sexta-feira, 29 de agosto de 2014

um Gato









É tão refrescante ouvir uma língua nova! Fico a pensar se não era bom me matar pelo caminho da viagem; embora que viagem esteja habituado à cabeça e não às pernas, oh deus! Que foi que me deram aqui, pobre menino, não cresci. Ponte alta da imaginação, cresce ela enquanto diminuo eu. Alguém estrangeiro no meu coração, alguém de outro sim - caio na desesperança, oh lord!

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Lisboa é cidade, é aldeia,
é coração de dançar a hora em silêncio,
busca do outro em dourada naturalidade
de o veres pelo meio da tua estrada.

Lisboa é colheres de ti o que outro tem também
e receberes, enfim, o que de pouco vale tanto e tudo.

Lisboa é ser da lua e olhar o sol
como plenitude total e maresia de tempo actual.

Como se de perto o longe soubesse mais como delicioso.

Como o norte ambicionasse o sul e nisto nascesse algo que não tem nome.

Concreto o ânimo,
desperto o pensamento da distância,
logra a proximidade.

E no íntimo a saudade de sentir
isto e o passado querendo o futuro
só por um lado...

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Tailor lighter in my face. The third cigarette I embrace since the beginning of the game. Has to end I know, but I just prefer not to believe so. Doors close, she's here - came for me. But no. It's another, only another whore. The boat floats nicely through the Mississippi river and I with it. Got lost in these forsaken land, though I thought I was man enough for the world I did have. Because I had it. Too much and for so long. But that's what happens when certain you go uncertain ways... I wait for her though maybe she doesn't exist. I wait for her because I saw her enter this same boat. But I wait in vain cause the same tailor that lighted me has a gun now point to my head with a smile. I lost (but I also smile).

domingo, 24 de agosto de 2014

Por vezes
por baixo da cama
me fico deitado a sonhar alto
o que por cima podia ser mas não é.

E quando a luz do dia
me acorda verão,
pesadelos de inverno me chamam
como trovoada que não quero.

Então sonhar é largar essa carga
em coisa mágica de lembrar criança
em músculo e tensão de homem feito,
pronto à guerra e ao silêncio agonizante
de crescer vazio, sem tecto ou chão que cole
o pensamento à existência física e mental.

Mentir e sorrir
para deixar passar comboios e eléctricos
que não vão pelo caminho dos meus pés.

Sabem eles onde ir,
não sabendo eu...

sábado, 23 de agosto de 2014

O quanto amo estar simplesmente sentado.

Sentado numa esplanada então é o Santo Graal.

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Viver vale sempre a pena
mesmo, e principalmente,
quando parece que não vale a pena.

É só andar, continuar.

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Na caneca de cerveja está o ganho tempo
de saber perdê-lo em contemplação.

De fogo ao alto
meu fardo é água que balança com minha indecisão.

Sei lá o que é comer ó nuvem!

Minha dança não dança
mas corre em fugidio fingimento de fugir
para melhor ficar.

Não há instruções à vida!

Corre ela seguida
pelo palmo certo da razão,
palmo esse errado ao coração.

Mas quem é de dúvidas esclarece,
pela arte, o que carece à vida.

E assim, mais que finda, ela continua nua.

Linda é ela que me consegue
fazer da vista a vista dela.

Pois de mais cansado da vida,
e de meu prejuízo nela,
seu corpo me enaltece caminho.

Não mais obscuro, não mais abstracto
mas concreto, em gemidos de prazer:
eu dentro dela e - não mais só -
nós dentro da vida.
De nada obrigado
mas obrigado pela proposta.

Fui de longe ao perto
e escutei o que não havia mas há.

Ao horizonte um pé à frente.

E calço os sapatos da festa
em puro ar de quem distraído a ela,
entra nela.

Lá, tudo de alto,
abraço a testa e sorrio a isto.

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

A Pessoa Objecto

Por vezes - e não raras - sinto uma tremenda antipatia e desprezo pelas pessoas que vejo na rua.
Se calhar sou eu que, demais vivendo na cabeça, não sei - nem me muito interesso - por essas coisas 
da tecnologia, dos smartphones, dos smartwatches, dos tablets e afins todos iguais entre si.
Parece-me que se perde tanto ao mergulhar nessas coisas de cabeça...
Menos espaço à contemplação e ao encontro gratuito de viver em sociedade e possível comunhão.
De bicicleta passo por muita pessoa que, enquanto corre, tem um aparelho no braço a contar
as calorias perdidas, o tempo decorrido, a temperatura do corpo, a pulsação, e sei lá mais o quê.
Será que é preciso aquilo para correr? Não será mais agradável, e "saudável", não usar aquela coisa
no braço (que conta e conta, tudo em números)?
Tentar correr apenas, sem saber o que se perdeu e ganhou mas sentindo só depois o que se fez.
É que sinto uma tremenda falta de respeito pelo corpo humano e a magia do organismo
e o orgânico disso.
Parece que se perde aquele espaço dentro da mente, de sentir em silêncio o que se sente
individualmente.
Tem de tudo ser contabilizado para se "Saber" - o que se ganhou ou perdeu, ficou ou foi embora.
Tem de tudo ser partilhado e mostrado ao outro para que o outro "Saiba" o que o outro fez e,
efectivamente, ganhou, perdeu, ficou ou foi embora.
Talvez seja eu... Talvez resista à mudança, à mudança que não me atrai antes me assusta - para
ser sincero.
Há qualquer coisa nesta febre da tecnologia, nesta "gratuidade" de oferta, relativamente barata,
de internet sem fim e "para sempre" numa coisa que está Sempre com quem a comprou.
Parece que substitui algo...
Algo mais intrínseco a cada um de nós.
Algo que não precisa ser comprado.
Mas este algo, que não precisa ser comprado, precisa de algo em troca.
E creio ser essa troca que se pode estar a perder.
Mas talvez seja eu...    
De todo um pouco que pego com a boca para o saborear.
Deixo o resto ao resto para que em migalhas aqueça quem não tem.
Um passo de alto ao pequeno
pois de grande ser em ideia, mente a mente...
Coisa pequena que se sente,
apenas sente.
Mas sentir este que pode levar a ideia à realidade,
se só ela se sentir - mais nada abrir.
Ora, quando se tropeça por aí,
com sangue de vir em cada movimento, acção,
a realidade, não mais tangente, entra em ebulição
cá dentro.
Chama-se "vida"...
Dura, é dura a vida mas dura
mais que o sofrimento que, antes e entre o Ser,
se carrega como quase sem querer.
Mas há quem queira sofrer...
Todos nós na verdade
- porque o sofrimento guarda ela também.
Mas não o só.
E só sofrimento conhece apenas céu e inferno
nada conhece ou reconhece do chão.
É o chão que se anda,
é o chão que nossos pés pisam
e nossas pernas andam.
Além da dúvida há o encontro com o outro
e além do medo há o medo do outro também:
continuação, não só no só mas em conjunto.
Porque todos na luta da vida.
Uns mais dados que outros
e uns mais magoados que outros.
Outros apenas interessados neles mesmos.
Todos uns e todos outros.

Mel que me canto ao sangue de sofrer
ver vida a nascer para tentar não morrer.
zero + mil = mel

sábado, 16 de agosto de 2014

Primeiro dia que Sinto verão
e isso como que me entristece.
O descansar da alma e não ter onde a pousar.
Querendo, podendo.

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

A vida acontece quando não estás demais atento a ela.

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

LiZboa










There's something about the ass of a woman that feels visceral.
It's the pleasure entity, the birth place of humanity and the resting place of a sitting woman.
Sitting, she looks; her eyes serene watch and seduce everything around her.
Beauty.
Calm on her steady, but absolute, power of being a woman - resting place of a man.
To see her is to forget one's self, it is to believe in another world - her world.
Made to transform demons into dancing fairies, headaches into leisure time.
Her eyes into mine and we find time.
Let me get closer.

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

De um lado ao outro
fazer ligações.
Tentar continuação nisto
e ver de fazer o acontecer
- mesmo que resistindo a isto.

Péssimo do pequeno.
O que quero é grande
mas não existindo.

Como um som ou uma ideia,
coisa que se multiplique só,
por si sem mim
- vindo-me depois ao encontro pela mão de outro.

E, no comboio, olho ela e ela me olha.
E olho os olhos de quem me já olhou
com carinho, atracção, talvez amor.

Esses olhos de mulher que exigem de um homem
caminho e presença: pertença.
Que pertença.

Por causa dela isto.

Além disso fazer o singular sem falar.
Em silêncio, sem ser interceptado,
sem me deixar interceptar.

Fechado aqui dentro, é assim que me sinto.

Quero esquecer isso mas não desaparecer criando
porque aí me perco novamente no mesmo estado.

Que quando andando, entretido, buscando,
estas dores não chegam nem falam.
Mas parado lá vêm elas existir tanto que desistem de mim.

É que a vida até é simples,
não sei porquê isto tudo de complicar...  
Escrever e ser poeta é viver perdido em busca do encontro.
Little girl, you don't know what love is.
It is like getting born a child.
Smell and horror,
the pain so close to death that only the crazy ones forget.
Seeing the guts mashed outside the beauty you once relied.
Awful misery of the self collapsing into you like a little new blue birth.
Every inch that you repress, every giving moment, in the world
thrown at you by the one more precious - now - to you.
Not beautiful is love but horrible.
Like death, finds a skull on the make up of your living soul.
Baby so, if you have to go I'll know that it was because
you don't know, you don't know...

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Hoje vi o João mas ele não me viu a mim.
Podia tê-lo chamado mas preferi ficar a vê-lo passar
feito pássaro a caminho do lar.
Lisboa faz de seus tripulantes cabeças no ar.
Qual espírito alberga o pensamento de viver,
mesmo assim, sem perspectivas e afins.
Devia o ter chamado invés de meu normal olhar.
Passou o campo de relva, onde os miúdos jogavam à bola,
com um saco do pingo doce em cada mão.
Compras para a semana provavelmente...

segunda-feira, 11 de agosto de 2014


Reaching for the light in the dark.

The Moon.

Sweet Moon of dreams that makes all
go grand while being small.
 
(For I lose the light
but the moon keeps it.)

Black night and alone August 
when all are gone on holiday
I stay.

Always working, 
always on vacations...

And when employed
more relief I feel by being 
somewhat away from my treasure's cage.

Learning and pursuing
what makes me uncomfortable.

Beating the down with upper growing.

Falling through others and seas,
land that I don't know.

For sure to be heard by many.
But more many made it all possible.

Caring for the world in a little room:
laptop on the face and information mess,
loosing the self on nothing but unlived experiences of others.  

You too?

Gardens of understanding and touching:
some quiet, some loud and aggressive,
cause all is needed. 

Find the balance and be in the street:
be looked, smiled and heard.

Set to walk and see
what tomorrows bring.
 For after summer comes winter
and then spring.

Go gentle and let madness fool you like a little child.

You're learning...  


domingo, 10 de agosto de 2014

De ressaca
o dia acordado a meio
e na esperança de a ter
olho esta ausência como pétala
da flor que me guia.

Não sei dela agora.
As coisas mudam
e muda a pessoa.

Foge quem dela agora
e o amanhã carece de hoje
como um jogo que não percebo
e me joga.

Demais pequeno aquilo que me assiste.
Nada parece novo
mas isto porque mantenho o pesar
de manter o velho
como solução à passividade
que me guarda a razão.

Viajar.
Ter como viajar.

Uma ideia, um propósito
que mantenha a coisa a ir.

Viajar cá dentro porventura
mas tocar o de fora como continuação.

Quero a tua mão no meu cabelo
e teu cabelo na minha vista
para que me guie a pista;
esta pista de ser eu e de não ser nenhum
ou teimar em sê-lo.

Quero coisas e diversões,
chamamentos e paixões.

Quero me esquecer de mim
e viver finalmente o prazer de ser.

Deixar andar e colher o que há
como pedaços de céu nos ouvidos,
corpo e mente.

Soletrar em frente - por mais que custe -
e sentir perder.

Pois crescer é perder essa inocência
de se achar ter.

Ir-se tendo, partilhar e escutar.

Qualquer coisa porque toda a coisa é caminho.

quinta-feira, 7 de agosto de 2014


Entre paredes me sinto e sento.
E todo o mundo me passa ao lado como eu um fantasma de estado.
Não sei porque me presto a esta ausência 
nem porque me ela cai como nada mais.

Sozinho não se alcança coisa alguma,
só o sonho 
e este já o vivo tanto que não há ganho.

O medo de viver
de escolher, decidir e avançar.

Medo esse que ganha dimensão ao adiar:
adiar propostas, vontades e desejos.

Nasci torcido mas bonito.
Nasci para a curiosidade e dela me canto ao nada.

Porra que teimosia! 

Demais dramático,
demais sentimental
- corro o pedaço de tal e o largo e esqueço,
ali no momento.

Há que haver disciplina.


quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Dream lighted finger lingers my night agitation like an angel of lies.

For to see the world and then fall in another smaller is a mistaken feeling.

The world is big and then not so much cause you're in it.

But there are smaller ones.
Smaller worlds,
like small countries
with too much history
on in to fall down with it all.

Difficult times ahead
or not so difficult with a determined head.

Had it,
but the departure and arrival
- and the things you see, feel and dream between -
make all now bounce in this little mind of I.

Something to forget
or something to remember.

Someone to give
and someone to receive.

Solitude doesn't do much in this times.
But being badly accompanied is always worse...

(Is it?)

terça-feira, 5 de agosto de 2014

De porta ao alto
vejo o salto e, não o dando,
observo já a queda.

São distúrbios de ter demais tempo
e nisto adiar o momento
como se não crucial.

Fico na espera como um velho
que tem passado para viver.

Oh Portugal, tu és velho como um raio!

Farto de tua demora
que me aurora a minha!

Fosses tu menina e já era contigo casado.
Assim fico viúvo de mulher alguma...

DreamlowFindhigh

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Nas férias de verão
nascer sem ter razão.

Razão essa que corre
e nasce a qualquer caminho,
oh destino!

Os amigos à beira
e a flor da praia que não cheira.

Estrelas no ar
e álcool para as fazer voar.

Amanhã ninguém pensa
é hoje que interessa.

Noite quente
e tu de olhos castanhos me a brilhar.

Vamos ficar juntos esta noite,
depois não sei.

Amanhã ninguém sabe
e a todos tenta.


(poesia tipicamente de influência portuguesa,
isto é, não é bem minha, é do ar.)

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Mil são um com três zeros.

Dos mais variados planetas deste planeta,
de línguas e culturas diferentes
mas em companhia de tudo respirar,
nascer e morrer, sorrir e chorar.

São mil visitas a este blog
desses desconhecidos e conhecidos
que por aí andam no mundo virtual
da internet real.


*

A thousand it's one with three zeros.

From the various planets of this planet,
from different languages and cultures
but in company of all breathing,
getting born and dying, smiling and crying.

It's a thousand visits to this blog
from those, unknown and known,
that move along this virtual world
that's the real internet.
De manhã acordo o nervoso de não saber destino
e ficar a olhar o que "pode dar" como uma espécie
de espantalho, meio que triste e conturbado pelas opções.

O dinheiro e não o ter.

O ir para tudo perder,
ganhar o espaço e o tempo disso.

Mas o ir precisa de dinheiro
e, ou muita, muita vontade.

Nestes tempos de imensidão
ficar prostrado num quarto
não tem deveras razão.

Mas há o que se precisa para sobreviver,
estando o viver deveras longe.

Depois de tanto caminho percorrido,
tanto imaginado
- quase vivido por essas vias oníricas -
voltar à coisa de ficar,
não olhar nem pensar demais
para ter como receber
o pouco que anda por aí a oferecer.

Qualquer coisa muda
mas a dor é a mesma.

Em parte, encontro consolo altíssimo
na escrita
mas tal consolo só me acaba por desconsolar
esta minha vida.

O dinheiro, a independência,
coisas da existência.

Dar o passo mordaz,
aquele que só responsabilidade do só terá.

Receio mas é isso que é a vida,
não é?