Gosto do Outono.
Dá espaço à vida
- vida essa que tenho dentro de mim.
O Verão é soltar
que, demais sentir, viver é uma extrema necessidade.
Mas esta, de tão efervescente,
não soletra as cores de meu ser.
Outono, mais calmo:
mais de contemplar,
agir só se bem sentida vontade de dar.
Correm as vestes,
casaco e meias,
botas para a chuva talvez.
Mais quente esse frio afinal.
Nasce o quente de nós,
coisa mais quente que o quente do sol actual.
É ter sol cá dentro.
Coisa que não ilumina mas descansa a atenção,
descontrai o afecto a ser coerente e não fugidio.
Certo é viver momento como final.
Então sim, gosto do Outono
como há tempos gostava do Verão.
Mas passando, há outro.
E tão bom que é um novo
- de sempre -
ao tempo ser o tesouro de quem nos guarda em silêncio...
Amanhã, Ontem e Hoje
são coisas de agora,
são coisas de sempre.
Falo ser do momento.
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