Dormir é o grande refúgio,
o grande descanso de todas
as incoerências desta vida.
Dormir ressuscita o grito do sonho
ou adormece a angústia ou obsessão.
Dormir reconhece o que fica
e deixa o ontem ser passado a ferro
pelas as armas incógnitas do cérebro:
órgão da resolução livre,
sem controlo.
Dormir come os monstros
ou deixa-se ser comido
para se descobrir acordado
sem medo ou dado.
Assim
quando acordado demais
dorme até não dar mais.
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