terça-feira, 29 de março de 2016

Quero encontrar-me com a Lua
e dançar aos astros alegria minha.

Quero sentar-me em Marte
pensando vitórias e derrotas
desta minha pobre rica vida
enquanto Júpiter me sonha.

Quero que Plutão se lembre de mim
no dia-a-dia do destino ser sem fim
e Úrano lhe dê uma ajuda maior do que é.

Quero que o Sol me seja no Verão
rasgando corpo e pele
e ser raios de força bruta espiritual
para os outros, o mundo e tudo.

Quero que Vénus tenha ciumes disto.

Quero um pouco mais de tudo isso.

segunda-feira, 28 de março de 2016

De nada
obrigado a continuar
sendo vento que passou,
sentindo medo que furou
o tímpano da intuitiva certeza
que tudo é, foi e será
perfeito.

(Perfeito como?
Natural.)

Em memória viva do que fui
esqueço o presente
em concórdia com o hábito
de quem vive o quotidiano como normal.

Ora, na vida, coisa que deve haver
é espontaneidade,
absoluta abertura ao sobrenatural
da surpresa expandir os lábios e a mente
em tom de arte.

Mas que de mim não sei,
sei eu...

Uma comichão no céu da boca astral,
na maneira de sorrir e olhar para ti quando falas para mim.

Qualquer coisa.

sábado, 26 de março de 2016

Não sei como achar o achado.
Por isso mudo.
Mudo para encontrar o não procurado
que me procura a mim.
Aleatória experiência amorosa
com a vida e sua eventualidade
que faz de mim um astro de surpresa:
feliz criança.

Alma precisa disto.

Ficar é o pior.
Ir é melhor.

Não saber
e descobrir.
Nem sequer entender
e deixar-se sempre deslumbrar
com o que dá e tira a vida
como deus diabólico
que manda mais que sentimento
ou emoção minha.

Chorar ou rir
é consequência,
o importante meu irmão
é deixar-se levar
pelo que há de movimento
em não saber e ser,
a cada momento,
coisa nova e pura,
coisa que dura e dura
até se partir para outra.

Falemos de danças e memórias ocultas.

Falemos de filhos e avós
mudanças e sistemas de evolução.

Há que ter mão na vida
que ela se não colhida
é pesada e chata.

Lembrando criança essa
que me viu crescer,
todo o mundo é miragem,
oportunidade e brincadeira.

Falai ao destino
e enganai previsões.

Sabe lá deus o que há de ser ou vir.

Sirvo a vida e o tempo:
animais absolutos de determinação.

Amanhã morre-me o ontem
e feliz contemplo isto,
com um cigarro na boca
e a realidade atrás.

segunda-feira, 14 de março de 2016

Fortuna é o Acaso divinizado e personificado por uma divindade femenina


a minha filosofia
(/religião)

Miradouro de Santo Amaro


Penha de França


Meu amigo, meu amigo,
sinto-me longe.

Não sei de meu espírito,
não sei de minha criança.

Preciso ajuda amigo meu.

Travei na vida
e a vida precisa de velocidade.

Oh mas que pena
que estava tão bem...

O ano passado senti-me como ave de rapina
que dançava as dificuldades
com tanta arte
que só soluções surgiam.

Parei.

Estou a andar.

Sinto-me a andar
a uma velocidade não minha
mas de outra.

Ando nela,
não sei.

A máquina que inventei para ser Eu
não está oleada.
Precisa de carinho e atenção.

Essa que está nela agora,
na menina que dorme comigo.

Falta-me a dança dos astros,
a impossibilidade ao virar da esquina.

A provável vitória de quem não olha
a desgraça como tal.

Vim de sei lá onde
e vou para esse mesmo sitio.

Ou melhor, ia.
Agora estou parado.

Será que a Mulher existe para nos parar?

Não pode,
não é verdade.

A Mulher existe para nos continuar.

Falta-me a arte de entende-la
ou ela a mim.

Algo aqui não está certo.

Falta sabor e continuação.

Vivo a rotina e
o meu dia-a-dia é já ontem.
Enfim.

Algo a mudar amigo.

A vida é sempre mais do que o que se pensa e vive.

É tudo o mais e o nada
a cima de tudo:
Espaço e Tempo.

O meu grande Amor são as ideias.
É bom que mintam
pois não há nenhuma
verdade na realidade
senão a tua.
Em feira de almas se coze a identidade.
Amor à alma só
que de Verão se aperta até explodir,
explodir crente de rir!
Faz a calçada o caminho do saber,
saber pequeno como e qual crescer.
De manha despertar pensando
o que amanha levará.
Sei ave, sei passarinho,
não sei de ti nem de mim
- perdido ao imaginar vida
lá para os lados negros mas vastos da mente.

terça-feira, 8 de março de 2016

Não sei para onde vou
ou se vou.
Sei que dias andam
e noites também.

Febre de vida falta-me.

Aquele precipício...