Na rua ali ao lado há um sossego que não tem estado.
Um silêncio que quer algo,
uma maneira de reconhecer o tempo
que te reconhece a ti.
Ali na rua que me conhece
eu vivo,
mesmo quando por aí prossigo
caminho que dói
por estar difícil de andar em frente.
Sem saber o passado
e sem o apreciar de alguma forma
o futuro não aparece
e a vida é uma perpétua repetição.
Agora, ali naquela rua,
eu vivo sossegado.
Não preciso estar nela fisicamente
mas convém estar nela espiritualmente.
Carrego um sonho que inventei
pelo que senti meu coração pertencer
e merecer.
São sonhos de outros povos, culturas, religiões
e indivíduos,
são sonho meu agora.
Consequência de viver só para o que sinta valer a pena morrer.
Há aquela rua,
agora me lembro e sinto.
A dor escondi-a, como que me afasta dela
mas é preciso ser forte e manter-te a acreditar nela.
Aquela rua onde o espírito aparece
porque em sossego estás.
Atrás de tudo na vida
está a razão de tua existência,
propósito e ímpeto na terra.
Nascer disso dia-a-dia
é talvez a única maneira de te manteres são
neste mundo estranho, dividido e ganancioso.
Não há ânsia no espírito
porque ele entende e vive
no centro da vida em si.
Reconhecer essa rua que te conhece
e prosseguir esta vida que por vezes dói
mas sempre ensina.
Sem comentários:
Enviar um comentário