E quando eu fugir novamente
e vir que tudo o que aqui sou
não é nada comparado a ali.
A arte de saber estar como és
num novo sítio, desconhecido,
e no silêncio de vida passada
e repetitiva apareceres
recto, certo e hirto
à razão, destino de teu ser.
As dores do corpo dissipam todas
e tudo que és agora
é a descoberta do Momento,
presente perpétuo de tua alma
viver com deus.
Haverá coisa mais bonita que isto?
Todos se cansam com as exigências do mundo
mas poucos seguem esta seta
que é o sonho a se querer manifestar.
Que maravilha poder estar num sítio
que te vê como estrangeiro!
Reaprender a ser e estar
como os astros querem,
como tu queres estar.
É por isso que fugir
é a cura
para aqueles que pensam demais,
sentem demais,
vivem demais!
Não há mais
quando deixa de haver novidade
e todo o teu ser sofre e grita
enquanto tentas, sem sucesso,
fugir disso.
Só mesmo a fuga Real,
a fuga impossível e sem sentido do IR
para onde nunca te chamaram
mas onde encontras,
encontrarás chamada tua,
íntima pah!
Oh, a fuga é afinal o que sou!
A fuga disto, a fuga daquilo,
a fuga perpétua de algo
que me evidencie como Eu.
Ora, nem eu me sei,
eu que tanto me exploro
e tento entender!
Senhor da fuga,
deus da descoberta
e do encontro.
A minha certeza é o Ir!
Ir para todo o lado
a todo o tempo,
nunca me comprometer
comigo mesmo.
Falam os astros por mim,
enquanto fujo e fujo
e lá me encontro
por momentos
fugindo disso também.
A fuga,
a fuga divina,
a fuga infernal!
Fugir de tudo
e ver que é fugindo de tudo
que se encontra afinal
o momento,
o presente,
o Real.
A fuga é então o meu deus.
A fuga é saber fazer da vida
uma ode à perdição do Eu.
A fuga é certamente
encontrares-te a ti
tão completamente
que só podes espalhar por aí
o teu Ser.
Bola inflamável
de água fria,
encontras a solução
em render-te ao maior dos teus
íntimos medos:
a fuga.
Foge da fuga até
e encontra-te no espírito.
Evidencia tua certeza dele
ao mundo
e morrerás como os deuses!
(Escrito esta tarde no caderno.
Tenho escrito bastante no caderno
mas são escritos diferentes dos do blogue
e já não os transcrevo para aqui há muito tempo.
Acontece que este senti que queria expor virtualmente.)
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