Oh inspiração de onde vens tu?
Corre-me ao chão, fugindo do céu,
crio nuvens e mais nuvens
cinzentas não mas mesmo pretas.
É para não saber desse destino de saber.
Oh mas que descanso é o que sempre torço
por viver mas chegado a ele vem um desejo
faminto de outra coisa qualquer.
Alguém para abraçar,
sorrir, amar...
(E há tanta gente!)
No beco sem saída
de ter-me livrado do anonimato,
e nisto proceder a ele, sonhos de passado,
coisa imaginada na verdade.
Quero algo, alguém.
Não me dêem dinheiro
que ele é negro,
triste...
Entrar nas teias da coisa actual
sem vestes; nu de querer aquilo
que aqui não existe,
não pode existir.
Ou pode?
Ai, que quero certezas!
Quero certezas (especialmente
as passageira) para que me
levem a outras lá à frente!
Andar.
É só andar.
...e aqui parado.
Oh mas que ataráxia!
Parece que gosto disso
- são os segredos,
o mistério e toda essa coisa
que se não fala,
grita em silêncio.
Maresia de viajar.
Mas viajar onde?
Oh, viajar.
Ver da sobrevivência
ser afinal a Vida.
Mas e a instabilidade?
Que coisa asquerosa essa!
...é ela a porta que guarda
novo terreno, novo meio;
há que ter paciência...
A solidão que me quer.
Permanecido num ideal qualquer
esqueço tudo e lembro o nada
que conheço bem: decifro.
Está uma tempestade dos diabos lá fora.
Chove muito.
Quem sou eu?
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