sábado, 29 de abril de 2017

Em tamanho de pequeno se imagina a terra a rodar,
os mares a dar à terra, a maravilha do sol e lua,
a saúde dos velhos nas esplanadas.
Curioso se havista o melro a fugir enquanto
manda aquele seu característico piar.
Foi ao rio e viu o sol cair até ficar noite
e prosseguir jornada a dentro pela boémia
das ruas Lisboetas.
É tanto de pequeno que o imenso se torna perto.
E de perto se havista sempre saída
ao grande de qualquer tormento.
Alegria, alegria,
vai a passar o comboio que me leva
a terra nenhuma prometida.
Alegria, alegria,
vou sem olhar onde
e descobrir paisagens que não sei.
Na chamada eterna dos céus
viver a terra como os deuses.
Colher a fruta que cai ao chão madura
e conhecer o que ela dá ao comer.
Sempre um qualquer desconhecido
por parecer outro e neste outro
aparecer eu,
límpido, concreto
em sua abstracta similaridade
com o eu que conheci antes.
É o tempo, o tempo de ir e ficar,
o tempo de largar para afundar
aos precipícios da solidão
e poder depois voar
à velocidade da luz
para fora dessa fonte.
Maresia da vida tão nítida,
lúcida e elegante
que mata aquilo que dos outros não tem.
Só tu e teu caminho,
alegra os pés a conquistá-lo.
Sempre em frente! 

Sem comentários:

Enviar um comentário