quinta-feira, 11 de setembro de 2014


Foi de verso assim que nasceu a prosa de mim.
Coração de feto cheio que alarga a raiz, nascendo árvore mais de mim.

Agora, pelas ruas respiro o ar de não saber,
encontrar quem me tem a dizer
e escutar o que antes entrave 
hoje continuação
- pois mais um pouco... ah, continuação!

Crescer é dar tempo ao tempo,
não lhe tomar demais responsabilidade 
porque quem de individual uma identidade total?

Há o quotidiano!
 
Oh, o ver e tocar 
quem de fora ao passado colhe aqui meu presente
em tom de nenhuma saudade mas o estar aqui,
o simplesmente estar aqui e agora.

Porque há continuação,
descobri-a - ela existe!

Fogo de conter lá na hora do chão.
Hoje sou bruma, brisa
que leve leva o pesado 
como quem se não queima com o passado.

Falo quando posso,
mexo quando quero,
penetro quando sinto.

Tem de lado o certo,
tem o lado que o leva ao correcto.

Viver com feridas
é sará-las com alegria de quem cresce.

Palavras os dardos de meu pensamento 
que acertam em cheio num qualquer deslumbramento.

Que o receio é sozinho,
é recheio e não alimento.

Alimenta o tempo com além,
colhe qualquer desdém com ir 
e vem, 
e vem...
 

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