quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Neste caminho de proximidade
ilustro o firme em sendo,
chamado para o tempo
em que não sou ou fui.

Conheço o passado
e ilustro o futuro
em tom de quem se passeia pela vida,
incógnito.

Apareço enfim
à frente de ti
e me olhas com um sorriso maroto.

Sou de eu
mas agora que me vês
também sou teu.

Palavras à honra de existir
e neste percurso saber
que o ser é a única verdade e nobre acto.

Os demónios estão aí
e as falhas e cobardices também.

Olho tudo com um olhar de gato:
sei-os.

Curioso como para fazer a coisa andar
tenho de alguma forma de me bater, odiar.

Tenho de criar buraco negro
desta força de sofrimento minha,
longínqua, do passado mas sempre aqui,
em mim.

Tenho de conhecer os medos e resolvê-los.

Muito mais importante que o amor exterior
é o amor interior
- peço desculpa.

Se não me amo
para quê ser amado?

A minha luta é apenas evoluir,
como ser humano,
como cabeça pensante e consciente,
como corpo activo e decidido.

Prestar contas aos meus antepassados,
mentais, hereditários e espirituais.

Só para isso vivo.

Se não presto contas a isto,
se minha visão não se resume a isto
então vivo perdido e só encontro medos
- que no fundo são sinais de que me não sirvo de momento.

O mistério de mim
é coisa que não conheço mas sinto.

Como explicar isso a uma outra pessoa?

Quero apenas viver perdido nisto,
no meu sonho, no meu espírito e na minha luta.

Tudo o mais é consequência.

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