quarta-feira, 20 de maio de 2015

Por desacreditar tentação se inaugura o Homem.
Coisa feia de força bruta e além pensamento, acção proscrita e actuada em perfeita sintonia com.
Nadar com algo em mente em simetria de coisas altas
e enviesadas que conhecem por duvidar o óbvio e mexer na alegria
como criança infinita!
Vomito o ódio e despreso,
por aqui tudo é qualquer coisa.
Caminho o tempo de não tempo
e maravilha que sempre encontro
- seja em vida seja em morte
(sim, porque eu sei morrer).
Aldrabices que me dizes e eu sinto
e o romantismo de ver quem lhe não é,
aos passos minguantes anda por aí
chorando a pena que escreve e ousada inventa
e fascina quem não a lê
(como se não ainda está escrita?).
Apetece-me cair pelas escadas,
dar o braço a sofrer e deixar ir as mágoas
à certeza de as sentir - deixar ver ao outro o que me vai na alma.
Ser português?
Palavras que não digo e o de ficar por aqui.
São preguiças do antigo,
são almas que me pesam no corpo e mente
como se toda esta cidade fosse esotérica
e eu sua manifestação pessoal e física.
Que diz ele de mim?
Escrevo o imediato que me quer sair...
Cansado de trabalhar e da folga estar tão longe,
noutro lugar.
Quero ir ao campo,
dormir os passarinhos e ser as ondas que embatem nas rochas
e oiço.
Adoro o imperfeito.
Aquilo que resta,
as reticências e as dúvidas,
as hesitações.
Sabes que dizem muito de ti?
Ainda hoje não me acreditavam idade real!
Eu que sorrio como um parvo disponível
e por dentro guardo o fardo da vida Ser
- só por si, em mim.
Que diz ele novamente?
Oh, velhices minha querida,
velhices!
É o vinho que ele bebe,
e agora aprecia,
para domar caminho ao dócil receio do destino.
Sirenes ao fundo,
a cidade vive e excita quem por ela anda nocturno.
Eu sou diurno.
Não porque queira mas porque assim é agora a minha vida.
(dou-me tão bem com os anjos e diabinhos da noite...
Sou de lá.
Agora, aqui na agitação da luz do dia, me sinto tão sem chão.
...devo precisar do subsolo do escuro e do embriagado que fico nisso.)
A vida é local e circunstância,
é também saber estar com quem está
e recorrer à mudança se os frutos nascem mortos
ou apodrecem rápida e frequentemente.
Ainda assim não é,
pois não?
Não.
Então, continuemos relativo feliz serão e festividade
pois daqui nada é Junho e já se avista o Santo António pelas ruas!

(Lisboa, quis fugir de ti mas não deixaste.
Maldita sejas
mas obrigado
- ou não.)

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