sábado, 6 de setembro de 2014

Falei ao vento de ti
ao qual ele me respondeu silêncio
e um ladrar de cão.

Desci as escadas e encontrei a rua.
Encontrei também quem me quisesse...

Foi de lá que vi
que tudo que tenho por aqui é o que há.

Havendo se constrói o navio,
a nave; do chão às estrelas,
do coração à razão.

Concreto pensamento
guarda tristeza da sabedoria
e nisto me falo ao outro e tudo
parece bem...

Mergulho mais um pouco
nesta fraqueza de viver inseguro,
passivo de activo económico,
emprego e horas marcadas.

O amanhã escrito em números.

Mas que sabem os números e as horas
sem os olhos e o sentir nelas?

Portanto viver é esta dor de não saber,
esta maneira de "ter de ser",
arriscar perder.

Ver o que dá ser
sem me disso ver.

Candidatar-me à vida
sem repouso, sem chama.

Construir.

Tudo se tem de construir.

(desconstruir o sonho vivendo)

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