Acordei destruído por uma noite longa,
forçada pela cerveja e acelerada pelo rum.
Música ao vivo e corpos suados dançando
enquanto eu, fumando e bebendo sentado,
observava tudo isto, pensando além também.
Pois eu não danço.
Dança, porventura, a todo o momento,
a minha cabeça
onde nela gira imaginação crua e linda.
Há cuidados a ter...
Esqueço de dizer,
cumprimentar,
pedir perdão por esquecer
e depois lembrar o tal esquecimento.
É que sou sincero
e a sinceridade morre só:
porque é perfeita,
porque é verdade(ira).
Então, invés de falar com ela
- por dígitos e tecnologia -
escolhi, por cansaço e preguiça,
antes ver um documentário,
por meu irmão sugerido.
Não sigo, levianamente, sugestões
mas segui esta
e é a meio desse mesmo documentário
que agora escrevo estas coisas.
A longitude do longe...
E o perto que é viver o presente
a todo o gás e folgo de ordem diurna
- coisa me tão estranha há tanto tempo.
Pois eu sou mais nocturno.
(...ou fui até hoje.)
Tudo muda.
E é neste propósito que me entrelaço na vida
de peito aberto e mente sã e serena.
Escolho o ao lado do hábito e da segurança.
Escolho o além do conforto do passado
para reger novo futuro,
torcendo presente e ser torcido por ele
- ver no que dá.
Assim a vida se faz com calma
e uma certa alegria.
O desafio é o grito da criança
que o adulto e o crescer
deve ouvir e reconhecer.
Não a loucura
- que a já até fui por excelência -
mas o desconforto premeditado
por iniciativa própria.
Assim o grande professor sempre a Vida e o Eu nela.
Viver é aprender a respeitar o tropeçar
e nisto andar e mais andar.
Com a calma do leão,
a prudência do elefante
e a agilidade da chita
a vida vai e vem
e eu com ela.
Dorme bem.
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