domingo, 7 de dezembro de 2014

Por mais dentro que piso a vida
mais humilde fico.

A simpatia toca-me mais
mas mais serenamente que antes
- antes chegava a doer -
hoje mesmo que doa um pouco
é sempre um prazer.

Caminho as ruas como um astronauta
medieval, somando e subtraindo contas
que não têm qualquer razão mas sorriem-me
na mente.

Meio pequeno imagino o grande
- aquele que deixa até de ter dimensão -
e tudo que olho e me olha é presente,
continuação.

Quanto mais deixo esta vida me torcer
e mexer, cá dentro, mais me sinto um sucinto
estudante dela.

Há que ser um velho
para trazer a criança
a correr cá para a rua da vida
única.

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