Tanto sol ou bruma só conhece a doce alma que se verga à vida completamente.
Já tive nestas vidas alegrias que nem alegrias são mas absoluta comunhão com tudo e todos
nesse preciso e continuado momento, parecendo e sendo deveras eterno, infinito, deus, etc.
Depois e antes disto tive infelicidades de me julgar o único ser que sofre o inimaginável
de não ver solução alguma e sentir mais que demais tristeza de ser eu, e ser assim, frágil,
sensível, pequeno e magrinho.
Antes e depois disto senti felicidades, novamente, de outro este mundo
que compensam todo o esforço de meu - parecendo - inútil sofrimento.
De momento sinto-me enclausurado,
perdendo o espaço vital que tenho na mente.
Mente essa que tenho sempre de exacerbar ao infinito
para me livrar de demónios e realidades que não são.
É que atrás e à frente e de lado de tudo o que sinto
sei, perfeitamente, (sei lá eu como!) quem sou e porque estou vivo
e qual é deveras o meu destino, como homem, como ser humano e como vida sentida e vivida.
Não sei mas creio que meu coração está amaldiçoado com alguma incapacidade
para resistir à pobreza, cobardia e tristeza deste mundo, meu mundo.
A única coisa que sinto poder fazer e ser é exacerbar-me num outro,
mental, consensual e como que sensual.
Matemático também,
porque a cima de afectos, amor e sentimentos
só a física quântica do que se verdadeiramente sente ser.
Vivo neste embalo ridículo da vida se julgar
merecedora de meu recíproco gesto.
Perfeccionista do equilíbrio impossível de ser humano
e ter sentidos e sentimentos.
Toda a minha ordem é uma outra que ninguém conhece.
Eu sou o futuro de meus pensamentos e projecções de agora.
A absoluta desorganização
da organização que me guarda
e aprendi a respeitar.
Porque sem ela sou alma perdida neste mundo,
fantasma da cena,
sendo visto sem conseguir ver,
falar e não me conseguir ouvir.
Trágico espantalho que espanta a vida que o quer,
procura o nada que nem sabe que o é.
Vivo na maresia de saber ter casa
sem me nunca sentir em casa.
Vivo a palermice de me conhecer e sabotar
a todo o momento.
Se não disciplinado disto
me corrói-o sem fim
e sem respeito.
Vive o diabo no meu peito
e deus no meu cérebro.
Só o impossível me conhece...
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