Coisas da cabeça que o coração sente e mistura tudo numa encruzilhada
de travessas e calçadas onde subir e descer constantemente é a vida. O
risco em frente se for sempre, não é risco mas chama acesa de acreditar
na vida. Agora, com medo, tudo mas Tudo se torna difícil e como que
impossível. É uma coisa feia ter medo, ter medo dos seus próprios
pensamentos. Normalmente nisto a morte ajuda a compreender o que de medo
é fantasia e que a energia que nos guia é aquela que deve ser seguida.
Mas a morte é difícil de achar quando uma pessoa se sente demais viva.
Algum descanso da vida... Porque fazer disto tudo uma mania de grandeza
se o que se mais sente é pequenez? Pequeno o ser humano anda por aí,
sentindo muito, falando pouco e tropeçando nos seus desejos e vontades. É
preciso inventar a realidade para que o coração não chegue lá. É um
órgão confuso este... Difícil de entender, mais ainda quando o cérebro
tem "certezas" opostas. Misturar os dois é o segredo mas tão difícil é.
Queria ser ligeiro como um dia consegui. Queria o pragmatismo de
trabalhar, observar e sentir sossegado. Agora estou todo largado pela
vida e o mundo, me querendo fechar num ninho meu, e mesmo esse está como
que amaldiçoado por mim e alguma cobardia mista. A questão é não ter
onde investir, não estar integrado, não sentir que a coisa flui sem mim
mas comigo também. Aí, os amigos, a família e o passado -
consciencializado - ajudam muito. Mas há qualquer coisa que me desiste
de viver, uma vontade de sossegar que é tão difícil de assentar. Tenho
medo de mim. Há qualquer coisa pré-editada que parece que quer que eu
falhe, que não consiga. Acertar e conseguir na vida dói um pouco, como
já Vinicius dizia:
"Se a felicidade existe, eu só sou feliz enquanto me queimo e quando a
pessoa se queima não é feliz. A própria felicidade é dolorosa."
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