segunda-feira, 17 de março de 2014

(na lagoa o corcovado)

Por de entender tudo fica
pois de mais só viver.

E viver coisa de outros também,
na dúvida do perder só
ou ganhar com.

Guardo uma pedra preta
que dentro tem luz branca
e calor.

Só pega ela quem também aceita a dor.

Dor que abraça e como que fecha
mas que de sem medo
abraça o mundo com ela.

Em trópicos portugueses
soletro esse português pausado
e o largado de nós de cá
me isola num que não quis ser,
sou.

Então na ascensão de
a lua ser cheia
eu sou com ela
e não durmo.

Deixo o sono aos outros
enquanto a mente fugidia
procura refúgio
num sei lá lugar em que ela crê.

Não creio nela
pois mais de querer
vive a vida cheia.

O longínquo me sempre mora
mas é o perto que dura
e marca a ousadia de viver solto.

Ter que comer e ver
alimentar a alma com a entrega
ao dia e à noite.

Na virada do sol
durmo a lua
querendo a vida nua,
crua.




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