A invenção da vida.
Perderes-te tão nitidamente na lucidez de teus sonhos
que o mundo te desaparece visto e aparece matemática.
Lanço fumo da noite eterna,
caminho na saudade de existir
e reapareço pelo meu descomprometimento
pela vida em si.
Plano de tempo,
pensamento virtual
de danças de lobos e fadas
e bruxas e shamãs e dores de cabeça imensas
que geram a pura vida de conhecer deus.
Na guerra de teu triângulo interior
expor à santa realidade
tua existência divina.
Calar a flor que murchou,
emanar violência e autoridade
para que haja espaço para a plenitude
e coerência e elegâncias cordiais ao diabo.
(Preciso de água do mar,
água salgada.)
Matar como quem ama,
sentir com facas,
comer os dentes e a língua
reinventando saída.
Qual dom de te saberes iluminado
quando tudo anda por aí no escuro,
escondendo-se de si.
Eu abro-me ao mundo porque invento caminho
além real.
Não preciso de confirmações de ti ou de você,
vós não existíeis em meu mundo!
Qual ousadia de conhecer o fim
e assim poder fazer o meio
como inicio de sempre:
criança eternamente.
Na névoa de andar com pensamentos em chama
concluir o samba com penetração longitudinal à vida.
Além tudo há o eu,
sangrando a vida a doer o céu,
amando o chão por conhecer levitação.
No canto do encanto
encantar a criança que te olha com ar
de quem quer brincar.
Inventar destino fora deste
e saber glória antiga
da conquista certa
do olhar recto
ao horizonte certo.
Chamar a grande lança
que faz morrer a vida da identidade
e nascer tudo o que de sonho é movimento
e saber.
Sentidos ao máximo,
ser novamente aquele que desconhece medo
e barreiras pelas selvas e florestas interiores.
Sentar a morte no lugar dançando-lhe entrega
e destreza física do coração ser orgão de criação total.
Reconhecer infinito e eterno
como fim e inicio do mesmo
fazendo de qualquer acto pessoal
uma afirmação de glória e sensatez espiritual.
Pôr-te sozinho no centro da vida
e deixar cair em ti toda a sabedoria curadora
desta e de todas as outras realidades
e universos que te não conhecem
mas sabem.
Além aqui
sempre o nada
e tudo para a frente vazio:
a invenção da vida.
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