quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Na caneca de cerveja está o ganho tempo
de saber perdê-lo em contemplação.

De fogo ao alto
meu fardo é água que balança com minha indecisão.

Sei lá o que é comer ó nuvem!

Minha dança não dança
mas corre em fugidio fingimento de fugir
para melhor ficar.

Não há instruções à vida!

Corre ela seguida
pelo palmo certo da razão,
palmo esse errado ao coração.

Mas quem é de dúvidas esclarece,
pela arte, o que carece à vida.

E assim, mais que finda, ela continua nua.

Linda é ela que me consegue
fazer da vista a vista dela.

Pois de mais cansado da vida,
e de meu prejuízo nela,
seu corpo me enaltece caminho.

Não mais obscuro, não mais abstracto
mas concreto, em gemidos de prazer:
eu dentro dela e - não mais só -
nós dentro da vida.

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