Não gosto assim tanto que me conheçam,
me chamem para sair ou jantar.
Não sei se por receio mesquinho meu
mas aprendi a me respeitar a cima de tudo
- este canto escuro que brilha quando não se o pergunta.
Demoro a chegar à vida
e é ela que me acolhe sempre
neste leito de me sentir sempre sem lugar.
Posso sorrir e parecer feliz
mas preciso mais de poder me sentir infeliz
- não me perguntes porquê.
A Lua e o Sol.
A Lua e o Sol vivem em mim
e vivem em qualquer um
- creio -
que se encontra em si
a desbastar as camadas de terra
para chegar ao ar:
alma?
Pode ser...
Não sei o porquê de minha resistência à vida.
As asas são extensas e voam para o infinito,
fortes, quando sem lugar logram a imaginação
- pensar, sentir, imaginar.
(No campo ou na cidade
a sede de querer lugar.)
Pegar na rede e desaparecer.
Colher tudo o que houver pelo viajar
sem tecto nem direcção.
Destino da vida me quis preso ao que sou.
Eu que mesmo digo que nunca se É nada
mas o momento e circunstância que se vivencia,
"habita".
O passado demais perto para o futuro
ser solto fluído pelo presente.
Não sei o que digo
mas sinto.
Um quão de desconfortável
de ser tão sociável e disponível...
Mas não.
É uma experiência.
Um cheiro ao olfacto.
Só mais um cheiro a ele
e à vida, non?
Peregrinação.
Se calhar é só solidão...
(havias de me ver de dia)
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