Tens escrito?
Perguntam-me.
Sim, respondo eu.
Escrever é a arte que não sai nem entra
fica e prolifera pelo universo silencioso mas infinito do cérebro
que alcança alma.
De manhã, resigno-me ao trabalho
e acordo meio que contrariado.
Mas lá o dia avança e tudo cai na realidade
de ter sorte e alegria, bonança financeira e afectos tão gratuitos
quanto simpáticos.
Vida nocturna se afasta de mim
e eu quero-a ainda mas não posso
que agora diurno faço o tempo
crer futuro.
Poeta do cansaço,
quero a energia que não encontro
e aguardo.
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