sexta-feira, 3 de março de 2017

O perto está longe e o longe está perto.

No começo de cada coisa se desenvolve o meio
e depois fica cheio e é o fim.

O fim não é fim só
porque há sempre um começo
em cada fim.

Seja de amargura ou felicidade,
seja dos dois ou de nenhum.

A vida é um ensinamento dos astros
ao que há de estar atento
e lembrando passado
fazer futuro com um presente bem assente na realidade
mas também, e principalmente, nos sonhos.

Além toda a desgraça que acontece
há o movimento e a descrença no sofrimento.

Lembrar a meditação de estar a criar
ou a observar sem estar pensando isto
ou aquilo ou alguém.

É preciso tempo e espaço
e chatice que o sonho se perca por vezes...
mas se houver concentração, disciplina e afecto por si
ele volta, volta a ti.

O segredo é viver como se fosses observado pelos deuses que sonhas
fazendo tudo em honra deles e nunca de ti mesmo...

Porque tu, teu ego e suas manias,
teu passado e cobardias,
tua família e hereditariedade
são demais esquivos para guardarem coerência maior,
coerência de espírito falo eu aqui.

Assim, voltando a ti, ser pelo menos dois
e ajudar sempre o mais fraco desse momento.

A ajuda exterior não ajuda quem não se quer ajudar
e como orgulhoso de teu caminho és
tens de fazer de teu amigo e inimigo
tu mesmo,
dentro de ti a união.

Não te deixes fugir aos outros,
sejam amantes ou rivais,
sê-os dentro
fazendo dos outros
meros personagens dos afinais
teus medos e vontades.

Ter de ser maior,
ter de ser imune à coisa do outro.

Ter de ser mais que o que se é
ou pensa ser
a cada momento.

Fazer arte do tempo
e dançar o espaço sem ninguém ver.

Pois a grande arte é invisível aos olhos,
só a vê quem a sente também.

Assim passas como brisa,
como lufada de ar fresco a este mundo
parado de espírito e ansioso de coração.

Qual coração não é
se não for além espírito.

Cobardia amar outro
quando tu mesmo te não amas.

E quando te amas te puxar ela
para seu coração
te não deixando em paz o teu.

É preciso calma para ser maior.

Porque depois da calma compreendida
e conseguida
nem a maior tempestade pode destruir
esta alma e sua vontade
(aliás, é bem vinda toda a tempestade!).

Continuar pela via do sofrimento
se o sofres
terá seu tempo.

É preciso não forçar
porque o organismo físico demora
a assimilar a tua cabeça,
a tua intuição.

Levar o conhecimento ao tempo
e nascer limpo
por entre águas de deslumbramento:
a vida há, outra vez, afinal!

Sem comentários:

Enviar um comentário