Lisboa é cidade, é aldeia,
é coração de dançar a hora em silêncio,
busca do outro em dourada naturalidade
de o veres pelo meio da tua estrada.
Lisboa é colheres de ti o que outro tem também
e receberes, enfim, o que de pouco vale tanto e tudo.
Lisboa é ser da lua e olhar o sol
como plenitude total e maresia de tempo actual.
Como se de perto o longe soubesse mais como delicioso.
Como o norte ambicionasse o sul e nisto nascesse algo que não tem nome.
Concreto o ânimo,
desperto o pensamento da distância,
logra a proximidade.
E no íntimo a saudade de sentir
isto e o passado querendo o futuro
só por um lado...
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