sábado, 4 de outubro de 2014

Palavras ao canto de desaparecer pelas ideias aparecer.
Conter para manter depois crescer.
Foi dali ao lado que me ocorreu sentado
descobrir consensos outros que não lembrem daqui.
Assim fugir sem tanto de ir
porque ir implica coisas e o descobrir vontade só.

A rua salta.



É a Avenida Almirante Reis!

É o ver Chineses, Russos, Indianos, Angolanos,
Japoneses, Ucranianos, Nepaleses, Brasileiros,
Moçambicanos, Paquistaneses, Guineenses
e demais gentes juntos no mesmo saco,
mesma rua!

É andar na avenida da cidade, que me viu nascer,
e sentir-me estrangeiro.

Olha vou à Índia e já volto!
...comprei um caril decente para o jantar.

É andar pela rua e não me cansar de Portugalidade doentia,
mesquinha e tão modesta, humilde e pequena...

É a crise!

Não, não é a crise.

Na minha rua não há crise,
há mundo!

E o mundo sabe de si.

Com escola em simpatia, tolerância e distância
se faz um novo mundo
- no mundo da gente portuguesa.

Ah, e não é tão bom?

"Lá fora", fora desta rua e zona,
a coisa vai andando,
vai passando.

Aqui a coisa anda afinal!

Vai devagarinho, com muitos carros a parar
na avenida, obstruindo o transito habitual
mas:
sempre dá para passar.

Carlos Cândido dos Reis 
é o nome do tal Reis
que era Almirante
e agora uma Avenida
- da qual aqui expressamente falo.

Parece que era rebelde...
E assim também é e será a sua Avenida
em fresca memória de sua partida.

Sem comentários:

Enviar um comentário