Acorda a guerra a ti que os tempos pedem soberania existencial.
Sê-te a noite mais que o dia
pois esse brilho está a ser corroído
por forças mesquinhas.
Só se pode olhar o sol de frente
quando as trevas de dentro já não metem medo algum
- ajudam a espantar o brilho aos outros.
Matar o sofrimento com discernimento de viver
finalmente cada dia a seu tempo,
esquecer o futuro e brincar o passado
em pleno presente.
Não há muita alma a se aventurar pela desconstrucção do Eu,
há sim uma enorme massa de gente a estudar-se fisicamente
para se apresentar ao outro, ao mundo, decente.
Ora a decência só é de valor se for com o interior,
pois, como já o oriente dizia,
esse é maya e ilusão, a chatice dos outros
- "o inferno são os outros" disse também um ocidental.
Portanto um pouco de guerra para prevenir e precaver
a guerra que aí vem, perdida e estúpida como todas as guerras.
Lembrar só o que nos fez nascer
e daí recrescer novamente só
e simplesmente quem se é.
Pois ideias podem ser impostas,
medos podem ser manipulados
mas quem se é em menino
e se viu brotar dos braços dos pais alguém
com sonhos, vontades e fantasias
- é, verdadeiramente, inquebrável e coerente.
Um pouco de guerra imposta por si
para poder viver,
com alguma paz,
esta falta de paz
que todos sentimos e todos sentem
agora.
Sem comentários:
Enviar um comentário