quarta-feira, 23 de abril de 2014

Eu não estou a ir a lado nenhum,
de alguma forma sempre acho
que sou o lado em si.

É estranho.

Como desconhecido
ando por aí,
tentando encontrar direcções
e prazeres óbvios à minha mente,
vontade.

Ocorrem-me poesias e ideias
mas a vida não ocorre tanto.

Me escondo dela, talvez.

Atrás dela há aquele espaço inviolável...

Mas, lá está,
crescer é ir perdendo aos poucos
esse espaço
e ganhando, com a perda dele,
amigos, amores,
acontecimentos, noites,
dores e dicas.

Resistência não compensa
quando fora da roda se joga.

Há que arriscar,
perder,
ganhar.

Está mais calmo por aqui
e não gosto do calmo
porque me acalma
e a calma não propõe desafio.

Nunca sei, ao certo, o que fazer.

É uma dor que começa na mente
e cai para o corpo como lava.

Madrugada à chegada
assisto a tudo ileso
e choro esse sorriso.

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