Então no passo de ter ficado sozinho invento o momento de está-lo. Estou-o e como lidar com isso, delícia de quem vê sem ser visto, ainda. Claro que a cerveja ajuda e o cigarro carrega a sombra da moeda ter um só lado agora. Não poderei escrever para sempre, nem isso teria valor se a solidão tive-se cor. Observo a noite carioca como lisboeta que sou, como erro vivo de ter tido o que não sou. Além, a possibilidade de tropeçar num imprevisto previsto pela carência de estar sozinho.
E mais tempo passa e habitua o silêncio, de não aparecer e ser visto em tão flagrante anonimato. Perder o quê? Está ganho porque vivo, aqueço a compreensão que não compreendo mas sou compreendido por ela. Afinal minha grande arma sempre foi esta grata solidão, coisa que mói mas só a mim, coisa que morre em silêncio e nasce por fim.
Onde nunca me reconheço é no além de não saber estar a dizer o que sinto, como desperdício de quem não cria mas é criado afinal. Vida não é?
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