quarta-feira, 5 de março de 2014


 the ship


 getting up



 sunset sitting on a plane while flying


 islands





Escrevo aqui meio esquecido mas agradecido de esquecimento porque me lembra a mim.
Segunda noite no Rio de Janeiro, Carnaval em êxtase e eu com ele por arrasto, talvez. Mas
nem tanto, visto que além do prazer um medo a não temer. Coisa de multidões serem milhões
e o incomum de ser só mais eu, mais uma vez. Só que desta vez, deste lado do oceano.
O Brasil imenso e suas contradições maiores fazem-me, por agora, tolerar ambiente tão vivo,
tão gratuito seja de felicidade como de agressividade. Oiço gemidos de quem é fecundado pelo
meu amigo visitado, que visito e de momento acompanho em tão tropical e festiva serenata Carnavalesca.
"Orquestra voadora, tens de ver, tens de vir!" Disse-me o Fernando, o meu amigo que do lado de
lá da parede fecunda uma Dinamarquesa. Foi bom, assaltaram-me o tabaco, fotocópia de passaporte
e 42 reais (que estavam dentro do tabaco de enrolar) mas o samba continuou como tem que ser.
Glória à descoberta que por mais que se queira um sitio seu, esse se tem de construir, lembrando
o esquecimento de o futuro não existir e só o momento em frente ser. Tá calor, estou de tronco nu
a escrever no parapeito da janela/varanda. Tá bom, tá certo, neste lado do oceano descubro-me o
mesmo, com os mesmos medos e desejos. Nada vai e fica pois de nós se renova a partida. É lindo,
é feio, não creio, ainda recebi uns beijos... Abro então o blogue do mundo com uma incerteza
segura das coisas não serem como se querem mas como são. Lidar com isso então a real tesão.

Foram dez horas de voo e pela noite viajei, meio dormindo, por aí com ele: meu grande amigo e
companheiro que não via há 5 anos. Hoje Carnaval e antes da marcha começar o que queria mesmo
era descansar, ver o tempo cair para me levar ao caminho donde surgi. Mas não, sei que não.
Caminho não há mas se inventa e na serena complacência que tenho para com, vou dormir só.

Mundo.

Sem comentários:

Enviar um comentário