segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Oh, palavras de alto a baixo
são serenatas a Deus
ou devo antes dizer à Deusa.

Componho pelo som das letras
maravilhas intelectuais
que tocam os dons sensoriais
- até de quem os julgou perdidos.

Faço da vida uma fantasia
roubando a ela a veracidade
e meto nisto que escrevo tudo
o que demais chamam realidade,
isto é, vida.

Artista da criação,
brinco a deus esta flor na mão
e quem me cria
crio eu por aqui,
sem dor, sem medo e sem pudor.

Oh, que sou ateu
e sei deus ser mais que eu!

Ou o mesmo?

Hum...

Palavras são maravilhas
encruzilhadas
que dizem coisas a mentes caladas
- exacerbando elas à desconstrucção necessária
à real e absoluta e pura contrucção individual
e assim, singular e mais ainda então espiritual,
infinita, eterna.

Então deus é chegado ao próprio
e uma conversa de mesa,
entre amigos é possível.

Pela alegria da loucura
e muita escola em ousadia de humor
e amor e muito de não de todo isso,
se faz a escada que antes para cima
e agora...
para baixo?

Quem sabe...

É tempo de olhar o céu
e receber dele a luz.

Colher o que se pode
e viver humilde a mente
que mente
mas já se assim sabe
e portanto se sabe,
ao menos, um pouco da verdade.

Escrevo influenciado,
é claro.

Eu sou vento,
ar e mar.

Quando me enclausuram em ideia de ser apenas humano
me todo tinjo de negro e, mais tarde ou mais cedo,
rebento para fora
- fazendo do medo de outrora matéria-prima bruta
e crua que chega aos mais altos dos a cima de não tanto,
porque o além é na verdade aqui mesmo, em ti.

Procuro um pouco de exaltação de momento,
se é que me entendes.

Quero explodir um pouco por entre linhas
nobres e elegantes.

Quero matar com delicadeza,
fazer amor com selvajaria,
tudo o que não tem a ver junto,
unido,
feito ferro fundido
de minha alma viver em corpo
e querer-se livre.

Nado o tempo de meu corpo
em promessa de um dia ser nenhum
mas um todo.

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