Fala-me ó vento!
Tu que conheces meu destino
e me dizes por sussurros gritantes em minha cabeça.
Estou desconhecido do tempo.
Minha cabeça é uma prisão de passado,
uma angústia que não tem lado,
uma improdução maciça de coisa nenhuma.
Não chego ao vento
nem ao tempo.
Lembrei hoje um pouco do que sou,
fui,
mas me logo esqueci
perdido que estou numa angústia nula.
Meu pensamento me sabota,
meu respeito intimo me não quer.
Falhei-o há tempos
e desde aí quer perder-me por aí,
feito astro do universo
- encontrar o meu pequeno trono novamente.
Mas já o tenho.
Já o soube...
Eu o sei.
Mas não me consigo levar à ribalta do sonho,
do desaparecer pelo visto de crer.
Sou apenas e somente uma angústia sem razão.
Relembro e lembro uma coisa
que nada tem de mim.
Quero andar para a frente.
Quero andar para a frente sim.
Quero desconhecer verdades ou ideias
e redescobrir a minha e somente minha verdade.
Poder levar-me por aí a descobrir,
livre de comparações ou pressupostos,
a vida novamente.
Que desgraça este tempo que vivo.
Cansado disto tudo.
Vivo na minha mente
e o mundo é uma coisa distante
que nem sequer me toca.
Antes era penetrado mesmo pelo mundo.
Sentia nos poros a violência de sua vida crua
a cada momento
e era ele e eu, ao mesmo tempo.
Agora só sou eu.
Mundo perdido em desilusão do individual não ser um todo
e ter falhas e ser fraco e cobarde também.
Que raio de vida sustento agora
que me não consigo conter em contemplá-la nítida
e clara.
Fodasse para isto!
Acorda!
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