quarta-feira, 2 de agosto de 2017

A dor da mudança e o silencio da criança.

Prestes a ir para longe onde me não sei
mas saberei mais completo que aqui,
onde só pântano já vejo
e minha alma enfraquece
com a ausência de desafio e crescimento.

Então, quando na morte vives porque te cansaste da vida
há que te pôr à prova e obrigar-te a ver que além do que os teus olhos vêem
há o mundo e o ter de lidar com ele com a humildade e sinceridade e fé
de um estrangeiro, de um turista, de alguém que pergunta a outro direcções.

Quando o medo te cobre
lança o medo ao mundo
te confrontando além dele
seguro, de que há vida além do medo,
além da inacção, descrença e tristeza.

És feito de hábito,
o ser humano mais não é que um produto do hábito.

Se a vida te não guia
então te guia o medo.

É muito preto no branco
este meu cérebro...

Tudo ou nada,
revolução ou ditadura espiritual.

Explodir e implodir,
viver no ir sem interferências mais
que aquela da vontade interior ordena.

Tudo de real a ser estrangeiro
à terra maior e absoluta
de minha escrita
escrita nesse agora sem fim.

Presente ao presente crente
e deixar os demónios se entre-devorarem
entre si.

Afinal o que é o medo senão inacção?

Age fora de suas coordenadas e referências
e verás explodir em ti o precipício da vida
que te conhece mais que o medo que tu tens de o ser.

Confundir os olhos com sonhos,
deixar o niilismo do descanso de ser estrangeiro
fazer de ti o derradeiro nativo de tua terra:
tua mente que assim,
finalmente, deixa de mentir
pois teus pés pisam apenas
o agora, neste momento.

A precisão do presente ser eterno,
infinito
e no entanto morrer
e renascer por tua compreensão disso.

Sal ao Sol,
Mar da Terra
à Lua e saber
fazer da vida
algo que voa,
algo que doa além da dor.



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