sábado, 14 de janeiro de 2017

Quando a noite chega ao fim e tudo o que conheces
é a lembrança da manhã, a luz do dia e o calor da vida.

Quando de te teres chegado ao fim
reconheces o principio e aprendes com isso
a te perspectivar em almas várias de uma só.

O grito do índio floresce a tua floresta mental.

As grandes planícies encontram-te aqui na cidade
onde foste mas não és feliz.

Amanhã parece demorar porque tenso
procuras te segurar a algo.

Qual coração magoado encontra pouco
quando se não está entretido a criar
e inventar a maneira de ser tudo em todo o lugar.

Ser universal só possível quando não estando se é
plenamente.

Como uma alegoria vivida na cabeça
em plena faculdade de todas essas faculdades.

Matar e nascer a cada segundo,
reinventar a invenção para que te nada chegue a tocar.

Mais rápido que o caminho
voar ao céu
a terra pesada jamais é.

És espírito então.

Toda essa doença de seres "aquele"
passa perto mas não te atinge
porque o ego guarda rancores que o espírito perdoa
- rápida mente.

Encontra quem de ti te faz ser Eu
e caminha nesse sentido
sabendo que o infinito é destino
e o calor e o frio são faces da mesma moeda.

Tranquiliza o menino que vive em ti.

Sê pai dele.

Depois, quando protegido o menino,
ele te guiará a deus de ti:
união de sábio.

Aí sim, poderás realmente amar,
tocar, querer, beijar.

Não deixes que o mundo te diga quem és.

Tu és desde que a tua mãe te deu à vida,
à luz.

Tu és a razão de que o dia nasce
e a noite cai para inventar, com tempo,
de novo, o dia.

Tu és quem de ter olhos,
mente, coração e pila
faz o mundo girar
e encantar ao encantamento
tudo o que mexe e não mexe.

Pois a vida está viva até e principalmente
também na morte.

Concorre a perder e ganhar aqui na terra
pois só os fracos têm medo do céu...

Afinal, o que é a terra e esta vida mortal
senão a exposição vitral de teu espírito imortal?

É isso.

Aceita os teus medos como frutos maduros
de algo que quer e tem de morrer
para que o novo, que és tu mesmo
na continuidade do tempo,
nasça de tua realização obscura
da luz que sentes agora.

Aprende a morrer
para tão bem saber e querer viver.

Nasce-te sóbrio
e sê maior
pela disciplina de seres apenas
tu.

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