domingo, 11 de dezembro de 2016

E cada vez que apareço nesta terra vejo o céu e o mar,
terra e subsolo crente de descoberta em frente.
E cada vez que me vejo em mim
vejo eu por ti e ti,
mais que demais individuo
eu sou plural!
E quando me canso de mim
me caio em chão de fim,
um, tão pesado, tão só e ridículo...
Mas há o amanhã, a coisa de ver alguém novo
e mesmo que o mesmo de ontem mas noutro dia
a seguir.
Coisas parvas que digo mas isto sim é vida para mim!
Quero morrer por algo nobre,
quero ensinar aos outros o meu sofrimento
feito dança e música, poema ou fala.
Que a vida já passou por mim tantas,
tantas vezes mas por alguma razão
sempre me esquivo dela
- é demais intensa.
Prefiro andar por aí,
como incógnito,
e nessa liberdade pura
saber e crer as maiores verdades
que ninguém sequer supõe existirem ali,
onde eu - fantasma - ando.
Nasci de um fruto raro,
de um erro assistido pela vontade e amor
de meus pais.
Vim para aqui com boas intenções
e o mundo riu-se de mim.
Depois de me despir de tudo
vesti uma capa negra
que amaldiçoa quem se me atravessa caminho.
Para o bem ou o mal
eu sou negro e puro,
cru e duro.
Seja em amor ou ódio,
acho o equilíbrio e colaboro com este.
Paradoxal, é tudo paradoxal.
Querem a vida e vivem mortos...
Eu apenas quero a paz da morte,
disciplina completa e natural suprema
mas com isto o que mais vejo é vida,
plena querida linda vida.
As nuvens, o pássaro, a simpatia da velha,
as pessoas a sorrir e o vagabundo que me pede um cigarro.
Tudo acontecendo a cada momento.
Não há muito que se lhe diga.
Deixa a brisa ser
e sê com ela por favor.   

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