terça-feira, 29 de julho de 2014

New streets of pleasure to find.
Gardens to see grow and grow with.

Mind entangled by these.

To know the streams that lead ashes
to pastures,
making the dead a well new better being.

From past to present
then
present to future.

Know the sights
by unveiling them. 

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Não sou nada,
antes reajo a tudo o que sinto à volta.

Se me sento em Lisboa
mais não sinto
que a dança de minha mente
com a história desta cidade.

Se caminho num destino desconhecido
colecciono caras de desconhecidos
e culturas novas, em meu proveito
- proveito da escrita e crescimento.

O que sou portanto é desconhecido.

Creio que só sinto
e viver, mais que prazer,
é como que um dever
que sei ter (de ter).

Mas agora te digo,
meu irmão, estou cansado,
e raramente disto me sou sincero
e admito.

Estou cansado de ter de viver
à porrada com o meu ser.

Tão delicado sentir
só encontra par
no tal obscuro mistério da morte.

Mas que coisa essa de fugir da vida tanto
que só ela me seduz...

Estou cansado meu amigo,
acordei tarde hoje.

Espero o amanhã
na promessa de me oferecer destino novo.
Que este em que me encontro
já não encontra nada, ao que parece.

Então até amanhã te digo
e espero que não estejas
com esta mesma pressa
que me cansa antes mais que tudo.

domingo, 27 de julho de 2014






Dentro do chapéu de mágico
a alegoria de ter sonhos mais vivos
que a vida que carrego.

No bolso direito a força
e no esquerdo a paciência.

Fora disto aquela realidade
que turva se não se dá a ela
esperança.

Mexer encantos desprotegidos
que ninguém mexe por não saber
vê-los donde está.

Olhar é bonito
e ser, mais que tudo, é arte.

Arte do viver
como dança de prazer
ou elegância primordial
que adia o gozo e a festa
para que lá, depois da colina,
seja por todos mais sentida.

Porque nem tudo só
e no segredo da lâmpada neurológica
nascem sonhos que têm de ser partilhados.

Amanhã meu ontem
- porque o já senti -
mas isso, também, já esqueci.

Esquecer quase tudo
para prestar serviço ao momento,
perfeito instante de sentimento.

Nas voltas
arrumar umas cadeiras, mesas
e louças
para que no fim,
sentindo novos ventos,
ir e deixar essa toda tralha
para quem não tem lugar.


sábado, 26 de julho de 2014

A poet is a mathematician of emotions.
May the wind blow
through the skin of those who,
dying, just want to live.

Confusion cells
and sells...

The sane withdraw madness 
not to do some foolishness
to regret when the times pass.

But in the end,
mad or sane,
to live is necessary
for life to be made.

And life needs making,
progress needs attention.

The low cost of feelings
and the heart being only a thing to be On,
pumping like crazy till we gone,
will eventually have to end:
cause we're dying down here,
we're dying.

No purpose
and life a struggle
when you give yourself
not receiving.

 
The night dark eyes
to guard shine streams of beautiful dreams.

Till then
await.

sexta-feira, 25 de julho de 2014

De lado ao caro de boa pinta
mas ficar olhando prostrado.

De esquecer um pouco
o adoecer muito ao ver perder
quem ganha e perder isso também.

De ter de tudo caminho
idiota destino de deuses
que sonham pela física quântica da intuição individual.

De não ter nada
e querer o nada
e ser o nada - morrer disso cheio!

De não saber
porque saber o que não querer saber
porque ainda não sabe
visto que é novo cada caminho
cada instante.

De falar demais e nisto esquecer
efectivamente o que fazer
(fala tem poder além da comunicação
e tendemos a disto nos esquecer)...

De silêncio a mais
ando pela via dos mortais
dores incomensuráveis gritam dentro
só por não virem para fora um pouco.

De querer e crer e ser um pouco de tudo
e nisto acabar com muito de nada
coisas intimas que não são
coisas supérfluas que guardam a maior razão!

De mostrar gentilezas excessivas
para esconder uma absoluta brutalidade,
como que, espiritual.

De dizer tudo isto
mentindo tudo isto falando verdades que não sabia
antes disto escrever
(estou agora a descobrir)!

De ser assim que vivo a vida
morro aos poucos o sonho
para que nasça noutros e noutras
coisas.

quinta-feira, 24 de julho de 2014




Online the infinite resource of feeling emotional lost.

Eyes shut to possibilities,
the impossible a needed background.

But in this all a sound,
not real and prospects are reasonable:
not quite going anywhere
but staying on the same ground
watching times pass like a little sad clown.

Body weights more than physical,
it's mind controlled by passivity and fear.

To stay and be the same
while the world pushes, and comes and goes,
and the same stay prevails like a bad weather of the gods.

No peace because the world in war
and no real need for war because of the comfort
of not doing and seeing it all again and again
while days and nights remain the same.

The individual,
where is he?

All a brain of others
and feeling intimacy can
break the womb that joins us in silence.

But for what the joinings
if nothing does happen?

Why the feeling of integration
if alone more comes to your personal thoughts? 

Always the possibility of loosing yourself
in your personal womb
but then loose others and the need, and capacity,
to share, talk and comprehend beyond you.

Maybe the street is intersected
and no reason to keep it going straight.

Might as well turn left or right.

terça-feira, 22 de julho de 2014

"A felicidade é um mito. Foi inventada para nos fazer comprar coisas novas."

or

"Happiness is a myth. It was invented to make us buy new things."

Karla from the book Shantaram


A felicidade não existe portanto deve-se anular este conceito vivendo.
Depois de muita vida vivida o conceito de felicidade inatingível
substitui-se pelo da nossa, e só nossa, vida.


pelo Noel Rosa
e
pelo Vinicius de Moraes


(...claro que a felicidade dos poetas
não é felicidade nenhuma.
É qualquer coisa além, sim.)

Em Portugal o mundo está longe.

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Gato







Hoje tive com um gato.

Estava a olhar a relva 
quando o chamei. 

Veio de imediato satisfeito,
querendo as festas 
naturalmente prometidas.

Grande e possante,
as duas bolas de trás
ostentavam virilidade masculina.

De um lado para o outro
se esfregava em mim 
e quando eu estendia o braço
para a fotografia ele queria 
festinha do telemóvel;
 (não sabe ele que o telemóvel não faz - ainda - festinhas).

Olhos confiantes,
gato de rua que sabe de sobreviver
- recebendo dos outros o que quer.

Depois de ver que sosseguei os carinhos 
foi à sua vida com a mesma elegância 
como entrou na minha.

Haveria de querer aquilo que não quero
para entender o além de mim, outro.

E nisto desapareço feito vento
ou fantasma, rindo de meu caminho
ser tão despassarado.

Mas nestes risos
um imenso choro quadrado guardado.
Coisa de não poder dizer aquilo que é,
porque o dizendo deixaria de ser
e eu gosto de saber.

Nessa cave da existência confortável
pedir-me a auto-destruição por forma
de equilibrar a balança da criação.

Não sei e não posso ser
- sabe-se lá porquê - sossegado.

Basta-me o sol ou a lua,
um olhar conhecido, um amigo
e tudo volta à confusão de ter de ser
aquilo que só perdoa e erra pela ilusão do amor.

Alguma coerência nisto,
pragmatismo sim - algo do fim para criar meio.

Porque à deriva se não faz nem recebe nada,
tudo passa e fica apenas aquela coisa chata de pensar.

sábado, 19 de julho de 2014

Arte - infinita máscara de cobardias pessoais.





(...mas é tão bom...)
...no reason at all,
I just found out.

Bleeding feelings
in day dreaming skeletons.

I walk around
and no seeing life
but others in it.

Trying to get close,
almost kissed a girl once...
Yesterday.

But it's today now,
night I'll tell you.

I found out something.

Maybe it is that there is no something
in nothing
and all my endless pursue
is a dream of having you.

The writings of my hand
and the blueness of my mind,
and heart, caress people that I forgot.

But hello is what I know,
goodbye it isn't so...

Let me know when coming
or let me come alone
on the pursue of something useful.

Get it together man
you're loosing it.

And "it" is the only thing
you've ever had,
as you know.

Fall to rise above laments
and crucially superficial emotions
that make you who you are, after all.

Why so alone?
This need to loose it all.

Trembling,
body shakes like snakes
- maybe because you're not following your snake.

Can I be without knowing?
Can I rest please?

No can do.

Leave it to death
that will see you soon.

Dark, thin and weak.

No being in here.



Follow the wise,
the sexy mothers
and let your child be.

"That can do."

sexta-feira, 18 de julho de 2014



Walking the sun
making shine the weather filled by.

The river is way big for I to swim.

The plane grows above me
and I travel with it.

Behind me the train passes
and some bicycles too.

Movement it's my quest
and standing beside it my doom.

For I just stand and feel
I don't move.

Only love makes me move.

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Por de lado da preguiça
está a vontade.
Ela já bateu à porta
mas se esqueceu numa ida
cancelada por estupidez.

Na conquista
o ganho
mas o ganho sabe lá
do que eu soube sentir
até lá chegar!

Pois isto de escrever
é coisa de uma vulnerabilidade
absoluta
que esquece a vida
porque pode,
porque a tão simplesmente
recria com tranquilidade.

Uma bomba ou um murro,
uma porta fechada com força,
algo de violento por favor.

Pois a coisa de ser todos os dias
o mesmo e nessa inércia
desaparecer existência
é falácia demais.

Mas o que penso e sonho
é sempre o impossível.
O possível - o perfeitamente possível -
parece-me impossível.

São outras forças que requerem exercício.
Forças essas que não conheço
e tão perfeitamente sou,
como que, um iniciante amador.

É que se for
gostaria de, ao menos, um lenço branco ao ar
ver da distância percorrida
no afasto desta estranha missão:
de querer o perto e não o conseguir,
tê-lo só de longe como um aperto
que gera e cria, sorri e chora,
é.

 Olá adeus.

quarta-feira, 16 de julho de 2014






por debaixo da ponte 
uma massiva estrutura 





Uma coisa tão feia (que eu acho belíssima) que faz um som tão belo.




(o video está horrível mas foi o que se arranjou)


terça-feira, 15 de julho de 2014

The mind makes it real.

Thoughts come true
if you keep them in mind
and believe in them like your time.

For good or for bad,
evil or greatness,
your will makes things real.

Yesterday forgotten
and today delayed
only tomorrow to be born again.

Though there's continuation,
from here to there,
circumstances build you
to something new and capable.

When going to the unknown
the need to let go
for all falls to the time and space
of your actions replacing your mind.

And you're fine...

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Nasci estrangeiro:
tudo me é estranho, curioso.

Nasci fora de mim
e quero lá voltar.
Mas onde?
Voltar onde se nasci estrangeiro?

Ando pela minha Lisboa
e o que vejo é uma enorme aldeia
cheia de velhos e família.
Ninguém se mexe e todos
sorriem com alegria
(mesmo que forçosamente).

Há demais nesta cidade
ou de menos nela integrado.

Visito-a quase todos os dias.
Sou dos arredores então:
onde há praia, vento e pássaros.

Não sei o que fazer desta alma
que não acalma.
Não quer nada depois de pensado
- mastigado, está digerido
embora que só mentalmente...

Que coisa parva deixar-me levar
por tal romantismo; esta coisa epicurista
de viver sem querer, num prazer tão moderado,
com coordenadas bem estruturadas e ínfimas.

Mas há qualquer coisa,
qualquer coisa misteriosa,
que insiste que a pensemos,
que a sejamos.  

(Sinto isto porque não tenho mais nada que fazer...)

Pois isto não pode ser.

Até a inspiração se esfuma.
Pois, para quê inventar
se há o café, a conversa simpática
e a atenção atenta de quem nos quer
por teimosia?

Oh, caio de novo neste absurdo.

Faz rir, é certo,
mas isto porque é absurdo.

Nasci aqui
mas podia ter nascido em qualquer lado.

Talvez em qualquer lado
me sentiria um estrangeiro igual
ao daqui.

Sentir-se estrangeiro
no país que o viu nascer
é, afinal, sentir diferente:
sentir singularmente.

Pois, é isso,
exactamente.

Tudo começa de algum lado. O fazer o chegado, partir antes da partida saber.
Tudo começa por algum lado. Amanhã, tão longe, prefere-se o ontem que atinge
e é como se aqui estivesse, porque há memória, lembranças - material para improvisar.
Fui à rua e vi mais do que queria. Agora daí vêm-me à beira mas a timidez esconde-me
ou arrogante afasta sorrisos e possíveis abraços. Solicitam-me a pessoa mas sabem lá
que essa pessoa não existe, apenas ideia a existência como flor de nobreza e imortal.
Então sento o traseiro e alieno o espírito por força da tecnologia, o ecrã mágico que adia
a vida e substitua por algo meramente mental, quase. A viagem me não pega. Durmo a
vida em pleno sossego de não poder descansar mas parecer descansado sempre. A inspiração
não vem porque não precisa... Mas precisaria dela se não tivesse possibilidade de futuro breve.

sábado, 12 de julho de 2014

Lua












Quem dizer ter quando se já não tem
nem se quer?

Por vezes uma solidão trespassa-me
a alma e, em pânico calmo, reconheço
a morte.

Distraído que quase sempre estou
num qualquer umbigo que não sei ao certo,
e não me larga por nada, desde que para aqui vim.

Penso ser mas adio viver como uma tartaruga
que sonha correr.

Então quando me lembro que nada do que penso
é real vem-me esta absoluta dor.
Nem dor mas ausência, uma absoluta ausência
de não ter caminho e tudo nascer-me da solidão
que não quero mas assisto e mantenho.

Porquê?

Estar integrado é coisa agradável
e orienta este estado de não ter estado
só pensamento, como que real.

É uma pena.

Estes dias de ressaca em que se lembra o feliz fugaz
da noite que ontem percorri.
Estes dias que acordam a meio
e sentem em cheio esse vazio
de estar e ser sozinho como impossível ser.

É aquilo de estar a deixar passar a coisa
e vê-la ir no sorriso de outra, outro, outros...

Quero morrer por alguém,
agradar esse alguém no mais simples
e desocupado acto.

Agir dentro da linha desse alguém.

Admirar, respeitar. Amar? Sim, pode ser.

Ah, não sei.

Falta-me ocupação, é só.

Sofrer pode ser
mas só se der o que fazer.

Criar é amar com o intelecto
junto ao coração
e nascer do sexo a obra pronta
a ser vista, tocada e apreciada.

Viver para os outros
criando assim algo do encontro.

Escrever é bonito...

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Sintra


















Loucura é o depois do medo.

Depois disso a santidade
- seja ela qual for...
Future is an utopia.

Living in the future
is like expecting to arrive
somewhere that doesn't exist.

Living like this is a lie.
But a beautiful one
that delays the present like a sketchy
and incoherent thing. 

Future exists to control.

The past also but that one
has coherence and foundations
and culture and ancestors
- things to relate and guide
our individual and collective life.

Something so priceless as the present
seems a kind of taboo,
too innocent to be true.

Future can be if step into in,
and always in, the present time
and circumstances in mind.

Can go and change all
but what stays and remains
are your belongings,
individual ones,
spiritual ones.  

Life is a test
and patience the most needed value
to be what you see
cause that is what you are
mostly.

Be quiet and walk your feet;
smile to the welcomes of the world
and of your life.

Fui procurar por caminho
mas só encontrei destino.

Lá no cimo vi o de baixo de tão longe
que decidi-me a descer,
sentir e ser o que antes apenas olhava
maravilhado.

Sentei-me depois de tanta visão e vida
e escutei só o pensamento.

Dele nasciam coisas que não sei,
coisas lindas que pediam existência.

Mas, finalmente, lá me levantei novamente
porque o meu traseiro já doía de tanto chão...

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Camaleão da coisa.

Olha com olhos independentes
o seu lugar.

Não foge e anda lento
apreciando o que vem
com o vento.

Quando da árvore cai ao chão
logo muda a cor para uma que esconda
onde esteve antes.

Mudando consoante o lugar onde caminha
e de língua de fora caça uma libelinha
com calma.
It comes when it has to.

No greater dragon can be
without passing some doors
that you still don't believe.

So walk through them my boy.

domingo, 6 de julho de 2014

A agendar ruas de meu amor ser detentor
de coisa alguma. Coisa essa que se não sabe
e, desconhecida, anda por aí - sem que a vejam
sei que se saiba, ela anda e corre como demasiada.

Ter que te preciso e nisto ajudar o tempo a passar.

Melancolia, coisa da vida e de ter feito o caminho só.

Querer algo daí sim, algo que me chateie ou mace,
algo que me intrigue - puxe por um novo caminho.

Tou cansado de poder, cansado de ser. Quero ser
por outro, outra; junto fazer o bom e único viver
de ser mais do que a vida desmaia.

É tropeçar, colher, escolher, comer, olhar, falar.

Ser daqui indo para ali,
ou ser de cá com olhos e mente de lá.

Qualquer coisa que confunda e nisto dê liberdade
ao pensamento e ao gesto elegante.

Encontro quem me vem e vê eu ser.
Instantes amigos do momento
- diz-se a eles mais que a uma namorada...

E aprecio isto.

Faz crer no humano que há na humanidade.
Faz crer que existe mesmo sem se querer.
Faz querer viver, somente viver.

Com tempo descobrir o futuro distraidamente
vivendo o presente como um presente.
 

sexta-feira, 4 de julho de 2014

Built on silence everlasting.

Can't find me now.

Away from streams of the world
sleeping on doubt like a whale of sound.

The sound are questions with answers following.

Action makes it all be
but no action can I see
for feeling all the hall is full
and I cannot move.

Something to do.

Run over me my child of grand eyes.

Yours I can see and mine are lonely.

O Banco de Portugal...






 ...é uma Igreja.



quinta-feira, 3 de julho de 2014

De tempo ao chão
olho e colho
o que cai,
o que não é visto,
o que sobra.
E disso faço coisas
de olhar,
coisas de ver, observar.

É do pouco que nasce
aquilo que somos.

Tempo a tempo
memórias de espaço
e reentrâncias de consciência
nos lembram sonhos a ser
ainda.

Me lembra a cana
que de canivete fiz uma lança
em pequeno.

Teu olhar na esquina a me ver.

Fui de dentro para fora
e não há mais dentro não.

Haverá e será
não mais sozinho
mas em concordância de crescer
e ver isso ser lindo por mais que um. 

Estou com tempo
é só.

Cadê o espaço?

terça-feira, 1 de julho de 2014

Fico na espera de tal encontro,
ou devaneio, coerente
que me lance em cheio ao vento.

Nas pedras da espera
levo com a água do rio
que, batendo forte, me
fustiga a alma à perdição.

Mas sempre cai o tempo
em que cansado me lembro
que tenho forças mesmo,
e a cima de tudo, no final.

Assim sorrio de meu próprio sofrimento
e deixo-me ser pelo fim em mente.
Oh noite que és minha,
só minha por vezes.

Acordo-me contigo
quando juntos nos ajudamos
nesta forte frente da vida e do sol.

És o descanso de quem sonha
porque em ti o sonho é real.