quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Caminhos ao cego
encontro o cão velho
que me acalma tesão própria da idade
precoce à fenomenal razão.

Adormece perto de mim,
fada tão grande, tão longe,
tão longe sim.

E quando acordo
sou outro
e a pedra que encontro
é mole e recheada de verde fresco musgo.

Esponja então
para sorver a razão.

Chama-me ela
sem ser chamada
e assim nem ela
nem eu
- turbilhão de andar a horários
e pescas que pescam civilização.

Dinheiro quero eu dizer...

Ao fundo um lago para contemplar.
Ao perto alguém que não me quer.

Nisto lembro o bem-me-quer
e descanso sereno do asseguir
me embalar.

Luzes amarelas
e ruas aqui e acolá.

É tudo dunas,
é tudo sei lá.

Perguntas para quando.
Respondo "amanhã".

É ele que nasce certo
sem interrogações,
sem rasteiras.

Eu aguardo.
Eu aguardo ele.
Eu guardo-o.

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