quarta-feira, 13 de agosto de 2014

De um lado ao outro
fazer ligações.
Tentar continuação nisto
e ver de fazer o acontecer
- mesmo que resistindo a isto.

Péssimo do pequeno.
O que quero é grande
mas não existindo.

Como um som ou uma ideia,
coisa que se multiplique só,
por si sem mim
- vindo-me depois ao encontro pela mão de outro.

E, no comboio, olho ela e ela me olha.
E olho os olhos de quem me já olhou
com carinho, atracção, talvez amor.

Esses olhos de mulher que exigem de um homem
caminho e presença: pertença.
Que pertença.

Por causa dela isto.

Além disso fazer o singular sem falar.
Em silêncio, sem ser interceptado,
sem me deixar interceptar.

Fechado aqui dentro, é assim que me sinto.

Quero esquecer isso mas não desaparecer criando
porque aí me perco novamente no mesmo estado.

Que quando andando, entretido, buscando,
estas dores não chegam nem falam.
Mas parado lá vêm elas existir tanto que desistem de mim.

É que a vida até é simples,
não sei porquê isto tudo de complicar...  

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