domingo, 10 de agosto de 2014

De ressaca
o dia acordado a meio
e na esperança de a ter
olho esta ausência como pétala
da flor que me guia.

Não sei dela agora.
As coisas mudam
e muda a pessoa.

Foge quem dela agora
e o amanhã carece de hoje
como um jogo que não percebo
e me joga.

Demais pequeno aquilo que me assiste.
Nada parece novo
mas isto porque mantenho o pesar
de manter o velho
como solução à passividade
que me guarda a razão.

Viajar.
Ter como viajar.

Uma ideia, um propósito
que mantenha a coisa a ir.

Viajar cá dentro porventura
mas tocar o de fora como continuação.

Quero a tua mão no meu cabelo
e teu cabelo na minha vista
para que me guie a pista;
esta pista de ser eu e de não ser nenhum
ou teimar em sê-lo.

Quero coisas e diversões,
chamamentos e paixões.

Quero me esquecer de mim
e viver finalmente o prazer de ser.

Deixar andar e colher o que há
como pedaços de céu nos ouvidos,
corpo e mente.

Soletrar em frente - por mais que custe -
e sentir perder.

Pois crescer é perder essa inocência
de se achar ter.

Ir-se tendo, partilhar e escutar.

Qualquer coisa porque toda a coisa é caminho.

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