quinta-feira, 10 de abril de 2014

Pego, não pego.
E o medo da singularidade
de viajar
ser dor de cabeça de quem pensa
a fome antes da sequer sentir.

Viajar para o absoluto incógnito
ou voltar e voltar e voltar,
ao que se já conhece
e tem fruto certo mas amargo
para mim cresce...

Que medo!

Medo de estar sozinho
e não saber de caras, linguagens
e culturas nativas ao onde se está.

Cada momento ser tudo.

Cada canto um mundo.

Ai, tenho medo.

Medo de conseguir,
medo de prosseguir.
Medo de ver que não é medo
o medo que se antes sente e sabe
(finge-se saber).

Não sei o que esta vida me espera
(que a espera que a tive pode-a ter magoado).

Viajar é ter dor de ficar.
(e eu habituei-me a ficar).

Quantas voltas pode a vida dar?

Nada neste mundo é conhecido
se é desconhecido o passo em frente
singular. 

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