse o meu medo!
Acordar é preciso e saber o que se é.
Isso ou viver intensamente sem interrogação além,
só o imediato estar e parecer.
Mas há sempre algo que fica na cabeça a remoer.
O meu demónio não aprecia incoerência
e se a deixo estar, mesmo que sofrendo o remoer,
é só uma questão de tempo até ele, o demónio, me ganhar.
A arte não ama os covardes, dizia já Vinicius.
E é tão verdade...
E vivo a cima de tudo para a arte,
esse mistério absoluto que sabe além de tudo
e goza a vida mortal como um deus imortal,
infernal.
Saber os limites da vida,
os limites físicos da vida
- que afinal são os únicos limites da vida.
Na mente não há limites mas barreiras
e degraus.
No conhecimento existe o universo
e esse reconhece o incógnito com a tranquilidade
de o saber poder criar.
É bom que se tenha estrutura para tal conhecimento...
Normalmente, diria ser necessário um bom coração.
Pois é a intuição dele que faz o cérebro compreender a
razão e ditá-la em arte aos outros.
Só digo disparates...
Vou para a cama seguir um sonho
que tarda a chegar.
Acorda, acorda meu filho
que a vida vem a nascer,
cada dia, a cada noite.
Elabora-te nisso,
ciclo eterno e infinito
e esquece teu pesar.
Afinal, o que é a vida se não uma invenção?

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

A escuridão guarda a luz.
Guardando-a vai mostrando
o caminho a quem caminha cá fora.
Sejas tu como que um anjo da morte
olhando a vida brilhante pois contrasta
com a escuridão que aprecias e sentes.
Escuridão é o meu amor,
o meu centro, o meu calor.
Na escuridão encontro eu conforto
e compreensão, ausência de pressa
e pressão.
É como um pai, uma figura de autoridade
que me lembra o meu tamanho e faz de mim
um veículo mais que um ser parado.
Inventei-me como veículo de descoberta
há muitos anos.
A vida mais não é que a plataforma
desta minha compreensão da escuridão.
Como se nem tivesse vivo
obedeço à ordem que sonho e sinto
neste meu cantinho.
Sou pensamento.
Pensamentos que me chegam
neste meu canto.
Deixai-me o canto escuro
que dele conheço e faço vida.
Porque tudo o que se faz com arte
tem de se fazer despreocupadamente
e como que distraidamente.
Se não encontras alegria nesta vida
então distrai-te dela e nem penses nela
mas nesse tal cantinho; aí, no encontro entre os dois
aparece-te a vida, sinais do que deves ou não fazer
e do que és e não és.
Esse diálogo com a vida, a realidade,
o mundo e os outros é uma coisa divina.
Atento ao movimento da vida,
sendo que tudo o que se vê e sente é
representação dela.
Alegria!
Mas uma alegria calma e serena
que nasce da disciplina de nos bastarmos
a tal profecia.
E assim dançar a vida com a calma
dos deuses e a tenacidade do diabo.
Sério sinto ser sabedoria a serenar
este lago denso que se chama Eu.
Preservar a ordem que o mantém intacto
e só.
Bastar-te.
Ser apenas isto e assim tudo e nada.
Serenidade atenta à alma.
Com calma.

terça-feira, 22 de novembro de 2016

E vivo no campo e aqui não chegam as notícias de o mundo lá fora. Aqui oiço passarinhos e vejo as árvores crescer e estações mudar com a calma do tempo. Vivo sozinho com o meu cão e não há quem eu veja durante dias. Perscruto o mundo que vejo e sinto e o além dele deixo estar, sem me estorvar. Por vezes vêm a minha casa jovens confusos com o mundo e consigo mesmo. Normalmente rio-me alto de seus problemas, me parecendo - e lhes digo - serem não problemas mas visões a resolver, isto é, soluções ao final de contas. Mas gosto da companhia desta e outra gente, gosto que me visitem e gosto da conversa, só me chateia as coisas que oiço do mundo lá fora, por vezes fico triste, abatido, por outras fico irritado e com vontade de ir lá ao mundo gritar. Mas sei que não vale de nada. Sento-me então na cadeira que balança e fumo o meu cachimbo. Ao fim de tarde tomo um whisky a congratular o sol por mais um dia ido. Não tenho chatices aqui e como sou velho sou feliz. 

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Miradouro do Morro de Campolide












Fabuloso Miradouro para Monsanto.
Passei lá noutro dia e hoje fui efectivamente investigar 
e isto foi uma parte do que vi.


Castelo


a Natureza sempre Cresce


Panteão


Street Eye


Lumiar


Coisas da cabeça que o coração sente e mistura tudo numa encruzilhada de travessas e calçadas onde subir e descer constantemente é a vida. O risco em frente se for sempre, não é risco mas chama acesa de acreditar na vida. Agora, com medo, tudo mas Tudo se torna difícil e como que impossível. É uma coisa feia ter medo, ter medo dos seus próprios pensamentos. Normalmente nisto a morte ajuda a compreender o que de medo é fantasia e que a energia que nos guia é aquela que deve ser seguida. Mas a morte é difícil de achar quando uma pessoa se sente demais viva. Algum descanso da vida... Porque fazer disto tudo uma mania de grandeza se o que se mais sente é pequenez? Pequeno o ser humano anda por aí, sentindo muito, falando pouco e tropeçando nos seus desejos e vontades. É preciso inventar a realidade para que o coração não chegue lá. É um órgão confuso este... Difícil de entender, mais ainda quando o cérebro tem "certezas" opostas. Misturar os dois é o segredo mas tão difícil é. Queria ser ligeiro como um dia consegui. Queria o pragmatismo de trabalhar, observar e sentir sossegado. Agora estou todo largado pela vida e o mundo, me querendo fechar num ninho meu, e mesmo esse está como que amaldiçoado por mim e alguma cobardia mista. A questão é não ter onde investir, não estar integrado, não sentir que a coisa flui sem mim mas comigo também. Aí, os amigos, a família e o passado - consciencializado - ajudam muito. Mas há qualquer coisa que me desiste de viver, uma vontade de sossegar que é tão difícil de assentar. Tenho medo de mim. Há qualquer coisa pré-editada que parece que quer que eu falhe, que não consiga. Acertar e conseguir na vida dói um pouco, como já Vinicius dizia:

"Se a felicidade existe, eu só sou feliz enquanto me queimo e quando a pessoa se queima não é feliz. A própria felicidade é dolorosa." 

domingo, 20 de novembro de 2016

Oh, minha alma quer-se ver livre da realidade humana.
Os pensamentos mirabolantes de uma mente que foi correr à chuva!
O frio, a chuva, a noite e o desporto fazem a loucura tomar conta de mim.
É que de ficar parado fico torto e não sei como lidar com a coisa de ter um lar.
A pressa de fugir, descobrir o desconforto para nele encontrar conforto a persistir.
É que tanto peso e demora, e tristeza e neurose fútil, fazem-me rir e nunca chorar.
Não consigo dizer o que me enlouquece, não consigo disso me partilhar,
só consigo antes tornar isso pensamentos, ideias e movimentos e daí
escolher linguagem e matéria-prima de conversação intelectual e, também, afectuosa.
É um precipício tudo isto, toda a vida, seja assim ou de outra forma.
A vida é uma coisa de loucos que só quem a vive absolutamente sabe
e sabe apreciar e dar graças aos momentos de alegria e destreza espiritual.
Tento a coisa, tento saber o que me faz louco.
Mas não há nada a saber - porque afinal já o sei...
O movimento é necessário para mim,
o desconforto então é essencial.
O medo que tenho à vida é o consolo que me dá a arte.
Enfrentar tudo isto sem ficar maluco.
Ser tudo isto sendo sempre alguma coisa.
O tempo e o espaço e o segredo de ter de avançar sempre
por mais que magoado ou fragilizado pelo mundo e os outros.
Não é coisa para fracos a vida esta.

sábado, 19 de novembro de 2016

La vitesse est la seule armure de mon âme.


(bien en français, non?)

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Olho o rio e lá no longe penso o mar.
Vejo quem se me intercepta na cabeça como uma flecha,
umas boas outras más.
A autoridade, a agressividade, a violência
e o amor - tudo está no mesmo saco.
É pena um gajo se sentir inferior
seja por isto ou aquilo
e pior quando por si criado
porque lembra fantasmas de outro lado:
passado.
O passado é história de fantasia
por onde entreter o presente feliz
e permanente.
Se acordam os demónios do passado
então o presente fica amaldiçoado,
mesmo que com amor.
E pior se houver amor
porque amplifica tudo;
demónios, anjos,
violência e afectos.
O coração sabe lá disto!
Há que o entreter com matemáticas
para que não me faça sofrer...
Mal o passado não resolvido
e uma vergonha imersa em superlativa
imaginação própria do que se é.
Sei tudo isto ser brincadeira e fantasia
mas se se sente, será real?
Parece...
Como acalmar os demónios
que vêm ao de cima com as fragilidades
de crescer e gostar e querer ser isso?
Finalmente tentar ser o que se é.
Mas quem cria
não quer nunca ser,
diga-se a verdade.
Que estagnação absurda ser-se absolutamente,
afinal...
Fingir ser para os outros enquanto se sabe disto
perfeitamente por dentro - aí sim está a alegria de quem cria.
Máscaras de fantasia que felicitam a vida e os outros
de uma certa e tal cobardia do próprio que a cria.

Interlocutor da mente.

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

The lone wolf finds himself in the woods
caressing his wounds from the past fights
he created.
No war ever greater than the ones he's creating.
For some are greater than others
but all are wars to be fought
for him to embrace himself completely
without pity or ambivalence.
Sometimes the wolf is too much alive
and open and doesn't see that the world
and his peoples are torned,
full of self doubt and envy
for such a fellow wolf.
And the wolf being strong
but not wanting to fight
fights himself through darkness
till the light.
It always as been like this.
It always will be like this.
The lone wolf is cautious not
to loose his time in this miserable fights
but in love or not alone, being with someone
on his bed, he looses the boundaries
and thinks his life within
can come precisely and fulfillingly
to the eyes of realities mind:
others.  
For sure that others are hell
as the other great writer wrote
some time ago.
For sure I've been wise
to keep it to myself, my world
of wonders of mine interior shell.
But love and emotions
break the boundaries of this
divine discipline
and make the heart, mind and soul
suffer after the major feelings of encounter
with another, and with yourself aswell.
Got to go back to the roots
lone wolf.
Find new beautiful and unknown boundaries
and limits and go beyond till it hurts.
Because the lone wolf is just happy
when it hurts...

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Enquanto a vida anda por aí e a vejo
tanto há de desconhecido nas entrelinhas,
outras frequências e conhecimentos...
Coisas da qual fui outrora mestre e agora
distraído disso, demoro a encontrar.
A arte do encontro é a maior das artes.
Saber estar é outra,
andar e pensar outra ainda.
Coisas simples.
Estar atento a isto
e não a coisas da cabeça
é o que nos faz sãos.
Atento o passado com discordância constante
mas deixando-me morrer
logo acontece ver, nitidamente,
o importante disso.
Saber morrer é uma arte
que conhece a vida mas
não a acredita por completo.
Nossos superficiais e primitivos cérebros
e coração não sabem da razão da vida existir
e não haver nisto nenhuma solução.
A vida um mistério e assim deve ser
com alegria de criança persistir
em encontrar quem mais dá para descobrir
e explorar.
Concreto pensamento se logo deve matar
pois se não cresce de importância;
e qual importância tem ele que já foi?
É preciso esquecer,
esquecer ainda que se vive e se é
para se ser precisamente isso
a cada momento.
O paradoxo da vida é coisa bem guardada
e só quem sabe sofrer e descer e se perder
se pode disso aperceber
como que concedido pelo grande mistério da vida.
Todos nós procuramos certezas e ideias
e tabus que nos guardem a sanidade mental alcançada
mas basta algo na vida acontecer para se calhar
disto nos perder.
Matando, antes se concede imediatamente vida eterna
e estas ideias, conceitos e certezas.
Deixai a vida fluir meu filho.
Pensas tu ser e parecer
mas mais não és que um fantasma de teus pensamentos.
Deixa-os para trás e conecta com o incógnito.
Aí ele te demonstrará realmente o que tu sentes e precisas.
Deixa-te para trás e avança
que só te encontrará o que tu és realmente.   
A minha grande arte sempre foi a capacidade de morrer.
Não há coisa mais conseguida que uma boa conversa.
O entendimento que se gera na simples conversação
é para mim algo de superior.
Eu falo, o outro fala, argumenta, me convence
e se gera um apreciar mútuo da inteligência e
julgamento de cada cabeça em sintonia tranquila.
Acho que vem de família, do passado e do hábito
de argumentar, refutar e convencer ou ser convencido,
como se de uma luta se tratasse mas sem violência
senão a inteligência - que bem vistas as coisas é a real
eficaz violência que existe nesta vida humana.
Coisas simples como falar contigo ontem, meu amigo,
fazem agradecer te conhecer e viver comigo também.

Sol Cascais


Alcochete





terça-feira, 15 de novembro de 2016

A guerra é a única amiga do artista e criador.
Don't run from pain.
Look her in the eye and walk her through life.
Let her see the light
and caress her while she evaporates to the skies.
E tenho os pés descalços e canso-me de andar pela terra suja que me alegra a alma
e me enche de uma certa calma que é o silêncio do universo.
Vejo os carros e as cidades e sorrio para mim sua infinita pobreza de terem de andar assim,
bem vestidos, com pressa e maneira de falar coerentes.
Nu, invisto num futuro que não abre alas a palermices e descansos de preguiça.
Aqui a tarefa é andar e persistir em acreditar que isso leva a algum lado.
É uma arte marcial que me junta a todos os seres humanos alguma vez existentes
nesta terra e que existirão.
No abismo disto e do que me vai na cabeça
imagino soluções, danças e sorrisos que alegram ninguém mas a mim
e talvez assim o espírito maior que dá e tira vida.

Foi com pena que atravessando a estrada me atropelou tal grande camião
em que o condutor tinha adormecido.
Lá me levaram para o hospital, comigo inconsciente e silencioso.
Acordei passado uns dias.
Ninguém à minha beira e todo cheio de tubos e pip's ao redor.
Tirei aquela merda toda mas rápido uma enfermeira veio-me agarrar
ao que eu resisti e ela gritando chamou uns bruta-montes para me imobilizar.
Bem, estava furioso, precisava de andar!
Sentir as pernas e deixar a mente fluir.
Disseram-me que "não" por gestos - sei lá eu a língua deles!
Fiquei por lá mais umas semanas, com cordões a me segurar todo o corpo
e menos furioso fui-me deixando observar aquilo tudo, imaginando estar a andar.
Quando recuperei, vestiram-me de roupas e meteram-me em pé e como que sorriram
para mim, parecendo dizer que já estava bem, que já podia eu andar.
Lá andei um pouco mas os músculos atrofiados quase me mandaram ao chão,
não fossem, mais uma vez, os bruta-montes me segurar.
Bem, perguntaram-me por casa e eu disse que não tinha.
Familia? Também não.
Trabalho? Não.
Bem, mandaram-me para a rua com um papel que mostrava um número grande
que me disseram, mais uma vez por gestos, que eu tinha de pagar dentro de um mês
senão ia para a prisão. Não percebi nem uma nem a outra coisa mas um carro chegou-se
à minha frente e disse para eu entrar. Lá entrei.
No fim da viagem mostraram-me uma casa, com cama e essas coisas e foram-se embora.
Achei simpático tudo isto mas queria era andar!
Logo que tentei abrir a porta vi que estava trancada.
Achei estranho mas acabei por andar à volta do quarto a noite toda.
De manhã abriu-se a porta e chamaram-me e levaram-me
para um sítio com pedras e disseram-me, por gestos, para pegar nelas
e levá-las para outro sítio.
Eu disse que não e um dos senhores deu-me uma cacetada com toda a força nas costas.
Bom, pensei que tinha mesmo de ser e que pelo menos podia caminhar.
Dias e dias e dias disto, tanto que me habituei.
Já com um sorriso na cara fazia aquilo porque o andar
que o levar as pedras de um lado para o outro concedia
fazia a minha mente imaginar a vida na terra suja, nu e descalço de outrora.
Cada mês me mostravam um papel que parecia dizer que os números grandes,
que vi no outro papel à saída do hospital, iam diminuindo.
Bom, pelo menos isso, pensei.
Meses e meses depois lá me deixaram sair porque o número tinha chegado a zero,
bom a um pouco mais agora.

Deram-me papéis estranhos para a mão
que me disseram,
por gestos, serem valiosos.

Disse tudo bem e fui-me embora.

Lá no fim daquela estrada encontrei
novamente a terra suja e descalcei-me
e despi-me e sorri e corri para a vida.


(exercício de escrita...
era suposto continuar para ele se civilizar, standardizar
e só depois finalmente sair para a terra "suja"
mas a verdade é que me é tão difícil escrever
em prosa ou manter coerência em textos longos
- canso-me rapidamente)

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Se a serpente não é respeitada
a serpente come-se a si mesma.

Respeita a serpente.

Mantém-a sempre a ir em frente
e segue-a,
aumentando o círculo à volta dela
pois a verdade é que sempre
se acaba por comer a si mesma.

Vida e morte.

(não deixes que a morte te coma a vida)

terça-feira, 8 de novembro de 2016

...a inocência meu filho
é o pai de Deus.



Quem na inocência consegue vislumbrar a vida,
o mundo e o tempo, e neles se deslumbrar,
não tem inimigos nem frente
pois que frente há à abertura total e sincera?


meu coração é uma sombra
mas nesta sombra vejo eu luz


dá-me o mau que dele dir-te-ei o bem
e dá-me o bem que dele te evidenciarei o mal que dele vem

Vida um mistério
e no cerne dele pareço ter de ficar, ser
e identificar.

Para mim e, porque não, para os outros...

Pois já que dom tenho de escrever
- e me aquece o entardecer da alma -
tenho que por aí me fazer ser:
seja em escrita seja em físico.

A alma que acredita tem de continuar assim.

A crer e a ditar por palavras ou ar
- sendo o fim de si mesma -
em tom de quem nasceu para dançar
a amargura da vida em sorriso de criança.

nada o que me possa alguma vez matar
senão a morte física deste corpo
que o além dele já vivi mais que demais vidas

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Tão lento está o meu menino...
Tudo o que pensa lhe afecta a alma.
Como se a mente estivesse no trono
e toda sua mentira mentisse e verga-se
o coração e alma à hedionda falácia da vida.
Ah meu querido, estás pequeno, pequenino
tentando fingindo-te homem, como se quer,
e não te deixando ser assim, pequenino
como deveras te estás a sentir...
A questão é outra e é a mesma.
A solidão guarda o portão que te guarda do mundo.
Agora te não guardas porque partilhas a vida com Ela.
A guerra que amas é pacificada.
É bom para muitos e até para ti,
quem sabe, noutro prisma e perspectiva de vida.
Mas tu não sabes subir, não é?
Tu só sabes descer quando sentes que a subida
é uma traição ao que sentes no íntimo.
É uma chatice ser quem sou.
Mas é a única coisa que afinal sou.
Eu.
Quando me tento mudar, vergar e
de alguma forma, no fundo, agradar a alguém
me querido
logo me tropeço em cerimónias que me gastam
aura e sentimento, intelecto movimento da vida.
Quero fugir para a terra do nunca,
quero sentir-me morto novamente para quase tudo
só não para aquilo que teima em me fazer querer estar aqui.
Normalmente é a Mulher, a disciplina e o sentido de que
tudo o que faço, a qualquer momento,
é deveras um reconhecimento
de que há algo maior a mim.
Gosto de crer em deus.
E a única forma de crer num deus real
é fazê-lo existir pelos teus actos do dia-a-dia.
Equilíbrio.
Apenas um equilíbrio,
seja amoroso, económico e social.
O ideal é ter todos em sintonia.
Aí se vê e sente o ideal que se É finalmente.
Claro que o mundo quer estupidez
e rapidez, satisfação pronta e gratificação imediata.
Mas isso, o grande espírito sabe, que rápidamente
também se vai e só fica a chatice de encontrar
novamente razão para a vida.
(Estão estudantes lá fora,
aqueles infelizes que se vestem de negro,
com grandes mantas,
e gritam e gritam
canções e idiotices.
O quanto desprezo esta gente...
Carne para canhão da próxima geração.)
Bom, mas voltando a coisas importantes.
Procuro trabalho e vejo-me enfiado
num casulo gritante de precariedade.
E tudo feliz e tudo, na mesma, querendo
ficar rico.
É uma coisa engraçada este mundo dos humanos.
Simplesmente não aprendem nem querem aprender,
seja com a história, seja com o viver.
Sei disto porque eu próprio tropeço nisso...
O mundo está estranho.
Mas o que me mais dá pena
é eu não estar em sintonia com ele.
Se tivesse talvez o podia ajudar
e me sentir, ao menos, minimamente
pertencente a ele.
Agora estou apenas alienado dele e de mim.

Grita a Puta da Vida a Fora!   
A stand-up comedian is a failed poet.
Nonetheless he is a poet.
A modern poet perhaps.
I miss seeing life come and go and only I standing.

sábado, 29 de outubro de 2016

Tanto sol ou bruma só conhece a doce alma que se verga à vida completamente.
Já tive nestas vidas alegrias que nem alegrias são mas absoluta comunhão com tudo e todos
nesse preciso e continuado momento, parecendo e sendo deveras eterno, infinito, deus, etc.
Depois e antes disto tive infelicidades de me julgar o único ser que sofre o inimaginável
de não ver solução alguma e sentir mais que demais tristeza de ser eu, e ser assim, frágil,
sensível, pequeno e magrinho.
Antes e depois disto senti felicidades, novamente, de outro este mundo
que compensam todo o esforço de meu - parecendo - inútil sofrimento.
De momento sinto-me enclausurado,
perdendo o espaço vital que tenho na mente.
Mente essa que tenho sempre de exacerbar ao infinito
para me livrar de demónios e realidades que não são.
É que atrás e à frente e de lado de tudo o que sinto
sei, perfeitamente, (sei lá eu como!) quem sou e porque estou vivo
e qual é deveras o meu destino, como homem, como ser humano e como vida sentida e vivida.
Não sei mas creio que meu coração está amaldiçoado com alguma incapacidade
para resistir à pobreza, cobardia e tristeza deste mundo, meu mundo.
A única coisa que sinto poder fazer e ser é exacerbar-me num outro,
mental, consensual e como que sensual.
Matemático também,
porque a cima de afectos, amor e sentimentos
só a física quântica do que se verdadeiramente sente ser.
Vivo neste embalo ridículo da vida se julgar
merecedora de meu recíproco gesto.
Perfeccionista do equilíbrio impossível de ser humano
e ter sentidos e sentimentos.
Toda a minha ordem é uma outra que ninguém conhece.
Eu sou o futuro de meus pensamentos e projecções de agora.
A absoluta desorganização
da organização que me guarda
e aprendi a respeitar.
Porque sem ela sou alma perdida neste mundo,
fantasma da cena,
sendo visto sem conseguir ver,
falar e não me conseguir ouvir.
Trágico espantalho que espanta a vida que o quer,
procura o nada que nem sabe que o é.
Vivo na maresia de saber ter casa
sem me nunca sentir em casa.
Vivo a palermice de me conhecer e sabotar
a todo o momento.
Se não disciplinado disto
me corrói-o sem fim
e sem respeito.
Vive o diabo no meu peito
e deus no meu cérebro.

Só o impossível me conhece...