Então na estrela cadente de me imaginar sozinho
fico sonhando os dias à noite enquanto vejo quem anda por aí.
Sonho por agora, realidade que espere minha reinauguração.
Sou feito de pedra, a pedra onde me ausculto espírito onde
realizar mundo real, através da imaginação.
Enquanto passa o mundo soletro eu minha existência
então que mando é esse que me olha,
senão a perda do meu?
Oh, distraio-me demais com isto de viver.
Só no meu canto sou feliz e tudo é certo,
correcto, digno, elegante.
Já vivi demais cá dentro para puder-me
deixar disso.
A salvação e a maldição são uma só,
é bom que te entendas disso!
Não há fim à busca espiritual
e não há fim à coisa de saber demais de si.
Acontece que quando se escreve e lê poesia
algo parece vir ao de cima
e ao de cima vem
uma vontade de descontracção
por saber de além
sem aparente razão.
Inquietação constante,
o espírito quer mais,
não quer estar preso demais a conversas
ou afectos,
precisa de saber que a coisa continua,
que a coisa flui, que a coisa é maior do que tu.
Não se pode parar a vida numa só consciência,
ela tem de dar a volta a toda a loucura e desiquilibrio
para finalmente chegar a conclusões dignas de manifestação pessoal.
Não me quero demorar nesta vida,
já me chegam as irrealizações do meu cérebro
em questões tão naturais como ser feliz,
afectos e tudo mais.
É tudo complicado para mim.
O complicado é a normalidade,
o que é suposto, a tranquilidade da gente que vive
esta vida sem se nunca mostrar a ela como é efectivamente.
Cansado disso
e por isto vou ao campo
imaginar uma vida
onde ser eu humano
é pouco importante
para que as árvores continuem a crescer,
o sol a brilhar, a chuva a cair,
os pássaros a voar, etc.
Imaginação, poesia e arte
não são hobbies
são a única maneira que alguns de nós
têm para encontrar razões para viver aqui.
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