quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

De sol ao raio
encontro o de chão ser céu
e toda o meu imaginário coração
é veste de realidade
tão sucinta como o teu sorriso
minha querida.
A norte encontra-se a casa
do sossego e do abraço e beijo
mas a sul
a loucura de desbravar fermento
ao certo discernimento de ir
e correr e partir e cair
e ser
coisas que se não sabia poder ser.
Além o muro
há terra firme e verde
e quando chove lama
para camuflar esta chama
que não pára nem cede
apenas queima e queima e queima.
Descobertas cisternas de afecto.
Há de longe uma alma
a mais que as outras,
a alma do desconhecido
que por ser bem parecido
parece querer chegar.
Mas não vem,
vou eu em seu lugar.
A noite acontece
e a febre de me partilhar
não deixa me deitar e calar.
São sombras de desconhecido
e o conhecido meu ao ar
que estou cansado do mesmo
e do passado e até mesmo,
e a cima de tudo,
do futuro em que não creio.
Escrever tudo isto sem querer.
Escrever tudo isto
sabendo desta forma hirta mente ser.
E o querer tropeçar, cair e rastejar
para ter direito à paz de saber tudo isto passar.
Todo o som que alguma vez ouvi
está aqui dentro, em mim.
E cada maravilha que já senti
corre bem dentro de mim.
Esquecer isto
ou pôr isto em questão é erro.
Há que saber morrer dentro
desta e só vida que há dentro de
cada um de nós.
O mundo o palco.
(Não queiras ver os bastidores...) 

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