terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

É preciso a absoluta paz
para gerar o absoluto caos.

Do caos nasce a simples naturalidade da vida
visto a pleno olhar sublime de quem não teme
nada senão a ausência de movimento e discernimento.

Há coisa mais bela que a visão plena e absolutamente presente, real?

Vive tudo perdido numa ânsia de encontrar o que perdeu
e não aprender com o que perdeu
ganhar com isso...

A vida é uma aprendizagem
e seja qual for a matéria
há que a formalizar e desbravar rápido
para que logo noutra se possa cair.

Aprender com os erros,
sorrir aos desconhecidos,
rosnar a tudo e mais alguma coisa
que perturbe este movimento mental
de imaginação e criatividade visceral.

Tendo tido o inferno e o paraíso
não estou em nada novo,
só o capítulo e a alta idade de adolescência
- que mais não é -
são novos.

Velho como um corcunda
com a vontade de dar como a mesma criança
que fui e sou.

No entanto, o mundo está-me distante
e não me preza voz à discordância acesa de ser eu,
um lá atrás,
e este eu que me sinto agora
- cheio de medos -
é um fantasma
que apareceu
por medo à responsabilidade digna
de ver tudo e todos plenamente,
isto é, como se nem sequer eu fosse.

Há tanto mistério no mundo...

Tanta coisa que a alma solitária compreende
que não pode - deve - exprimir...

(Só aqui.)

Mas que alma solitária!

Queria voar aos infinitos e conhecer mundos novos,
desbravar largas asas a compreensão de uma nova ideia,
ideias e conhecimento.

Como parar?

Caminho ao certo de quando a cabeça está no sítio certo
o andar poder ser sereno como se de um velho de bengala
se tratasse.

Há paz além do medo,
te esqueceste disso?

O dormir com o universo
porque te resolveste de frente e trás
ao vício da vida e todas essas burocracias.

A loucura de que nos protegemos
é a porta para a sanidade.

Concordo aos deuses glórias passadas
mas agora,
peço desculpa,
mas sou apenas humano.

Um humano fraquinho e com receio,
com ideias para o futuro e alguma vontade de estabilidade física
e, peço desculpa novamente ó deuses, financeira...

(Ri-se o puto de mim e o outro também.)

É assim:
crescer é uma coisa fudida
que lança muitos para o outro lado,
além corpo.

Mas manter-te vivo
é a arte de quem sabe que a vida,
e a vida só
- não esta mente que mente constantemente -
diz verdade e orienta o individuo a encontrar coisas.
Coisas que o façam florescer novamente.

Índio da terra do nunca
aqui na terra como no céu,
viver mortal a honra de saber
e não ser deus.

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