sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Não admito que Lisboa se torne absolutamente Capitalista.

Na minha cidade rege-se a absoluta tolerância
de povos e tempos, de ideias e seus templos.

Em Lisboa não há só o agora
mas o que o antes sempre reflecte
no futuro a prosseguir.

Sendo nós filhos
há que saber dos pais,
sendo nós pais há que saber dos filhos ser.

Lisboa é aldeia,
Lisboa é mundo.
Lisboa cai no passeio da calçada
como a seguir nomeia todo universo
o seu mundo.

Na cidade vive a alma do campo
em quem, de quem deixa, se tarda para sempre
o encontro (já afinal conseguido).
The stone collapses if there's air much.
And the iron wakes on till death is gone.
Making time pass is a tricky thing.
No one really knows how to forgive mistakes
without being.
A little one that takes his time
like a precious reflexion of the human mind.
To get away from life is a coward statement
but to live it so laughing
hurts the guts of a soul's yelling from the past.
It comes to show that there is no similar winnings
as the ones of not: silence.
The calm peace that finally forgives.
Where is the sculpture of air we exist?
Who made the dream something that someone
can take?
I really try to understand before living after
but the ways of the mind are their own.
Not to know the unknown
cause he lives of enjoying
the flow of it all.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Falemos de coisas de agora.

Surgir desaparecido sem medo.

Foi tempo e tempo acontece a cada momento.

Mas sim de estar nele conseguindo o pouco que se é
que se sabe ser, sem esforço, sem segredo fora do eu.

Tal de a vida ser o desconhecido.

Lembrar o que ajuda a avançar,
deixar legado vivendo apenas.

Palavras me apetece mas elas não chegam onde tenho de ir.
Elas são aladas e eu peso o passo com toda uma vida em cima, atrás e à frente.

Acontece simplesmente.

domingo, 25 de janeiro de 2015

Crescer é saber dar tempo ao tempo.
Não há muito a dizer sobre emoções
a não ser que elas nos guiam e nos levam com elas.
Quem sente, vive sentindo.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Atento ao chão de meu enleio
escorrego dentro da tentação e não fujo.
Desta eu não fujo.

Mas há que trabalhar,
lidar com os outros e comigo,
lidar com o a ser
e o que tem de ser.

Fabulosas ideias não materializadas
vivem cá dentro
mas fora se move o vento e o tempo.

Move-se ele também,
meu amigo,
ela,
minha amiga.

Movemo-nos todos
e com todos há a dar
e receber;
já que o segredo está
em ficar
indo.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Demasiados eus tenho eu
neste espelho de me observar sentindo
o que sou a dado momento.

De universo alado
- assim de fantasia -
descubro tanto cá dentro
que o de fora se perde em maresia.

E volta o encontro a ele
e esbarro distraído
que estava no meu.

De se não mexer
mexe sempre algo
porque a vida teima
em não parar.

Necessidade de saber,
é preciso estratificar,
organizar.

Mas se mexe um dedo
a coisa muda
e já nada faz sentido
do que se fez sê-lo
naquele momento.

E viver, mais do que isto
que escrevo,
é deveras arriscar
por planetas amigos e desconhecidos.

Já por dentro descobri o centro
daí não ser sábio ter medo de me descentrar
por aí, por lá,
não é?

Na verdade
esqueço a cada instante a vida
para estar aberto à sua graça,
ao seu ínfimo detalhe.

Mas isto só preza a contemplação,
a escrita e a compreensão.

Rios de meus pais,
infância e história pessoal.

E o oceano?

Há lá a desaguar?

Pois que assim seja
se algum meteorito me rebentar a coerência.

Adio-o mas sei que vem
e, "por trás", é bem vindo.

Sou menino ainda
nestas vestes de homem moderno
e cínico.

Insensível àqueles que ontem
andaram à pancada no Intendente,
enquanto parte da gente do grupo que vinha comigo
foi lá, foi lá falar - parar o distúrbio. 

Mas qual distúrbio não vi
pois não me era a mim nada.

Que justiça me compete de tal pancada
quando quem começou ela foi o que depois estava no chão
a levar - aquele que eles, os meus compatriotas, julgavam a vítima...

Assim, muitas vezes, agir fora de ti
é não perceber a responsabilidade prenhe de cada um.

Deixai,
deixai o distúrbio acontecer até ao fim
- assim digo e creio.

A coisa no fim dá sempre em compreensão,
em resolução, em descontracção.

Qualquer coisa que sempre tem
continuação.

domingo, 11 de janeiro de 2015

De tocado ao de leve
se descontrai toda tensão
e solta um murmúrio de prazer.
Curvas delgadas e cabelos compridos na pele
relativizam o lá fora
descobrindo o dentro longo
e valioso.
Silêncio e pouco movimento
se ouve lá fora o carro a passar
a gente a falar.
O sol cai e traz a noite
mas cá dentro tudo se mantém
e passa levemente.
Entra um, dois dedos
e outro murmúrio mais vasto
enche o quarto e os quartos
e a casa,
quem sabe...
Quente
húmido
o leito do prazer se abre tanto
para manter o ter a ser
e desaparecer,
mais uma vez,
por barulhos e movimentos repetidos
que largam o que foi
para o que é,
a cada momento,
a vida e o a fazer
por certo
completamente.

sábado, 10 de janeiro de 2015

quoteZ

 "The more a woman hides and abandons her femininity, the more it emerges from the very heart of her existence."

 Fashion designer Yohji Yamamoto

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Now time is other and I find space to embrace something
that I've condemned yesterday.

Like to betray my well driven philosophies
with my own judas ways.
(It's to have both hands thinking...)

No big argument I take
nor I believe in something all the way.

It's details that make things be
and I like everything to be as it is.
So respect is needed for every single thing there is.

Opinions are heavy and stuck.

Conversations with others caress my thoughts 
and all I find is understanding.
Not a rational one but of the heart
- organically in constant movement.

So I betray me
as a gift to understand
what does really interest me and others.

It takes its time
but sooner or later
change is inevitable
and better it is for that change
to be made by proper individual initiative. 

Where does this road take?

Should I be completely devout to my searches,
not doubting them ever?

Maybe, just maybe, I'm a coward.

But even if so
I try to be it consciously,
understanding the ins and outs of the process.

That way, at least,
I have a history to talk
and think about... 

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Inconstávelmentecível
A morte para te dar disciplina
a vida para te dar alento.
Writing poetry is believing
that the things you think and desire
are somehow more important than how
reality portraits you.

domingo, 4 de janeiro de 2015

Matter of flying
to keep calm
and no regret tell
for silence is the way
of clearance.

Better the ways of change
keeping the little light inside awake
by the night sleeping day.

Not to carry the ways of all
look to the side when you fall.

For the stone carried by one
is the morning diamond
seeking time to old by not dying.

Sense truthfulness in details
for they not judge nor fail
- they make you see what you feel
and are.

So, in a delightful day of spring birds tweeting
you'll know that tomorrow is already
and your mind and soul are together
with us all.