Quando a noite chega ao fim e tudo o que conheces
é a lembrança da manhã, a luz do dia e o calor da vida.
Quando de te teres chegado ao fim
reconheces o principio e aprendes com isso
a te perspectivar em almas várias de uma só.
O grito do índio floresce a tua floresta mental.
As grandes planícies encontram-te aqui na cidade
onde foste mas não és feliz.
Amanhã parece demorar porque tenso
procuras te segurar a algo.
Qual coração magoado encontra pouco
quando se não está entretido a criar
e inventar a maneira de ser tudo em todo o lugar.
Ser universal só possível quando não estando se é
plenamente.
Como uma alegoria vivida na cabeça
em plena faculdade de todas essas faculdades.
Matar e nascer a cada segundo,
reinventar a invenção para que te nada chegue a tocar.
Mais rápido que o caminho
voar ao céu
a terra pesada jamais é.
És espírito então.
Toda essa doença de seres "aquele"
passa perto mas não te atinge
porque o ego guarda rancores que o espírito perdoa
- rápida mente.
Encontra quem de ti te faz ser Eu
e caminha nesse sentido
sabendo que o infinito é destino
e o calor e o frio são faces da mesma moeda.
Tranquiliza o menino que vive em ti.
Sê pai dele.
Depois, quando protegido o menino,
ele te guiará a deus de ti:
união de sábio.
Aí sim, poderás realmente amar,
tocar, querer, beijar.
Não deixes que o mundo te diga quem és.
Tu és desde que a tua mãe te deu à vida,
à luz.
Tu és a razão de que o dia nasce
e a noite cai para inventar, com tempo,
de novo, o dia.
Tu és quem de ter olhos,
mente, coração e pila
faz o mundo girar
e encantar ao encantamento
tudo o que mexe e não mexe.
Pois a vida está viva até e principalmente
também na morte.
Concorre a perder e ganhar aqui na terra
pois só os fracos têm medo do céu...
Afinal, o que é a terra e esta vida mortal
senão a exposição vitral de teu espírito imortal?
É isso.
Aceita os teus medos como frutos maduros
de algo que quer e tem de morrer
para que o novo, que és tu mesmo
na continuidade do tempo,
nasça de tua realização obscura
da luz que sentes agora.
Aprende a morrer
para tão bem saber e querer viver.
Nasce-te sóbrio
e sê maior
pela disciplina de seres apenas
tu.
Sem comentários:
Enviar um comentário