terça-feira, 20 de junho de 2017

A poesia despreza as dificuldades da vida real, física.

A poesia encontra o seu consolo na destruição
dos limites pessoais.

Vai ao existente do existencial conhecer,
finalmente,
algo.

Esse algo é a poesia.

Se a poesia sempre me foi vida,
hoje me não é
porque procuro outra saída.

Mas sei que me és minha
e sei que sou teu.

Além vida física que me canso
sei que existe esse irreal mais que real
teu.

Então, és deveras a minha única deusa.

Deusa que dá e tira vida,
deusa invejosa e ciumenta
que me mete todo torto
se não me sirvo a ti
só.

São tempos de espera.
São tempos de procura material.

São tempos de teu longe perto
espiritual.

Minha mãe, filha e amante,
coisa eterna do canto de crer
mais que querer.

Eu sei que sou isso...

Mas agora tento algo outro
mais perto desta civilização
que sempre quis reduzir a cinzas
tendo meu leito somente em ti. 

Esperas-me?

Sei que sim.

Pois dei, dou e darei
minha vida por ti.

Poesia minha que me canta aos céus
terra e nela nem voo mas ando
como santo de lado algum
senão imaginação.

Algo outro,
outra algo,
o descarrilamento do humano
que conhece
finalmente o real
que é sonhar acordado.

Nado o sonho
com as preces
deste mundo
que me consola vivo
e perdido.

Achei-te
e disso nunca me perco!

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