Não há caminho que não seja perdido...
Encontrado disto o deixa de ser.
Então consciência a cima de tudo deves tu ter.
Aconteceu que perdi a viúva de meu sonho
e com sede de viver,
corri até me por ela desaparecer,
sendo fantasma hoje,
não conheço sabor além a amargura do tempo.
Mas sabendo disto
o dilúvio é só canção de embalo
que abala as frentes marítimas
de meus sonhos
e os descobre precipícios
de loucura criadora.
Mente a vida à semente
que se vai,
a caminho da morte,
te a esquece verdade.
Na chama do rochedo pintado
pela mão daquele que caçava nas planícies
eu medito minha ausência de ser,
reconhecendo tão mais ser
nesse mundo antigo e que ficou
para mim e toda a actualidade.
Presente colhido em fruta madura
que chama a vida a vir dançar consigo nua.
Vida essa que não magoa,
magoa o fugir ou fingimento dela,
tristeza fria essa...
À noite ver as estrelas
e lembrar elas guardarem segredos
que te tão mais conhecem do que tu mesmo.
Aprender com elas é desígnio dos deuses,
aprender com elas é saberes ser humano,
seres tu, saberes da vida crescer
até à derradeira libertação:
morte.
Saber disto e não ter medo disto
nem de nada senão das nuvens
que escondem o sol, o céu.
Amanhã amanheço a noite de meu descanso
e acordo o dia novo que me não conhece
mas lembra a toda a hora ser filho da vida
e vida ser mãe eterna.
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