Não sei o que faço.
Para mim a vida é o a qualquer momento,
qualquer olhar e sentimento,
qualquer estadia,
qualquer descobrimento.
Tudo de além,
que não sinto perfeito aqui,
é como se não existisse.
Daí racional entra
e outros entram
e lembram afinal
mais existir que esta teia mental.
Sou dengoso dela,
fico por ela a imaginar além do sofrimento
uma luz;
seja evolução ou teimosia,
a noite e o dia fazem parte do mesmo ciclo...
Que fazer quando te ameaçam maior distancia
que a que já há?
Sofrer com ela já é o que basta,
não é verdade?
Maior distância para quê?
Coisas.
Prossigo não faminto
nem desejoso,
é como se a velhice
já se encarrega-se de mim.
Preciso de outros
para que a vida não seja só minha
que isso só seca
(pois já reguei todas,
todas as minhas flores
e essas precisam de outras para viver por si em mim
e no mundo).
Cansado,
o trabalho não tem ido a nenhum lado.
Mas só agora
pois antes,
há uns dias,
crescia e florescia perfeitamente.
Há dias maus
e hoje,
ontem foram.
Constipado em conversas profundas...
Sou daqui
mas sou de qualquer lado também,
desde que haja espaço e compreensão.
Amador do vento
falo palavras do tempo a quem me ouve
mas não oiço eu palavras mas símbolos
e daí me distancio de meu irmão e irmã.
Talvez esteja apenas constipado
e cansado destes maus dias.
Talvez,
sei lá.
À parte da vida a imaginação
mas não é mau não
quando existem sem contradição
- nem que seja por uns breves momentos.
Que venha então amanhã.
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