Haveria de querer aquilo que não quero
para entender o além de mim, outro.
E nisto desapareço feito vento
ou fantasma, rindo de meu caminho
ser tão despassarado.
Mas nestes risos
um imenso choro quadrado guardado.
Coisa de não poder dizer aquilo que é,
porque o dizendo deixaria de ser
e eu gosto de saber.
Nessa cave da existência confortável
pedir-me a auto-destruição por forma
de equilibrar a balança da criação.
Não sei e não posso ser
- sabe-se lá porquê - sossegado.
Basta-me o sol ou a lua,
um olhar conhecido, um amigo
e tudo volta à confusão de ter de ser
aquilo que só perdoa e erra pela ilusão do amor.
Alguma coerência nisto,
pragmatismo sim - algo do fim para criar meio.
Porque à deriva se não faz nem recebe nada,
tudo passa e fica apenas aquela coisa chata de pensar.
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