sábado, 31 de maio de 2014

Depaduef - Um senhor cubano, cigano, que o pai era italiano e a mãe da Síria.
Interessante personagem que encontrei na praia de Jabaquara a pintar
cadeiras. Já tinha viajado o mundo inteiro e uma das coisas que ele me
disse, quando primeiro percebeu que eu era português, foi a seguinte:
"Mas que merda de colonização vocês fizeram aqui!"
Ao que correspondi rindo bem alto.

Durou a conversa lá mais do que uma hora.

Homem interessante esse Depaduef.

Disse-lhe que haveria de ter uma mente extraordinária
- com tanta viagem, tanto mundo.
 
De manhã...
É cedo e já acordaste.

Por sorte estás onde estavas
quando em cima te deitaste.

Falo-te de memórias.

Aceitas elas como frutos doces,
maduros - quentes até.

Lá fora está frio.

Dorme o coração ao vento
que ele dançará,
ele dançará.

sexta-feira, 30 de maio de 2014

And then again what comes goes
and what goes comes like fluent talking of life's way.

Silence is broken and life his more crude and tight.

Delicate. 

quinta-feira, 29 de maio de 2014







Arriving where you left it's painful
cause the same happens. 

The old routine comes to pass
like morbid past.

To continue a journey
that wasn't fulfilling?

Always fulfils something...


There are strange ways in this life
that happen when you want to be,
just be.

I am tired.

Slept two hours on the plane
because a fat guy refused to close
the morning window
for all others to sleep in a night way...

Just tired,
just tired...

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Sem tensão não há arte.
Sem demónios não há anjos.
E para quem se habitua a anjos
é difícil esquecer os demónios
que os guardam em segredo.
Segredo esse que se aprende a saber.
Tempo a cima de tudo.
E por mais que haja além
esse torna-se demais perto
para quem vai do negativo ao positivo em concordância. 

terça-feira, 27 de maio de 2014

Paraty






Chamam-lhe a Veneza Brasileira.

Os cães vadios de Paraty fazem-me lembrar os (moleques dos) capitães da areia do Jorge Amado.

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Capoeira





 ..."A resistência à colonização (portuguesa) " dizia o belo preto que cantava.



E assim, mais do que resistir,
aumenta a cultura que não morre
e sempre - sempre - floresce.

Roda de Samba


 Haja - que sempre há - Alegria.



Eu fui de fora depois larguei dentro os tesouros e conheci
feedbacks que nem conhecem o inglês. São toscos e também
não falam português. É outra língua...
Caminhei por pedras altas e duras que não ajudam o passo
à próxima.
Conheci quem me tão queria mas não quero;
mas deles recebi mais do que nunca quis.

Aos poucos conquistei as pedras e fiz elas voarem,
voarem para longe.
Assim me encantam os sonhos
e a realidade
me deixam nua, só;
ao descoberto na luz da lua.

Falei-me noutro dia a ti, e te tão mais quis
que quero esquecer essa vontade de fazer bebés
e coisas assim...

Qual será a casa onde me durmo?

Quem me dará abraço que não me prenda ou esmague?

Sei de ti em tudo o que vejo
e quando me enredo disso
quase choro, porque tu mulher
és demais fecunda, coisa que alarga com o prazer:
a necessidade de nascer.

E olho quem por ti esqueceu
e morre e morre...

Estar aos passos minguantes
te sonhando mas te não sendo em palavras
- soltas pela fala - é erro
mais que demais erro.

Erro que assisto e sou mais que tudo
palavrão disso.

Tantas e tão doces...
Tão cheias.

(Nado em ti sereia dos tempos longínquos em que não havia tempo.)

Essa tristeza que amo.
Luar de sol em terra amarga
que guarda a fertilidade de um amanhã,
luz de chegada minha.

Ter do chão o céu
por o viver tão longe do prazer;
que imagina o que não vê
mas sente,
sente.

sábado, 24 de maio de 2014

Fui de longe comer os restos mas de perto, ele estar, nos perdemos em conversas sem ar.
Depois, cansado, me dormi ao som de ti - quem dera a estrela ser tão bela e linda...
Falei ao destino, comi cabeças doutros e vi coisas que não sei. Mamei de mamas
venenosas e chutei caras queridas como bolas de fogo em que me queimava para
estrelar a noite a um luar que reflectisse um dia. Esse dia?
Não houve um dia mas tempo e espaço.
Nesse abraço resolvi-me a tentá-lo recriar para não mais por fora me sentir dentro
e dentro sentir um tal talento que tão bem mentisse...

Falei-me ao mundo e ele sabe lá de mim,
são pessoas e mais pessoas que olham e desolham
- como eu, como eu.

Há o encontro gratuito,
o toque sem querer
(que quero muito)
o sorriso malandro
de quem tem entre as pernas o paraíso meu.

Falei demais.
Eu sempre falo demais
quando me irrito
ou folio sozinho
a dança que me chama a vida.

Caminho por aí nervoso.
Força que do nada me nascer tudo.

Não importa.
Tudo coisas que vêm e vão
- como a vida,
como a vida.

Tem lá fora a luta
e aqui, aqui dentro, os mil e um
demónios que se comem
e eu neles sou peão.

Peão que os sabe,
no entanto.

No entanto nado.

(Eu que nem sei nadar...)

For the eyes look in to me
but I run from them.

I light a cigarette
and look the other way.

When I know
I travel too soon
but when I don't
it takes its time to be,
to be with me,
to let inside me.

So I write
and await the time
to let things be,
behold me.

In those last times
all that was done was perfect,
but life is so far from it...

Forget,
forgive and forget.

Times change,
times will always do.

Tired, just tired.

I will prevail
and give the world its tail
for it to go around and round
catching it without.

sexta-feira, 23 de maio de 2014

De nada.

Diria obrigado por tudo e por nada...
uma pessoa simpática, encantadora.


A solidão tem dessas coisas.
Portas a cima daquilo que cai fora,
as águas do rio abertas em largas demandas.

Quem cair nada.

Quem olha tudo.

Nascimento e folia alheia
rebarbam  os chãos
de quem santa na rocha, poiso.

E um deles não olha senão o horizonte.

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Há quem diga que quando uma pessoa se habitua
tem de se desabituar
e há quem diga que quando uma pessoa se habitua
tem de se desabotoar.

terça-feira, 20 de maio de 2014

Be willing to grow beneath your shadow. Wheels are turning and you need strength to carry on. Believe. Tired of the same you need some new strange weather to keep up the goings; yellow road walked by muddy black feet. I alone to carry the burden, but there will be another love to help me carry it by gentle and sweet language. All along the side way people helping by only looking.    
Pareceu-me ver o Lobo Antunes na recepção de uma pousada de luxo aqui no centro histórico de Paraty.

Estava mais magro...

domingo, 18 de maio de 2014

Fora horas que não me conto
eu existo em pleno
num sei lá onde
sem espaço, sem tempo.

E na amarga visão
de retorno à realidade
me logo felicito e sorrio
pois ela viva e eu sonho.

Tristeza guarda uma felicidade
mais abrangente para quem,
de alguma forma,
é crente.

Escrever nem quero
mas posso: poder.

Me ajuda a dar corda, rédeas
a sonhos e precipícios que só imagino.

Precisa orientação.
Precisa orientação este sonho meu.
Orientação que não encorage
antes obrigue à descoberta de brechas
na parede do cinto apertado.

Largar raízes por aí feito árvore!
Que nasçam flores e outros sabores
nesse encanto de me descobrir no outro
e o outro em mim. 

sábado, 17 de maio de 2014

sexta-feira, 16 de maio de 2014

De acordo com prestas certezas
a vida, de não fazer sentido,
pode ser maravilhosa.

Deus ao positivismo de inventá-lo
à sombra da vida, mentir?

A verdade é coisa construída...

Que o sol nasce a cada dia
é verdade minha e de muita gente.

Mas há quem não o veja por meses,
lá no norte das europas.

Ter quem se quer
por carência, tão grande,
que a inventa;
sana realidade que ama
pois sonhada - deusa da vida.

Chego tarde a mim,
o suficiente para te dar a ti
que estou farto de eu.

Amor?
Coisa de entrega,
coisa de dar.

Receber,
receba quem não saiba
(ainda) dar...

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Os brasileiros pensam que eu sou argentino
(pela minha pronúncia)...
Hoje vi três macaquinhos.

Ficaram a olhar para mim
e eu para eles.





quarta-feira, 14 de maio de 2014

Tenho ficado por me esconder do lado que só ouve
- eu que tanto gosto de falar...
Tenho escutado muito e observado ainda mais.
Nisto, consumo o tempo em devaneio que não
(re)conhece realmente os demais.
A cada passo uma possibilidade
mas ela livre, voa para outro lado.
Não me canso disto(ao que parece)
e isto não se cansa de mim.
Sou assim um ser estranho,
envergonhado quase.

domingo, 11 de maio de 2014

Por mais que encontre
a chegada é meio que dura
depois amolece
fruto do recheio ser inerte;
no centro tudo é quente.

Somos bolas de fogo,
água, amargura e revolta;
sangue a cima da alma
- felizmente.

Quem cai se perdoa
não por andar mais
nem por esquecer
mas por se levantar e viver.

Dor dá mais do que tira,
afinal é dela que nasce a vida.

Concorre a ela,
cérebro a fim da grama.

Mascara teu ser em sombra de outro
e silencia o calor em bruma de encontro.

Muita confusão tem a noite.

Muito de nada tem ela afinal.
Mas o nada tem dado bem para mim...

Silêncio: só o que procuro.
 

LSD


Land Sand Dreams

Rock Water Green









 Between Paraty and Jabaquara
there's a fort/museum that ahead has 
this massive mountain rock that ends in the water.


360º - Trindade