Caminhos ao cego
encontro o cão velho
que me acalma tesão própria da idade
precoce à fenomenal razão.
Adormece perto de mim,
fada tão grande, tão longe,
tão longe sim.
E quando acordo
sou outro
e a pedra que encontro
é mole e recheada de verde fresco musgo.
Esponja então
para sorver a razão.
Chama-me ela
sem ser chamada
e assim nem ela
nem eu
- turbilhão de andar a horários
e pescas que pescam civilização.
Dinheiro quero eu dizer...
Ao fundo um lago para contemplar.
Ao perto alguém que não me quer.
Nisto lembro o bem-me-quer
e descanso sereno do asseguir
me embalar.
Luzes amarelas
e ruas aqui e acolá.
É tudo dunas,
é tudo sei lá.
Perguntas para quando.
Respondo "amanhã".
É ele que nasce certo
sem interrogações,
sem rasteiras.
Eu aguardo.
Eu aguardo ele.
Eu guardo-o.
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