segunda-feira, 23 de junho de 2014

Oh inspiração de onde vens tu?

Corre-me ao chão, fugindo do céu,
crio nuvens e mais nuvens
cinzentas não mas mesmo pretas.

É para não saber desse destino de saber.

Oh mas que descanso é o que sempre torço
por viver mas chegado a ele vem um desejo
faminto de outra coisa qualquer.

Alguém para abraçar,
sorrir, amar...

(E há tanta gente!)

No beco sem saída
de ter-me livrado do anonimato,
e nisto proceder a ele, sonhos de passado,
coisa imaginada na verdade. 

Quero algo, alguém.
Não me dêem dinheiro
que ele é negro,
triste...

Entrar nas teias da coisa actual
sem vestes; nu de querer aquilo
que aqui não existe,
não pode existir.

Ou pode?

Ai, que quero certezas!
Quero certezas (especialmente
as passageira) para que me
levem a outras lá à frente!

Andar.
É só andar.

...e aqui parado.
Oh mas que ataráxia!

Parece que gosto disso
- são os segredos,
o mistério e toda essa coisa
que se não fala,
grita em silêncio.

Maresia de viajar.

Mas viajar onde?

Oh, viajar.

Ver da sobrevivência
ser afinal a Vida.

Mas e a instabilidade?

Que coisa asquerosa essa!

...é ela a porta que guarda
novo terreno, novo meio;
há que ter paciência...

A solidão que me quer.
Permanecido num ideal qualquer
esqueço tudo e lembro o nada
que conheço bem: decifro.

Está uma tempestade dos diabos lá fora.
Chove muito.

Quem sou eu?
 

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