Por dentro de cada palavra há um ser que inova a alma.
Escrever para espantar medos
pois o maior medo é aquele irracional
de estar sempre a caminhar para e sobretudo a morte.
Sendo assim - sabendo disto - que se caminhe com alguma alegria,
percebendo os prós e contras de sermos quem somos
e além disso, ambicionar mais e querer aprender e ser mais.
Na honra do capacete preto
da aurora criança que fui
espero-me fazer um homem digno
de respirar o ar que a vida me dá.
Viver agradecido pelo pouco que se tem e dá
ser o mundo nosso
e com este viver em paz.
Encontro a donzela de meu sonho
a dançar quase que nua
com um pano nas mãos esticadas para cima.
Ela sorri para mim
e desvia o olhar maroto.
Eu escrevo-lhe a alma
coisa que para ela é natural
e para mim metafísico.
Porquê?
Porque lembra essa Mãe-Natureza
a quem busco consolação de meus infortúnios humanos
e de civilização.
Mas Mulher essa que me chama a atenção
e me desvia caminho da tensão necessária
à criação do próprio destino
é para ter cuidado...
Suas pernas são violoncelos
e sua anca um contra-baixo,
toda a sua maneira de estar é poesia
e mais que grande elegância de ar.
Gosto de te olhar sem falar
e saberes tu meus pensamentos de te desejar.
Ficas feliz com isso...
Quero redescobrir a honra antiga de meu sobretudo
que me escondia ao mundo.
Fantasma aceso de vida antiga e ancestral
reconhecida apenas por um fantástico Eu
reinventado por tamanha sabedoria que me deu ela,
a vida.
Fui hoje a Sintra, ou tangente a ela,
Malveira da Serra.
Tasca essa antiga que me andava nos pensamentos
encontrei-a hoje e bebi-a uma Sagres em comemoração
de tempos passados em que eu era apenas e completamente
escrita, isto é, invenção minha.
No passado de chegar ao futuro
e não ver presente assente,
todo o meu corpo treme de vida
mas não lhe encontro veículo ou via
que não esteja já gasto de vida passada.
Pois a única vida que existe perfeita
é a do presente.
Se tua rua não te deixa ser absolutamente o que sentes
então tens de mudar de rua, não é verdade?
Ou muda de pele,
sê outro para surpresa do mesmo.
Quem te conhece
se tu mesmo és maresia de teus pensamentos
densos?
Inventas aflições só porque,
na verdade, ó poeta,
tens medo de viver e ser fisicamente feliz!
Ela dá-te a mão
te leva a ir com ela
mas não sabe ela
que eu sou mais que o que ela vê
e sente...
Sem pretensiosismos
sou uma máquina de consciência
em perpétua criação.
Se qualquer engrenagem pára
pára este mundo meu
e fico desconhecido a tudo
e nisto perdido por sempre ser,
mais que tudo, lúcido.
As nuances e curvaturas de minhas ideias
só encontram paralelo nesse universo
que ninguém vê.
Amaldiçoado,
vivo de me encontrar fugindo.
E quando me encontro há alegria
e logo depois perfeita morte
para mais novo conhecer
e inventar.
Não há fim à imaginação
e por aí redescubro sempre o mesmo
viver.
E viver,
a vida natural de ser
e ver o mundo a existir
e as pessoas a falar
e as conversas de café
e o carro a passar:
isso é
o resto invento,
sou eu!
sábado, 25 de fevereiro de 2017
sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017
A desconstrução do Eu
para que seja Ele neutro:
absolutamente sendo a cada momento.
para que seja Ele neutro:
absolutamente sendo a cada momento.
Desaprender é muitas vezes mais importante que aprender.
Só se aprende realmente desaprendidamente.
Só se aprende realmente desaprendidamente.
terça-feira, 21 de fevereiro de 2017
segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017
domingo, 19 de fevereiro de 2017
Almocei com os pais e depois de me largarem ali nos Anjos
uma mensagem de um amigo.
Domingo de companhia portanto.
Um dia de sol limpo que mais Primavera parece prometer
e no entanto ainda pleno Inverno é.
Embora cerrado em decisões e impaciências,
vontades e desistências
existem, neste mundo, pessoas que valem a pena
a nossa dita vida imortal querer se ficar também pelo mortal.
Porque há o que valha de amigos e família
que outrora se não dava real valor mas hoje,
com mais anos em cima, se compreende melhor.
E os pássaros, as angústias de cada um
partilhadas com bons amigos
e a tristeza e angústia de outrora de família
serem hoje motivo de sabedoria e
conversa séria e feliz
num qualquer restaurante verdadeiramente português
- nesta capital que foge à regra mansa mas soberana de ser fim do mundo.
Sexta feira uma conversa deliciosa com uma amiga que se
revelou ser mesmo e efectivamente boa amiga
- sendo eu cínico de tudo que me possa alguma vez ajudar,
fora de mim...
É bom ser surpreendido tanto por amigos como por família.
O salto de crescer vem doce mas pesado e sendo que eu detesto
influencias alheias recuso-o por um lado.
Por outro aceito e compreendo que a idade começa a pesar
e a honra de ter lugar para expor e ser tudo o que sinto, sonho
e faço é uma obrigação.
Bem-dita a vida por continuar a existir
e me iludir de meu pesadelo,
serenidade terrena e contemplação humana.
Todos perdidos ao encontro de algo.
Alguns sabem-se perdidos
e alguns sabem algo.
A alegria aqui é que não há solução
mas movimento e acção,
sendo que o encontro gera a vida
e o teu desencontro gera a tua mente.
Portanto, com calma em frente,
desbravar o que te mete medo
metendo medo a isso com movimento
e acção.
Bom domingo ó vida!
Por mais que eu goste das trevas
sempre me surpreendes com alguma alegria,
conquista, compreensão.
uma mensagem de um amigo.
Domingo de companhia portanto.
Um dia de sol limpo que mais Primavera parece prometer
e no entanto ainda pleno Inverno é.
Embora cerrado em decisões e impaciências,
vontades e desistências
existem, neste mundo, pessoas que valem a pena
a nossa dita vida imortal querer se ficar também pelo mortal.
Porque há o que valha de amigos e família
que outrora se não dava real valor mas hoje,
com mais anos em cima, se compreende melhor.
E os pássaros, as angústias de cada um
partilhadas com bons amigos
e a tristeza e angústia de outrora de família
serem hoje motivo de sabedoria e
conversa séria e feliz
num qualquer restaurante verdadeiramente português
- nesta capital que foge à regra mansa mas soberana de ser fim do mundo.
Sexta feira uma conversa deliciosa com uma amiga que se
revelou ser mesmo e efectivamente boa amiga
- sendo eu cínico de tudo que me possa alguma vez ajudar,
fora de mim...
É bom ser surpreendido tanto por amigos como por família.
O salto de crescer vem doce mas pesado e sendo que eu detesto
influencias alheias recuso-o por um lado.
Por outro aceito e compreendo que a idade começa a pesar
e a honra de ter lugar para expor e ser tudo o que sinto, sonho
e faço é uma obrigação.
Bem-dita a vida por continuar a existir
e me iludir de meu pesadelo,
serenidade terrena e contemplação humana.
Todos perdidos ao encontro de algo.
Alguns sabem-se perdidos
e alguns sabem algo.
A alegria aqui é que não há solução
mas movimento e acção,
sendo que o encontro gera a vida
e o teu desencontro gera a tua mente.
Portanto, com calma em frente,
desbravar o que te mete medo
metendo medo a isso com movimento
e acção.
Bom domingo ó vida!
Por mais que eu goste das trevas
sempre me surpreendes com alguma alegria,
conquista, compreensão.
terça-feira, 14 de fevereiro de 2017
É preciso a absoluta paz
para gerar o absoluto caos.
Do caos nasce a simples naturalidade da vida
visto a pleno olhar sublime de quem não teme
nada senão a ausência de movimento e discernimento.
Há coisa mais bela que a visão plena e absolutamente presente, real?
Vive tudo perdido numa ânsia de encontrar o que perdeu
e não aprender com o que perdeu
ganhar com isso...
A vida é uma aprendizagem
e seja qual for a matéria
há que a formalizar e desbravar rápido
para que logo noutra se possa cair.
Aprender com os erros,
sorrir aos desconhecidos,
rosnar a tudo e mais alguma coisa
que perturbe este movimento mental
de imaginação e criatividade visceral.
Tendo tido o inferno e o paraíso
não estou em nada novo,
só o capítulo e a alta idade de adolescência
- que mais não é -
são novos.
Velho como um corcunda
com a vontade de dar como a mesma criança
que fui e sou.
No entanto, o mundo está-me distante
e não me preza voz à discordância acesa de ser eu,
um lá atrás,
e este eu que me sinto agora
- cheio de medos -
é um fantasma
que apareceu
por medo à responsabilidade digna
de ver tudo e todos plenamente,
isto é, como se nem sequer eu fosse.
Há tanto mistério no mundo...
Tanta coisa que a alma solitária compreende
que não pode - deve - exprimir...
(Só aqui.)
Mas que alma solitária!
Queria voar aos infinitos e conhecer mundos novos,
desbravar largas asas a compreensão de uma nova ideia,
ideias e conhecimento.
Como parar?
Caminho ao certo de quando a cabeça está no sítio certo
o andar poder ser sereno como se de um velho de bengala
se tratasse.
Há paz além do medo,
te esqueceste disso?
O dormir com o universo
porque te resolveste de frente e trás
ao vício da vida e todas essas burocracias.
A loucura de que nos protegemos
é a porta para a sanidade.
Concordo aos deuses glórias passadas
mas agora,
peço desculpa,
mas sou apenas humano.
Um humano fraquinho e com receio,
com ideias para o futuro e alguma vontade de estabilidade física
e, peço desculpa novamente ó deuses, financeira...
(Ri-se o puto de mim e o outro também.)
É assim:
crescer é uma coisa fudida
que lança muitos para o outro lado,
além corpo.
Mas manter-te vivo
é a arte de quem sabe que a vida,
e a vida só
- não esta mente que mente constantemente -
diz verdade e orienta o individuo a encontrar coisas.
Coisas que o façam florescer novamente.
Índio da terra do nunca
aqui na terra como no céu,
viver mortal a honra de saber
e não ser deus.
para gerar o absoluto caos.
Do caos nasce a simples naturalidade da vida
visto a pleno olhar sublime de quem não teme
nada senão a ausência de movimento e discernimento.
Há coisa mais bela que a visão plena e absolutamente presente, real?
Vive tudo perdido numa ânsia de encontrar o que perdeu
e não aprender com o que perdeu
ganhar com isso...
A vida é uma aprendizagem
e seja qual for a matéria
há que a formalizar e desbravar rápido
para que logo noutra se possa cair.
Aprender com os erros,
sorrir aos desconhecidos,
rosnar a tudo e mais alguma coisa
que perturbe este movimento mental
de imaginação e criatividade visceral.
Tendo tido o inferno e o paraíso
não estou em nada novo,
só o capítulo e a alta idade de adolescência
- que mais não é -
são novos.
Velho como um corcunda
com a vontade de dar como a mesma criança
que fui e sou.
No entanto, o mundo está-me distante
e não me preza voz à discordância acesa de ser eu,
um lá atrás,
e este eu que me sinto agora
- cheio de medos -
é um fantasma
que apareceu
por medo à responsabilidade digna
de ver tudo e todos plenamente,
isto é, como se nem sequer eu fosse.
Há tanto mistério no mundo...
Tanta coisa que a alma solitária compreende
que não pode - deve - exprimir...
(Só aqui.)
Mas que alma solitária!
Queria voar aos infinitos e conhecer mundos novos,
desbravar largas asas a compreensão de uma nova ideia,
ideias e conhecimento.
Como parar?
Caminho ao certo de quando a cabeça está no sítio certo
o andar poder ser sereno como se de um velho de bengala
se tratasse.
Há paz além do medo,
te esqueceste disso?
O dormir com o universo
porque te resolveste de frente e trás
ao vício da vida e todas essas burocracias.
A loucura de que nos protegemos
é a porta para a sanidade.
Concordo aos deuses glórias passadas
mas agora,
peço desculpa,
mas sou apenas humano.
Um humano fraquinho e com receio,
com ideias para o futuro e alguma vontade de estabilidade física
e, peço desculpa novamente ó deuses, financeira...
(Ri-se o puto de mim e o outro também.)
É assim:
crescer é uma coisa fudida
que lança muitos para o outro lado,
além corpo.
Mas manter-te vivo
é a arte de quem sabe que a vida,
e a vida só
- não esta mente que mente constantemente -
diz verdade e orienta o individuo a encontrar coisas.
Coisas que o façam florescer novamente.
Índio da terra do nunca
aqui na terra como no céu,
viver mortal a honra de saber
e não ser deus.
sábado, 11 de fevereiro de 2017
É preciso tudo estar certo,
isto é, nada identificado como um erro
para que a vida seja prolificamente neutra
e assim como que infinita.
Se o coração sente e identifica coisas
à mente, na e da realidade,
(que o chateiam)
então não há paz e todo o potencial
de inteligência e intuição está obstruído.
Bem dentro de cada um de nós
há uma identidade fortíssima e
uma consciência brutal do que se é,
do que se deve ser.
Se esta foi interceptada por algo
que a magoou ou evidenciou à realidade
então o coração sofre brutalmente
e não deixa esquecer
- pois esse nunca esquece...
Assim, há que ou mudar de sítio
ou mudar de situação ou até mudar de identidade
- sendo que se mantém a mesma sempre igual dentro.
O problema de alguns seres é serem demais lúcidos
para coisas iguais e comuns a todos nós.
Rapidamente tudo se perverte se a obediência
a essa identidade prima e original
for posta em causa ou mesmo traída.
A maioria de nós esquece esta identidade de essência
à primeira grande dor, seja pelo amor dos pais,
seja pelo amor por outrem exterior ao antro familiar.
Outros vêem esta identidade como a única real
e merecedora de toda a nossa atenção e intenção.
Como recuperar esta identidade?
O amor magoa porque evidencia-a...
O amor é uma força brutal e esmagadora por isso.
É a única coisa que a evidencia ao mundo.
Por isto, muito cuidadinho quando amas alguém...
Pois primeiro que tudo no mundo
é preciso saberes te amar a ti mesmo
e só - nada, absolutamente nada, mais.
Se o amor que sentes por alguém
faz-te esquecer esse teu amor
cuidado com o salto
porque se falhar
vai demorar a encontrar
essa identidade própria,
esse amor teu e só.
E pode nem ser a tua amada
a te magoar mas uma outra pessoa
ou coisa ou situação.
O amor é só para os realmente fortes de espírito.
...ou então é distracção para aqueles
que vêem o espírito uno como única arma
e solução para esta vida.
Como o Vinicius dizia
"é preciso amar"
e sim, é verdade,
mas alguma calma nesse real sentimento.
Mas o que digo eu
que sempre que o sinto
me lanço de cabeça para explodir
e implodir todos os meus conceitos e pensamentos
e ideias e pressupostos?
Gosto da transformação
mas dói irrealidades esta coisa
parva de amar.
A vida, a realidade, o tempo, o trabalho,
a família, os amigos,
nada sabem destas coisas.
Só tu as sentes
e isso é que é a chatice da solidão.
...pois a outra, a outra solidão
que eu tanto aprecio e amo,
essa é sempre bem vinda
mas esta não.
É o problema de não reconhecer limites
e pensar que a vida é uma brincadeira...
Aí a vida, a realidade, o mundo, diz
nã, nã:
volta lá à tua pessoa e momento
e contempla o que fizeste, perdeste e ganhaste,
por muito tempo
até chegares a uma solução.
Até lá sofre cabrão!
isto é, nada identificado como um erro
para que a vida seja prolificamente neutra
e assim como que infinita.
Se o coração sente e identifica coisas
à mente, na e da realidade,
(que o chateiam)
então não há paz e todo o potencial
de inteligência e intuição está obstruído.
Bem dentro de cada um de nós
há uma identidade fortíssima e
uma consciência brutal do que se é,
do que se deve ser.
Se esta foi interceptada por algo
que a magoou ou evidenciou à realidade
então o coração sofre brutalmente
e não deixa esquecer
- pois esse nunca esquece...
Assim, há que ou mudar de sítio
ou mudar de situação ou até mudar de identidade
- sendo que se mantém a mesma sempre igual dentro.
O problema de alguns seres é serem demais lúcidos
para coisas iguais e comuns a todos nós.
Rapidamente tudo se perverte se a obediência
a essa identidade prima e original
for posta em causa ou mesmo traída.
A maioria de nós esquece esta identidade de essência
à primeira grande dor, seja pelo amor dos pais,
seja pelo amor por outrem exterior ao antro familiar.
Outros vêem esta identidade como a única real
e merecedora de toda a nossa atenção e intenção.
Como recuperar esta identidade?
O amor magoa porque evidencia-a...
O amor é uma força brutal e esmagadora por isso.
É a única coisa que a evidencia ao mundo.
Por isto, muito cuidadinho quando amas alguém...
Pois primeiro que tudo no mundo
é preciso saberes te amar a ti mesmo
e só - nada, absolutamente nada, mais.
Se o amor que sentes por alguém
faz-te esquecer esse teu amor
cuidado com o salto
porque se falhar
vai demorar a encontrar
essa identidade própria,
esse amor teu e só.
E pode nem ser a tua amada
a te magoar mas uma outra pessoa
ou coisa ou situação.
O amor é só para os realmente fortes de espírito.
...ou então é distracção para aqueles
que vêem o espírito uno como única arma
e solução para esta vida.
Como o Vinicius dizia
"é preciso amar"
e sim, é verdade,
mas alguma calma nesse real sentimento.
Mas o que digo eu
que sempre que o sinto
me lanço de cabeça para explodir
e implodir todos os meus conceitos e pensamentos
e ideias e pressupostos?
Gosto da transformação
mas dói irrealidades esta coisa
parva de amar.
A vida, a realidade, o tempo, o trabalho,
a família, os amigos,
nada sabem destas coisas.
Só tu as sentes
e isso é que é a chatice da solidão.
...pois a outra, a outra solidão
que eu tanto aprecio e amo,
essa é sempre bem vinda
mas esta não.
É o problema de não reconhecer limites
e pensar que a vida é uma brincadeira...
Aí a vida, a realidade, o mundo, diz
nã, nã:
volta lá à tua pessoa e momento
e contempla o que fizeste, perdeste e ganhaste,
por muito tempo
até chegares a uma solução.
Até lá sofre cabrão!
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017
A única maneira de te encontrar
é te perderes.
é te perderes.
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017
Há alturas que se perde aquela capacidade de ver claramente
o que se quer e não quer,
o que se gosta e não gosta,
por onde se quer e não ir.
São alturas essas que pedem mudança.
Seja física ou mental
exacerbar o sangue ao real.
Que a mente é o veículo do espírito,
sem dúvida,
mas se a mente não encontra calma
o espírito desaparece
e com ele toda a noção de caminho,
identidade e vontade.
Há que aprender a mudar
e que coisa mais horrível
quando nos sentimos óptimos
mas há sempre algo que aflige
a mente, o coração e toda essa organização.
Mudar então.
Gostaria de fugir daqui mas nem dinheiro tenho para aqui viver
e gostaria de fugir com a mente mas ela não está de maneira nenhuma assente
para que possa criar tranquilamente.
Então só a mudança.
Chora a despedida do que se foi
para se ser novamente o que se é
mas com outro novo veículo de descoberta.
(O mesmo outro.)
o que se quer e não quer,
o que se gosta e não gosta,
por onde se quer e não ir.
São alturas essas que pedem mudança.
Seja física ou mental
exacerbar o sangue ao real.
Que a mente é o veículo do espírito,
sem dúvida,
mas se a mente não encontra calma
o espírito desaparece
e com ele toda a noção de caminho,
identidade e vontade.
Há que aprender a mudar
e que coisa mais horrível
quando nos sentimos óptimos
mas há sempre algo que aflige
a mente, o coração e toda essa organização.
Mudar então.
Gostaria de fugir daqui mas nem dinheiro tenho para aqui viver
e gostaria de fugir com a mente mas ela não está de maneira nenhuma assente
para que possa criar tranquilamente.
Então só a mudança.
Chora a despedida do que se foi
para se ser novamente o que se é
mas com outro novo veículo de descoberta.
(O mesmo outro.)
terça-feira, 7 de fevereiro de 2017
Art is like Crime
it doesn't pay
but it feels nice.
it doesn't pay
but it feels nice.
Acorda a guerra a ti que os tempos pedem soberania existencial.
Sê-te a noite mais que o dia
pois esse brilho está a ser corroído
por forças mesquinhas.
Só se pode olhar o sol de frente
quando as trevas de dentro já não metem medo algum
- ajudam a espantar o brilho aos outros.
Matar o sofrimento com discernimento de viver
finalmente cada dia a seu tempo,
esquecer o futuro e brincar o passado
em pleno presente.
Não há muita alma a se aventurar pela desconstrucção do Eu,
há sim uma enorme massa de gente a estudar-se fisicamente
para se apresentar ao outro, ao mundo, decente.
Ora a decência só é de valor se for com o interior,
pois, como já o oriente dizia,
esse é maya e ilusão, a chatice dos outros
- "o inferno são os outros" disse também um ocidental.
Portanto um pouco de guerra para prevenir e precaver
a guerra que aí vem, perdida e estúpida como todas as guerras.
Lembrar só o que nos fez nascer
e daí recrescer novamente só
e simplesmente quem se é.
Pois ideias podem ser impostas,
medos podem ser manipulados
mas quem se é em menino
e se viu brotar dos braços dos pais alguém
com sonhos, vontades e fantasias
- é, verdadeiramente, inquebrável e coerente.
Um pouco de guerra imposta por si
para poder viver,
com alguma paz,
esta falta de paz
que todos sentimos e todos sentem
agora.
Sê-te a noite mais que o dia
pois esse brilho está a ser corroído
por forças mesquinhas.
Só se pode olhar o sol de frente
quando as trevas de dentro já não metem medo algum
- ajudam a espantar o brilho aos outros.
Matar o sofrimento com discernimento de viver
finalmente cada dia a seu tempo,
esquecer o futuro e brincar o passado
em pleno presente.
Não há muita alma a se aventurar pela desconstrucção do Eu,
há sim uma enorme massa de gente a estudar-se fisicamente
para se apresentar ao outro, ao mundo, decente.
Ora a decência só é de valor se for com o interior,
pois, como já o oriente dizia,
esse é maya e ilusão, a chatice dos outros
- "o inferno são os outros" disse também um ocidental.
Portanto um pouco de guerra para prevenir e precaver
a guerra que aí vem, perdida e estúpida como todas as guerras.
Lembrar só o que nos fez nascer
e daí recrescer novamente só
e simplesmente quem se é.
Pois ideias podem ser impostas,
medos podem ser manipulados
mas quem se é em menino
e se viu brotar dos braços dos pais alguém
com sonhos, vontades e fantasias
- é, verdadeiramente, inquebrável e coerente.
Um pouco de guerra imposta por si
para poder viver,
com alguma paz,
esta falta de paz
que todos sentimos e todos sentem
agora.
segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017
Então parece que dentro da pedra há uma outra
e na desordem de tudo isto te perdes em amargura inventada
sem qualquer sentimento mas uma vontade de paz
que de alguma forma irritante busca-a no conflito.
Não sendo sábio meu rapaz...
Ouve a mãe que tiveste
fala aos amigos que sempre imaginaste,
vê-te vazio a olhar a lua e as estrelas
e compreende a única coisa que efectivamente sentes:
energia.
Uma tremenda energia
que diria ser
vontade de dar,
vontade de ser,
vontade de poder
e desafio perpétuo
à luz deste sol e céu
até que a morte me feche os olhos
e me lance para o longe de estar finalmente perto
(qual perto não sei).
A absoluta impaciência ao ver
o mundo se mexer e a civilização se entrecomer
enquanto eu me aflijo disso como um cãozinho
de rabo entre as pernas.
Coitado do rapaz,
anda com medo...
Não se pode muito dar a luz que se sente ao mundo
pois alguém a quer demais
e como não a tem é ávido disso.
Tu que a tens mente-te disso
para manteres toda a sinceridade
à volta dessa mesma luz
- dentro.
Coisa complicada que quando partilhamos a vida
com outro ser de rabo saliente e mamas e maneiras delicadas
a raiva e disciplina essenciais a manterem esta chama,
a guiar esta pobre vida,
evaporam-se
e sai toda esta imensa luz para a realidade
e o descontrolo disto e a nudez absoluta do espírito
que o amor potencia e gera
fazem da vida partilhada um inferno de vitalidade
demasiado.
Porque o escuro, a noite,
o silêncio, o tempo e o passado
são deveras os meus maiores amigos
- talvez os únicos amigos do espírito.
Tudo o resto é pardais e canários
e piriquitos, caturras,
águias e abutres.
Canso-me de perder tempo com emoções
e sentimentos...
Tudo é o contrário que parece meu amigo.
O poeta que escreve tudo isto,
com enorme sensibilidade e alguma nobreza
vive de dissecar emoções, sentimentos e sensações
em obra escrita,
isto é, em arte.
Fora a arte tudo é apenas matéria .
Há uma enorme canseira neste ofício,
canseira da vida.
Irónico não é?
Descobri há muito tempo que a Verdade
é irónica,
paradoxal,
quase sempre o contrário
do que aparenta ser.
E nisto, quem chega à tua vida
e te amplifica ao homem que nem imaginavas ser
trás também consigo umas exigências
estranhíssimas que em nada contribuem
para aquilo que te faz crescer, ser e viver.
A arte...
...que é deveras uma outra dimensão,
um outro universo onde se só chega
se o foco é apenas em si,
em si mesmo:
compreendendo a vida absolutamente
nesse momento.
Nisto tremer por todos os lados
essa energia,
a energia da consciência de algo enorme
em nós
do qual não há razão nem controlo.
Ora, o desconhecido assusta qualquer ser,
mas o desconhecido para alguns
é a única maneira de ser e perpetuar
esta fome de saber,
esta vontade de manifestar
o impossível
com a destreza de um cavalheiro
com dois cornos na cabeça.
Não posso estar muito perto da realidade,
cansa-me,
cansa-me viver a vida só num universo.
A mente tem de estar sempre
noutros sítios
para poder
- lá está, irónicamente -
estar perfeitamente no momento.
Por isso sou contraditório
e paradoxal minha querida...
(Fui ao campo pah!
e ele fala por mim aqui)
e na desordem de tudo isto te perdes em amargura inventada
sem qualquer sentimento mas uma vontade de paz
que de alguma forma irritante busca-a no conflito.
Não sendo sábio meu rapaz...
Ouve a mãe que tiveste
fala aos amigos que sempre imaginaste,
vê-te vazio a olhar a lua e as estrelas
e compreende a única coisa que efectivamente sentes:
energia.
Uma tremenda energia
que diria ser
vontade de dar,
vontade de ser,
vontade de poder
e desafio perpétuo
à luz deste sol e céu
até que a morte me feche os olhos
e me lance para o longe de estar finalmente perto
(qual perto não sei).
A absoluta impaciência ao ver
o mundo se mexer e a civilização se entrecomer
enquanto eu me aflijo disso como um cãozinho
de rabo entre as pernas.
Coitado do rapaz,
anda com medo...
Não se pode muito dar a luz que se sente ao mundo
pois alguém a quer demais
e como não a tem é ávido disso.
Tu que a tens mente-te disso
para manteres toda a sinceridade
à volta dessa mesma luz
- dentro.
Coisa complicada que quando partilhamos a vida
com outro ser de rabo saliente e mamas e maneiras delicadas
a raiva e disciplina essenciais a manterem esta chama,
a guiar esta pobre vida,
evaporam-se
e sai toda esta imensa luz para a realidade
e o descontrolo disto e a nudez absoluta do espírito
que o amor potencia e gera
fazem da vida partilhada um inferno de vitalidade
demasiado.
Porque o escuro, a noite,
o silêncio, o tempo e o passado
são deveras os meus maiores amigos
- talvez os únicos amigos do espírito.
Tudo o resto é pardais e canários
e piriquitos, caturras,
águias e abutres.
Canso-me de perder tempo com emoções
e sentimentos...
Tudo é o contrário que parece meu amigo.
O poeta que escreve tudo isto,
com enorme sensibilidade e alguma nobreza
vive de dissecar emoções, sentimentos e sensações
em obra escrita,
isto é, em arte.
Fora a arte tudo é apenas matéria .
Há uma enorme canseira neste ofício,
canseira da vida.
Irónico não é?
Descobri há muito tempo que a Verdade
é irónica,
paradoxal,
quase sempre o contrário
do que aparenta ser.
E nisto, quem chega à tua vida
e te amplifica ao homem que nem imaginavas ser
trás também consigo umas exigências
estranhíssimas que em nada contribuem
para aquilo que te faz crescer, ser e viver.
A arte...
...que é deveras uma outra dimensão,
um outro universo onde se só chega
se o foco é apenas em si,
em si mesmo:
compreendendo a vida absolutamente
nesse momento.
Nisto tremer por todos os lados
essa energia,
a energia da consciência de algo enorme
em nós
do qual não há razão nem controlo.
Ora, o desconhecido assusta qualquer ser,
mas o desconhecido para alguns
é a única maneira de ser e perpetuar
esta fome de saber,
esta vontade de manifestar
o impossível
com a destreza de um cavalheiro
com dois cornos na cabeça.
Não posso estar muito perto da realidade,
cansa-me,
cansa-me viver a vida só num universo.
A mente tem de estar sempre
noutros sítios
para poder
- lá está, irónicamente -
estar perfeitamente no momento.
Por isso sou contraditório
e paradoxal minha querida...
(Fui ao campo pah!
e ele fala por mim aqui)
domingo, 5 de fevereiro de 2017
Alcácer do Sal
a caminho
Alcácer do Sal é uma cidade belíssima.
Estive aqui há uns bons anos creio que durante uma semana
e escrevi bastante nas suas esplanadas.
A uma hora e meia de Lisboa
é um sítio a voltar em breve
com mais tempo.
Sendo que hoje cheguei lá já o sol se tinha despedido do dia
como se vê pelas fotografias.
Ser que faz existir encontra o alto no baixo dos outros.
Balança a alma nesta dança de perder para ver outros ganhar
e nisto sim ganhar Ele.
Sinceramente encantar a perplexidade da emoção
ser sentido não por ele mas pela harmonia dos astros
gerarem compreensão.
E na alma de tudo isto
sorrir perdido ao canto de saber,
a cima de tudo, encantar
e descobrir mais que demais aos outros
fingimento ou esforço
a ti naturalidade sensual
de quem de medos faz deuses
e de frustracção deusa maior.
Pois quem me vai aceitar nesta eterna guerra de me julgar maior
senão a mãe de meus filhos sentimentais
e escritos pessoais?
Procura a deusa.
Tento efectivamente hoje
procurar Essa que me dê alento
e me escolha de seu caminho,
caminho ao Mundo.
Pois não é fácil ser Mulher de mim,
sou mais que demais amor por mim e minha própria íntima
e absoluta Guerra que só quem de mamas
tem rabo e sincera capacidade de me maternizar em serena idade
de crescer e não o saber...fazer.
Dou a minha vida à morte e sei querer
o que me faça crescer
e tudo o que seja além disso
vómito de meu desperdício.
Porque além de mim pouco há nesta vida
que me colha sentimento.
Sou ordem suprema de meu ímpeto.
Sem ela o que sou então?
Conquistar a guerra com a paz do terror interior
e na simplicidade disso fumar um cigarro
e conversar com um amigo
com a alegria de saber que todo este meu saber
é só e absolutamente meu e nada mais que isso...
Além desígnio há qualquer coisa de aqui
que tem de ser também, talvez, tu.
Seja que tu és e sempre um ser de poder
individual
o mundo existe e tu és
mais que dele
teu
e aí
final.
Potentealiza-te ser
do universo morrendo em ti
uno
e acorda-te assim
descoberto e incógnito,
ao mesmo tempo,
de ti.
Sê o sol que te banha vida
e na noite agradece a lua
de teus pensamentos serem
realidade quando te mostras à vida
sério.
Balança a alma nesta dança de perder para ver outros ganhar
e nisto sim ganhar Ele.
Sinceramente encantar a perplexidade da emoção
ser sentido não por ele mas pela harmonia dos astros
gerarem compreensão.
E na alma de tudo isto
sorrir perdido ao canto de saber,
a cima de tudo, encantar
e descobrir mais que demais aos outros
fingimento ou esforço
a ti naturalidade sensual
de quem de medos faz deuses
e de frustracção deusa maior.
Pois quem me vai aceitar nesta eterna guerra de me julgar maior
senão a mãe de meus filhos sentimentais
e escritos pessoais?
Procura a deusa.
Tento efectivamente hoje
procurar Essa que me dê alento
e me escolha de seu caminho,
caminho ao Mundo.
Pois não é fácil ser Mulher de mim,
sou mais que demais amor por mim e minha própria íntima
e absoluta Guerra que só quem de mamas
tem rabo e sincera capacidade de me maternizar em serena idade
de crescer e não o saber...fazer.
Dou a minha vida à morte e sei querer
o que me faça crescer
e tudo o que seja além disso
vómito de meu desperdício.
Porque além de mim pouco há nesta vida
que me colha sentimento.
Sou ordem suprema de meu ímpeto.
Sem ela o que sou então?
Conquistar a guerra com a paz do terror interior
e na simplicidade disso fumar um cigarro
e conversar com um amigo
com a alegria de saber que todo este meu saber
é só e absolutamente meu e nada mais que isso...
Além desígnio há qualquer coisa de aqui
que tem de ser também, talvez, tu.
Seja que tu és e sempre um ser de poder
individual
o mundo existe e tu és
mais que dele
teu
e aí
final.
Potentealiza-te ser
do universo morrendo em ti
uno
e acorda-te assim
descoberto e incógnito,
ao mesmo tempo,
de ti.
Sê o sol que te banha vida
e na noite agradece a lua
de teus pensamentos serem
realidade quando te mostras à vida
sério.
sábado, 4 de fevereiro de 2017
O foco é no sono,
no sonho e na absoluta capacidade
do cérebro se reiniciar.
A alegria escondida
é saber dormir bem contigo
e nisto sair à rua com um sorriso
que ninguém pode comparar.
A arte está no escondido mundo
de pensar e deixar pensar
esse instrumento de criação,
essa honra à vida,
esse desígnio prolífico.
Ser absolutamente tu
e nada mais de desvirtuações absorver
senão aquelas que têm deveras a te fazer crescer.
no sonho e na absoluta capacidade
do cérebro se reiniciar.
A alegria escondida
é saber dormir bem contigo
e nisto sair à rua com um sorriso
que ninguém pode comparar.
A arte está no escondido mundo
de pensar e deixar pensar
esse instrumento de criação,
essa honra à vida,
esse desígnio prolífico.
Ser absolutamente tu
e nada mais de desvirtuações absorver
senão aquelas que têm deveras a te fazer crescer.
sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017
Enquanto a chama de próxima encontra a calma
e na alma do momento o eu é presente e tempo.
Agora à noite e apresso o sentimento nulo
de morrer a vida a viver o incógnito
com o maior dos prazeres,
maior elegância e nobreza,
como se de realeza se tratasse.
Aqui o mendigo é agente,
o bêbado um amigo,
a loira um objecto de tentação
e fantasia - um beijo.
Aqui a lua é mãe
e não longe mas tão demais perto,
em meu pensamento, de ser ideia
mais que demais humano.
Além vivem perdidos
aqueles que se julgam e torcem
vencedores.
Eu reconheço-me perdedor de tudo e mais alguma coisa.
Pois quanto mais tenho mais quero me perder disso
e descobrir o além desse buraco negro
- vazio sincero de uma alma sem calma
que só vive de procurar e procurar
sem nunca disso se chegar.
Quero fazer de minha dor no peito
romance e poesia,
matéria prima dos astros
e do futuro eu que viverá por aí noutros.
Alma certa da morte
vindoura de toda a sabedoria que já colheu,
só absoluta maresia de momentos e pensamentos
e meu sorriso é a sombra de todos os meus sofrimentos
em movimento.
Alguns dizem que é coragem,
é preciso ter coragem para escrever versos
e ser, desta forma íntima, sincero para consigo
e o mundo.
Oh, mas eu tão mais bem sei que não,
que isto tudo que crio
é cobardia extensa de quem
imagina o além mais perto
que o que está à mão de semear.
O que fazer com quem mais ama o longe,
o impossível e a incerteza certa de crer?
Tanta maravilha mostra a vida
quando te simplesmente deixas observar
nulo ao mundo,
como uma espécie de ser
que se largou de todas as ligações a isto
e apenas é,
sentidos e inteligência,
o absurdo maravilhoso e matemático
da existência.
A luz da manhã a toda esta dor de saber além
e conhecer que demais sofrimento
há sempre e sempre descobrimento.
Morre em ti homem
e nasce-te menino
ao pai de antes de nascido
seres hoje reconhecido
ser apenas:
ser humano.
e na alma do momento o eu é presente e tempo.
Agora à noite e apresso o sentimento nulo
de morrer a vida a viver o incógnito
com o maior dos prazeres,
maior elegância e nobreza,
como se de realeza se tratasse.
Aqui o mendigo é agente,
o bêbado um amigo,
a loira um objecto de tentação
e fantasia - um beijo.
Aqui a lua é mãe
e não longe mas tão demais perto,
em meu pensamento, de ser ideia
mais que demais humano.
Além vivem perdidos
aqueles que se julgam e torcem
vencedores.
Eu reconheço-me perdedor de tudo e mais alguma coisa.
Pois quanto mais tenho mais quero me perder disso
e descobrir o além desse buraco negro
- vazio sincero de uma alma sem calma
que só vive de procurar e procurar
sem nunca disso se chegar.
Quero fazer de minha dor no peito
romance e poesia,
matéria prima dos astros
e do futuro eu que viverá por aí noutros.
Alma certa da morte
vindoura de toda a sabedoria que já colheu,
só absoluta maresia de momentos e pensamentos
e meu sorriso é a sombra de todos os meus sofrimentos
em movimento.
Alguns dizem que é coragem,
é preciso ter coragem para escrever versos
e ser, desta forma íntima, sincero para consigo
e o mundo.
Oh, mas eu tão mais bem sei que não,
que isto tudo que crio
é cobardia extensa de quem
imagina o além mais perto
que o que está à mão de semear.
O que fazer com quem mais ama o longe,
o impossível e a incerteza certa de crer?
Tanta maravilha mostra a vida
quando te simplesmente deixas observar
nulo ao mundo,
como uma espécie de ser
que se largou de todas as ligações a isto
e apenas é,
sentidos e inteligência,
o absurdo maravilhoso e matemático
da existência.
A luz da manhã a toda esta dor de saber além
e conhecer que demais sofrimento
há sempre e sempre descobrimento.
Morre em ti homem
e nasce-te menino
ao pai de antes de nascido
seres hoje reconhecido
ser apenas:
ser humano.
quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017
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