É preciso a absoluta paz
para gerar o absoluto caos.
Do caos nasce a simples naturalidade da vida
visto a pleno olhar sublime de quem não teme
nada senão a ausência de movimento e discernimento.
Há coisa mais bela que a visão plena e absolutamente presente, real?
Vive tudo perdido numa ânsia de encontrar o que perdeu
e não aprender com o que perdeu
ganhar com isso...
A vida é uma aprendizagem
e seja qual for a matéria
há que a formalizar e desbravar rápido
para que logo noutra se possa cair.
Aprender com os erros,
sorrir aos desconhecidos,
rosnar a tudo e mais alguma coisa
que perturbe este movimento mental
de imaginação e criatividade visceral.
Tendo tido o inferno e o paraíso
não estou em nada novo,
só o capítulo e a alta idade de adolescência
- que mais não é -
são novos.
Velho como um corcunda
com a vontade de dar como a mesma criança
que fui e sou.
No entanto, o mundo está-me distante
e não me preza voz à discordância acesa de ser eu,
um lá atrás,
e este eu que me sinto agora
- cheio de medos -
é um fantasma
que apareceu
por medo à responsabilidade digna
de ver tudo e todos plenamente,
isto é, como se nem sequer eu fosse.
Há tanto mistério no mundo...
Tanta coisa que a alma solitária compreende
que não pode - deve - exprimir...
(Só aqui.)
Mas que alma solitária!
Queria voar aos infinitos e conhecer mundos novos,
desbravar largas asas a compreensão de uma nova ideia,
ideias e conhecimento.
Como parar?
Caminho ao certo de quando a cabeça está no sítio certo
o andar poder ser sereno como se de um velho de bengala
se tratasse.
Há paz além do medo,
te esqueceste disso?
O dormir com o universo
porque te resolveste de frente e trás
ao vício da vida e todas essas burocracias.
A loucura de que nos protegemos
é a porta para a sanidade.
Concordo aos deuses glórias passadas
mas agora,
peço desculpa,
mas sou apenas humano.
Um humano fraquinho e com receio,
com ideias para o futuro e alguma vontade de estabilidade física
e, peço desculpa novamente ó deuses, financeira...
(Ri-se o puto de mim e o outro também.)
É assim:
crescer é uma coisa fudida
que lança muitos para o outro lado,
além corpo.
Mas manter-te vivo
é a arte de quem sabe que a vida,
e a vida só
- não esta mente que mente constantemente -
diz verdade e orienta o individuo a encontrar coisas.
Coisas que o façam florescer novamente.
Índio da terra do nunca
aqui na terra como no céu,
viver mortal a honra de saber
e não ser deus.
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