sexta-feira, 28 de março de 2014

E no passo te passo um tempo
enquanto cego te procuras encontro nosso.

Só tempo
e no tempo te encontro,
não como és mas como me reages,
fruto de Diógenes e assim.

Depois
caio de sono
de sonho
de mulher;
encontro o que não tem de ti.
Mas se é de a fim, te encontro sim,
te encontro sim...

Amizade:
coisa dura que não tem idade.

Amizade.

De jovem a adulto
e depois velho,
quem sabe...
(Chegaremos a isso?)

Oh noite!
Que nas peripécias
de te não querer
te mais encontro
como deusa que me teima
em aparecer.

Não aparece a outra;
Coisa física,
coisa que possa eu agarrar,
colher, comer,
fecundar...

Nasce de mim sempre a solidão
e não conhece ela outra mão.

Dor que nem dói,
pois familiar sendo
é casa,
ninho onde, ninguém, eu dorme.

Madrugada
soletra-me as cores.
Eu que sou de Lisboa
e aqui é só sabores.

Que os conheça,
nem tanto...
Mas que há que os conhecer,
sem dúvida.

Norte ao fim do rumo.

Estou aqui
e o resto nasce e cresce
sem mim,
na imensidão
do mundo ser sem fim
comigo ou sem. 

Escrevo-me agora
para te encontrar,
oh doce poesia que me conhece
trunfo.

Dorme-me a chegada
que te quero chegar pronto
dentro de uma nova,
limpa
pousada.

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